Desvendando as ideias de Jung e Freud
Ao ler a coluna “Materialista ou Místico”, de Vittorio
Medioli, fundador de O TEMPO e prefeito de Betim, fui
inspirado para fazer esta matéria. Abordarei o tema de
leve. Para quem quiser vê-lo em detalhes, recomendo a
internet.
Jung e Freud, os dois gigantes da psicanálise, deixaram
para nós suas divergências que, porém, nos esclarecem
bem. Freud dividiu a psique em inconsciente,
subconsciente, pré-consciente e o consciente. Já Jung a
dividiu em ego, inconsciente pessoal e inconsciente
coletivo, que nos lembra os arquétipos de Platão. Como
se vê, os dois aceitaram o inconsciente, mas Jung
incluiu o inconsciente coletivo. E Freud aceitou o ego
(eu), o Superego (Eu Superior) e o ID (nossa identidade
tendente para o que nos agrada). O Superego censura o
ego, quando este tende para um erro do ID. O consciente
consiste em estarmos conscientes do que está ocorrendo
conosco. No nosso subconsciente está o automatismo que
consiste, por exemplo, em fazermos coisas sem
necessidade de estarmos conscientes delas, como trocar
marchas do carro.
E o ID é aquilo que nos leva instintivamente para a
busca do prazer, do normal. Por exemplo, uma criança de
uns três anos, entrando em um salão de festa, sem alguém
segurando-a pela mão, ao ver uma mesa cheia de bombons,
ela corre para ela e começa a saboreá-los, naturalmente.
Já com o adulto, isso não ocorre, pois seu ego o
controla, fazendo-o comportar-se de acordo com o que é
certo. Essa criança age assim, porque ela não tem ainda
formado o seu ego, o que o adulto já tem, por isso, não
dá vexame... Quando uma pessoa não tem a grande virtude
da humildade, em outras palavras, ela tem seu ego
inflado, defendendo, como se diz, com unhas e dentes,
seus pontos de vista, mesmo que, para outras pessoas,
eles sejam erros absurdos. No nível atual de nossa
evolução espiritual, isso ocorre, geralmente, com todos
nós. Mas é catastrófico quando ocorre com as autoridades
importantes e poderosas dos poderes da sociedade nas
áreas políticas e religiosas.
Jung e Freud abriram nossos olhos, nos mostrando a
importância e o cuidado que temos que ter com o nosso
ego, que até tem também seu lado positivo. Mas a
história nos mostra os males provocados pelo ego de
pessoas poderosas, principalmente, nas duas áreas já
mencionadas da política e da religião. Os graves
conflitos recém-acontecidos no Brasil entre as
autoridades dos Três Poderes, com o devido respeito a
todas elas, são exemplos comuns de egos inflados de
pessoas, cuja virtude da humildade ainda é fraca. É,
pois, oportuno lembrar aqui o que disse o Excelso Mestre
(São Lucas 9: 23): “Quem quiser ser meu discípulo, cada
um renuncie-se a si mesmo, pegue sua cruz (carma) e
siga-me”.
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