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por Marcos Paulo de Oliveira Santos

 

Natal permanente


Pesados e variados desafios têm surgido na atualidade, sobretudo em decorrência da sindemia da Covid-19.

Os efeitos nefastos se fazem sentir nas diversas vertentes sociais: o desemprego elevado; a recessão técnica; a inflação que prejudica o consumo e a manutenção de itens de primeira necessidade pelas famílias; o sistema de saúde deteriorado e sobrecarregado; o surgimento de novas cepas (variantes) que se dão, em grande medida, pela distribuição desigual das vacinas entre os mais ricos e os mais pobres e, também, o relaxamento das medidas sanitárias...

Os mecanismos de sobrevivência têm sido cruéis neste panorama triste, especialmente contra as pessoas mais pobres que, lamentavelmente, são repelidas pela sociedade (e não é de hoje).

Resguardadas as exceções raras, essas pessoas são abandonadas à própria sorte e, consequentemente, seu estado emocional, físico, mental, espiritual encontra-se abalado.

A intranquilidade social decorre desse abismo social que há em nosso país. Mas, não só. Políticos, artistas, pessoas públicas enfim, que deveriam pautar suas existências sob o condão da ética e dos valores nobres, derrapam nos velhos vícios do orgulho, do egoísmo, da cupidez e aumentam os bolsões de miséria; e de ignorância intelectual e moral que vicejam em nosso país.

Dois anos de pandemia e parece que estamos estagnados e sem perspectivas auspiciosas...

As festividades de final de ano, especialmente o Natal, nos instam a reflexões profundas acerca da nossa existência.

Diante do caos, esse período parece nos remeter à célebre frase insculpida no templo de Delfos: "Conhece-te a ti mesmo" e nos possibilita corrigir os ponteiros da nossa bússola existencial.

Convida-nos a contribuir, ainda que minimamente, na melhoria do local em que estamos a viver, trabalhar, residir... e no auxílio aos mais necessitados.

Invita-nos a ter alegria de viver! E a compreender que os momentos ruins, por mais longos que pareçam, passam...

Assim, é possível forjar um Natal permanente. É exequível criar um clima no íntimo do coração de que amanhã vai ser outro dia e, portanto, movimentar-se positivamente alicerçados na fé cristã.

É possível fazer a diferença, mantendo acesa a chama da caridade em nossos corações.

É possível, enfim, acreditar.

Que possamos ter dias melhores em 2022 e um mundo repleto de paz e justiça social.  
  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita