O poder do verbo
Nas mais respeitáveis instituições do mundo
carnal, segundo informes fidedignos das
autoridades que nos regem, a metade do tempo é
despendida inutilmente, através de conversações
ociosas e inoportunas. Isso, referindo-nos
somente às “mais respeitáveis”. (Do livro Obreiros
da Vida Eterna, do Espírito André Luiz,
através da mediunidade de Chico Xavier.)
Estas informações nos convidam a refletir sobre
o poder do verbo em nossas vidas, sejam em nosso
benefício diretamente ou em benefício dos nossos
semelhantes, que redundam, também, em benefício
de nós mesmos, já que, pela lei de ação e
reação, recebemos da vida de acordo com o que
oferecemos ao mundo. E, por consequência, nos
convida a construir, através dessa ferramenta
imponderável, um mundo melhor.
O P.H.D. em Psicologia pela Universidade de
Wisconsin-Madison Marshall Rosenberg, um
americano que desenvolveu o método conhecido
como Comunicação Não Violenta, que pode melhor
ser conhecido no livro que leva esse nome. Mas
que em resumo nos mostra a importância de
entender o que está acontecendo, sem julgamentos
e, dessa forma, atingir nossos objetivos mais
facilmente através de um ambiente de paz
edificado por uma comunicação harmoniosa.
Esse processo, segundo Marshall Rosenberg, se dá
através de quatro ferramentas: observação,
sentimento, necessidades e pedidos. A observação
sem julgamentos para realmente entender a
situação, depois, buscando entender o sentimento
que isso causa em nós e no ambiente, para dessa
forma identificar a necessidade e, por fim,
pedir, deixar claro aquilo que se deseja.
Podemos pedir verbalmente, mas quando se refere
ao universo, a Deus, à espiritualidade, basta
simplesmente deixar claro em pensamento e,
principalmente, em sentimentos, o que desejamos.
É claro que somente receberemos de acordo com
nosso merecimento e real necessidade.
Continua André Luiz no livro citado no início:
“Não se precatam nossos irmãos em Humanidade de
que o verbo está criando imagens vivas, que se
desenvolvem no terreno mental a que são
projetadas, produzindo consequências boas ou
más, segundo a sua origem”.
O verbo, seja na esfera material ou na
espiritual, está sempre preparando
acontecimentos. Os sentimentos e pensamentos,
por sua vez, preparam as palavras.
Imprescindível, portanto, que venhamos a
analisar o que sentimos e pensamos, que
prestemos mais atenção no nosso interior. Que
conversemos mais conosco mesmo, com muito amor e
respeito, para que possamos agir dessa forma com
aqueles que nos rodeiam, que dividem a
existência nesse plano conosco. E que são
merecedores do nosso maior respeito.
É importante, ainda, não confundir a forma com o
fundo, a aparência com a essência. Pois o que
realmente dá vida às coisas são nossos
sentimentos. E, por isso mesmo, uma pessoa
simples pode obter melhores resultados do que
pessoas com uma linguagem mais sofisticada, mas
sem amor. Do que uma pessoa aparentemente séria,
mas que é apenas mal-humorada, carrancuda. A
esse respeito, aliás, o Espírito Meimei nos diz
que a alegria é o cântico das horas com que Deus
nos afaga a passagem pela Terra.