Objetivos essenciais – o
significado existencial
O tempo tudo encaminha e a tudo corrige
“(...) estás ansiosa e afadigada com muitas
coisas, mas uma só é necessária; e Maria
escolheu a parte boa, a qual não lhe será
tirada.” Jesus.
(Lc., 10:41/42)
Com toda razão
afirma nossa querida Irmã Scheilla que
devemos perseverar no bem seja qual for a
dificuldade, vez que a dor é a porta de acesso
às Esferas de Luz. Há que se romper as algemas
que nos atam ao pessimismo, mentalizar o
progresso e abraçar a tarefa nobilitante.
O tempo tudo encaminha e a tudo corrige...
Ensina Joanna de
Ângelis: “(...)
a criatura está fadada à felicidade, à conquista
do Infinito, além das expressões do espaço. A
dor que hoje a comprime é camartelo de
estimulação para que saia da situação que
propicia esse desagradável fator de perturbação.
Compreendendo, por fim, a grandeza do amor,
alça-se às cumeadas do trabalho pelo bem geral,
empenhando-se na conquista de si mesma, do seu
próximo, da vida em geral. Tudo quanto pulsa e
vibra interessa-a, retira-a da pequenez e conduz
à grandeza, trabalhando-lhe o íntimo que se
expande e se harmoniza em um hino de
confraternização com tudo e com todos, passando
a fazer parte vibrante da vida.
Esse significado existencial somente é
descoberto quando atinge um grau de elevada
percepção da realidade, que transcende o limite
da forma física, transitória e experimental que,
todavia, pode e deve ser cultivada com alegria e
saúde integral.
Não se creia, portanto, equivocadamente, que a
finalidade primeira da conjuntura existencial
seja viver bem, no sentido de acumular recursos,
fruir comodidades, gozar sensações que se
renovam e exaurem, alcançando o pódio da glória
competitiva e todos esses equivalentes anelos
do pensamento
mágico,
partindo para as aspirações fenomênicas e
miraculosas dos privilégios e das regalias que
não harmonizam o indivíduo com ele mesmo.
Certamente, na pauta dos objetivos e do sentido
existencial, constam as realizações sociais,
econômicas, artísticas, culturais, religiosas e
todas aquelas que fazem parte do mundo de
relações interpessoais. Entretanto, não são
exclusivas – metas finais das buscas e das lutas
– desde que o ser transpõe os umbrais do túmulo
e continua a viver, levando os seus programas de
elevação gravados no imo profundo.
Lutar sem fadigas exaustivas por conquistar-se,
superando-se quanto possível, enfrentando os
desafios com alegria e compreendendo que são os
degraus de ascensão diante dos seus passos – eis
como incorporará ao cotidiano os objetivos
essenciais do seu aprimoramento físico,
emocional e mental.
(...) Ninguém vem à Terra para sofrer, senão
para reparar, adquirir novas experiências,
desenvolver aptidões, crescer interiormente, e
todos os empecilhos que defronta fazem parte da
sua proposta de educação, devendo equipar-se de
valores e de discernimento para superá-los e,
livre de toda constrição restritiva à sua
liberdade, avançar com desembaraço na busca da
sua afirmação plenificadora”.
A exemplo de
Maria, irmã de Lázaro e Marta, busquemos o
conhecimento e envidemos os esforços necessários
para o acrisolamento das virtudes emancipadoras
ao mesmo tempo em que vamos, pouco a pouco,
alijando a ganga pesada dos passados equívocos e
limitações, carga essa que impossibilita os
alcandorados voos do Espírito. Escolhamos,
portanto, “a
parte boa, aquela que não nos será tirada”.