Vou
nessa
onda,
meu
amigo
Esses dias, o amigo, escritor e divulgador da doutrina
espírita Wellington Balbo publicou uma pequena e
profunda advertência na sua página do facebook sobre a
importância de uma divulgação da doutrina espírita
otimista, mas com os pés no chão. “Tem coisas que não
são para nós”, dizia ele. E depois de um bate-papo, via
whatsapp, sobre essa importantíssima reflexão, eu
brinquei: - “Vou nessa onda, meu amigo. Concordo contigo
e quero falar mais sobre isso”.
O Espírito André Luiz, a título de exemplo, nos diz no
livro Respostas da Vida: “A sua vida será sempre
o que você esteja mentalizando constantemente. Em razão
disso, qualquer mudança real em seus caminhos virá
unicamente da mudança de seus pensamentos”.
Mas, fora de um contexto cristão, sem estudarmos o
conjunto da obra de André Luiz, estaremos apenas nos
iludindo a respeito dessas belas e inspiradoras
palavras, sem entender que o objetivo de estar aqui
reencarnados é, principalmente, o desenvolvimento moral.
Ainda que ninguém precise buscar o sofrimento, e todos
nós devemos buscar melhores condições de vida até para
desenvolver nossa inteligência, há coisas que realmente
não são para nós.
E quando passamos à frente a ilusão de que tudo podemos,
estamos enviando junto a mensagem de que não temos uma
programação reencarnatória, como se a vida fosse única e
isso é extremamente perigoso. Muitas pessoas perdem a fé
quando não encontram o retorno financeiro ou afetivo que
tanto adoram, recorrendo muitas vezes ao suicídio.
O que é muito positivo é analisar o porquê de nossos
desejos, se nobres, se eles estão de acordo com a
mensagem cristã, se nossos objetivos estão em harmonia
com os da vida, se estamos desejando em prol da
coletividade ou apenas de forma egoísta. Nós que temos o
conhecimento, sejam os escritores ou qualquer pessoa que
convive no meio espírita, não podemos de forma alguma
falar sobre o Espiritismo apenas para agradar ou para
tentar mostrar o caminho mais fácil. Fazer o certo, na
maioria das vezes, é solitário. E muitos de nós até
buscamos moldar a mensagem espírita aos anseios da
sociedade materialista para sermos aceitos.
Mas essa ideia tem consequências funestas. A nossa
consciência vai nos cobrar, mais ou menos dia, assim
como os Espíritos que foram influenciados por nós. Viver
é por si só uma grande responsabilidade. E viver a
doutrina espírita é uma responsabilidade ainda maior.
Estarmos aqui reencarnados, aliás, é algo maravilhoso e
que devemos aproveitar ao máximo em proveito de nossa
evolução. Mas não há melhor meio para isso do que
contribuir, com todo o nosso potencial, no
desenvolvimento de nossos semelhantes. A paz que temos é
a que espalhamos, a luz que temos é o resultado das
vidas em que levamos um pouco de luz.
E diante disso, sem fanatismo ou pretensão à santidade
ilusória, há coisas que definitivamente não são para
nós, como uma vida egoísta. E muitas outras nos são
possíveis, como levar um pingo de alegria a quem não tem
nada. Não desperdicemos nosso tempo com utopias.