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por Rodinei Moura

 

Vou nessa onda, meu amigo


Esses dias, o amigo, escritor e divulgador da doutrina espírita Wellington Balbo publicou uma pequena e profunda advertência na sua página do facebook sobre a importância de uma divulgação da doutrina espírita otimista, mas com os pés no chão. “Tem coisas que não são para nós”, dizia ele. E depois de um bate-papo, via whatsapp, sobre essa importantíssima reflexão, eu brinquei: - “Vou nessa onda, meu amigo. Concordo contigo e quero falar mais sobre isso”.

O Espírito André Luiz, a título de exemplo, nos diz no livro Respostas da Vida: “A sua vida será sempre o que você esteja mentalizando constantemente. Em razão disso, qualquer mudança real em seus caminhos virá unicamente da mudança de seus pensamentos”.

Mas, fora de um contexto cristão, sem estudarmos o conjunto da obra de André Luiz, estaremos apenas nos iludindo a respeito dessas belas e inspiradoras palavras, sem entender que o objetivo de estar aqui reencarnados é, principalmente, o desenvolvimento moral. Ainda que ninguém precise buscar o sofrimento, e todos nós devemos buscar melhores condições de vida até para desenvolver nossa inteligência, há coisas que realmente não são para nós.

E quando passamos à frente a ilusão de que tudo podemos, estamos enviando junto a mensagem de que não temos uma programação reencarnatória, como se a vida fosse única e isso é extremamente perigoso. Muitas pessoas perdem a fé quando não encontram o retorno financeiro ou afetivo que tanto adoram, recorrendo muitas vezes ao suicídio.

O que é muito positivo é analisar o porquê de nossos desejos, se nobres, se eles estão de acordo com a mensagem cristã, se nossos objetivos estão em harmonia com os da vida, se estamos desejando em prol da coletividade ou apenas de forma egoísta. Nós que temos o conhecimento, sejam os escritores ou qualquer pessoa que convive no meio espírita, não podemos de forma alguma falar sobre o Espiritismo apenas para agradar ou para tentar mostrar o caminho mais fácil. Fazer o certo, na maioria das vezes, é solitário. E muitos de nós até buscamos moldar a mensagem espírita aos anseios da sociedade materialista para sermos aceitos.

Mas essa ideia tem consequências funestas. A nossa consciência vai nos cobrar, mais ou menos dia, assim como os Espíritos que foram influenciados por nós. Viver é por si só uma grande responsabilidade. E viver a doutrina espírita é uma responsabilidade ainda maior.

Estarmos aqui reencarnados, aliás, é algo maravilhoso e que devemos aproveitar ao máximo em proveito de nossa evolução. Mas não há melhor meio para isso do que contribuir, com todo o nosso potencial, no desenvolvimento de nossos semelhantes. A paz que temos é a que espalhamos, a luz que temos é o resultado das vidas em que levamos um pouco de luz.

E diante disso, sem fanatismo ou pretensão à santidade ilusória, há coisas que definitivamente não são para nós, como uma vida egoísta. E muitas outras nos são possíveis, como levar um pingo de alegria a quem não tem nada. Não desperdicemos nosso tempo com utopias.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita