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por Martha Triandafelides Capelotto

 

Ano Novo, Homem Novo


Mais um ano, mais um período contabilizado em nossas vidas e as perguntas que fazemos: Quando as esperanças de um mundo melhor se tornarão efetivas? Quando teremos o tão desejado mundo de regeneração, de solidariedade, de fraternidade, de extinção de guerras e conflitos, de ausência do egoísmo que mata, que afasta, que destrói? É simples, precisamos de um homem novo que nos dará um mundo novo e para isso será necessário o despertar das consciências. Há muita gente fazendo o contrário, mudar o mundo para mudar o homem. O Espiritismo nos ensina que a transformação é conjunta e recíproca, mas tem que começar pelo homem. Enquanto o homem não melhora, o mundo não se transforma. As mudanças deverão ocorrer na essência das criaturas.

Como bem preconiza Herculano Pires, “o homem novo que nos dará um mundo novo é tão velho quanto os ensinos espirituais do mais remoto passado, renovados pelo Evangelho e revividos pelo Espiritismo”. O trabalho espírita é a continuação natural e histórica do trabalho cristão que modificou o mundo antigo. Nossa luta é o bom combate do apóstolo Paulo: despertar as consciências e libertar o homem do egoísmo, da vaidade e da ganância.

Os anos não nos trazem apenas cabelos brancos trazem também a experiência, mestra da vida, e com ela a sabedoria. Aos poucos, no dia a dia, a criatura vai modelando a argila do seu próprio corpo, como um vaso divino que receberá um dia as flores mais belas. Como afirmou Léon Denis, cada idade tem o seu encanto, a sua própria beleza, e embora seja belo ser jovem e temerário, mais belo ainda é ser velho e prudente, iluminado por uma visão da vida que não se fecha no círculo estreito das paixões ilusórias.

Os romanos já diziam que a vida tem suas estações. À semelhança do ano, ela se divide nas quatro estações da existência que são: a primavera da infância e da adolescência, o verão da mocidade, o outono da madureza e o inverno da velhice, mas, também, à semelhança dos anos, as vidas se entrosam no processo da existência, tal qual as estações se renovam em cada encarnação. O branquear dos cabelos não é mais do que o início das neves do inverno, mas que fará surgir novamente a primavera.

Desse modo, a importância dos anos é a mesma das léguas na caminhada para o futuro. Cada ano que transcorre é, para nós, caminheiros da evolução, oportunidade bendita de progresso, de aproveitamento eficaz no tocante às descobertas das verdades imperecíveis, que, como bem assinala o Evangelho, não se perdem, tampouco se deterioram.

Assim, penso que as esperanças que se renovam a cada início de ano deveriam permanecer em nós para que pudéssemos, todos os dias, manter acesa a chama do dever que bem devemos cumprir em relação a nós, assim como também, em relação ao nosso próximo.

Portanto, não desprezemos mais a preciosidade dos minutos, das suas horas, dos seus dias, dos seus meses. Cada um desses fragmentos do ano constitui uma parte da herança Divina que nos caberá no futuro.

O Espiritismo está na Terra em cumprimento à promessa evangélica de Consolador, para consolar aos aflitos e oferecer a verdade aos que anseiam por ela.

Sua missão é transformar o homem para que o mundo se transforme. Inútil será pensar em milagres, modificações superficiais, pois é a essência da criatura que necessita desabrochar como centelha divina que é.

O mundo está cheio de erros e de atrocidades porque tudo isso representa a inconsciência e a ilusão que temos sobre o nosso viver.

O Espiritismo, revelando as verdades do mundo espiritual, traz o consolo real de que a vida futura depende do que estamos a fazer por hoje.

Reflitamos sobre isso e o mundo em breve estará regenerado.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita