Ano Novo, Homem Novo
Mais um ano, mais um período contabilizado em nossas
vidas e as perguntas que fazemos: Quando as esperanças
de um mundo melhor se tornarão efetivas? Quando teremos
o tão desejado mundo de regeneração, de solidariedade,
de fraternidade, de extinção de guerras e conflitos, de
ausência do egoísmo que mata, que afasta, que destrói? É
simples, precisamos de um homem novo que nos dará um
mundo novo e para isso será necessário o despertar das
consciências. Há muita gente fazendo o contrário, mudar
o mundo para mudar o homem. O Espiritismo nos ensina que
a transformação é conjunta e recíproca, mas tem que
começar pelo homem. Enquanto o homem não melhora, o
mundo não se transforma. As mudanças deverão ocorrer na
essência das criaturas.
Como bem preconiza Herculano Pires, “o homem novo que
nos dará um mundo novo é tão velho quanto os ensinos
espirituais do mais remoto passado, renovados pelo
Evangelho e revividos pelo Espiritismo”. O trabalho
espírita é a continuação natural e histórica do trabalho
cristão que modificou o mundo antigo. Nossa luta é o bom
combate do apóstolo Paulo: despertar as consciências e
libertar o homem do egoísmo, da vaidade e da ganância.
Os anos não nos trazem apenas cabelos brancos trazem
também a experiência, mestra da vida, e com ela a
sabedoria. Aos poucos, no dia a dia, a criatura vai
modelando a argila do seu próprio corpo, como um vaso
divino que receberá um dia as flores mais belas. Como
afirmou Léon Denis, cada idade tem o seu encanto, a sua
própria beleza, e embora seja belo ser jovem e
temerário, mais belo ainda é ser velho e prudente,
iluminado por uma visão da vida que não se fecha no
círculo estreito das paixões ilusórias.
Os romanos já diziam que a vida tem suas estações. À
semelhança do ano, ela se divide nas quatro estações da
existência que são: a primavera da infância e da
adolescência, o verão da mocidade, o outono da madureza
e o inverno da velhice, mas, também, à semelhança dos
anos, as vidas se entrosam no processo da existência,
tal qual as estações se renovam em cada encarnação. O
branquear dos cabelos não é mais do que o início das
neves do inverno, mas que fará surgir novamente a
primavera.
Desse modo, a importância dos anos é a mesma das léguas
na caminhada para o futuro. Cada ano que transcorre é,
para nós, caminheiros da evolução, oportunidade bendita
de progresso, de aproveitamento eficaz no tocante às
descobertas das verdades imperecíveis, que, como bem
assinala o Evangelho, não se perdem, tampouco se
deterioram.
Assim, penso que as esperanças que se renovam a cada
início de ano deveriam permanecer em nós para que
pudéssemos, todos os dias, manter acesa a chama do dever
que bem devemos cumprir em relação a nós, assim como
também, em relação ao nosso próximo.
Portanto, não desprezemos mais a preciosidade dos
minutos, das suas horas, dos seus dias, dos seus meses.
Cada um desses fragmentos do ano constitui uma parte da
herança Divina que nos caberá no futuro.
O Espiritismo está na Terra em cumprimento à promessa
evangélica de Consolador, para consolar aos aflitos e
oferecer a verdade aos que anseiam por ela.
Sua missão é transformar o homem para que o mundo se
transforme. Inútil será pensar em milagres, modificações
superficiais, pois é a essência da criatura que
necessita desabrochar como centelha divina que é.
O mundo está cheio de erros e de atrocidades porque tudo
isso representa a inconsciência e a ilusão que temos
sobre o nosso viver.
O Espiritismo, revelando as verdades do mundo
espiritual, traz o consolo real de que a vida futura
depende do que estamos a fazer por hoje.
Reflitamos sobre isso e o mundo em breve estará
regenerado.
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