Natal
permanente
Pesados e variados
desafios têm surgido na
atualidade, sobretudo em
decorrência da sindemia
da Covid-19.
Os efeitos nefastos se
fazem sentir nas
diversas vertentes
sociais: o desemprego
elevado; a recessão
técnica; a inflação que
prejudica o consumo e a
manutenção de itens de
primeira necessidade
pelas famílias; o
sistema de saúde
deteriorado e
sobrecarregado; o
surgimento de novas
cepas (variantes) que se
dão, em grande medida,
pela distribuição
desigual das vacinas
entre os mais ricos e os
mais pobres e, também, o
relaxamento das medidas
sanitárias...
Os mecanismos de
sobrevivência têm sido
cruéis neste panorama
triste, especialmente
contra as pessoas mais
pobres que,
lamentavelmente, são
repelidas pela sociedade
(e não é de hoje).
Resguardadas as exceções
raras, essas pessoas são
abandonadas à própria
sorte e,
consequentemente, seu
estado emocional,
físico, mental,
espiritual encontra-se
abalado.
A intranquilidade social
decorre desse abismo
social que há em nosso
país. Mas, não só.
Políticos, artistas,
pessoas públicas enfim,
que deveriam pautar suas
existências sob o condão
da ética e dos valores
nobres, derrapam nos
velhos vícios do
orgulho, do egoísmo, da
cupidez e aumentam os
bolsões de miséria; e de
ignorância intelectual e
moral que vicejam em
nosso país.
Dois anos de pandemia e
parece que estamos
estagnados e sem
perspectivas
auspiciosas...
As festividades de final
de ano, especialmente o
Natal, nos instam a
reflexões profundas
acerca da nossa
existência.
Diante do caos, esse
período parece nos
remeter à célebre frase
insculpida no templo de
Delfos: "Conhece-te a
ti mesmo" e nos
possibilita corrigir os
ponteiros da nossa
bússola existencial.
Convida-nos a
contribuir, ainda que
minimamente, na melhoria
do local em que estamos
a viver, trabalhar,
residir... e no auxílio
aos mais necessitados.
Invita-nos a ter alegria
de viver! E a
compreender que os
momentos ruins, por mais
longos que pareçam,
passam...
Assim, é possível forjar
um Natal permanente. É
exequível criar um clima
no íntimo do coração de
que amanhã vai ser
outro dia e,
portanto, movimentar-se
positivamente
alicerçados na fé
cristã.
É possível fazer a
diferença, mantendo
acesa a chama da
caridade em nossos
corações.
É possível, enfim,
acreditar.
Que possamos ter dias
melhores em 2022 e um
mundo repleto de paz e
justiça social.