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por Rogério Coelho

 

Sublime interação


O Espiritismo dá voz ao silêncio e expande o sopro da vida


"Eu e o Pai somos Um." - Jesus[1]


A humanidade começa a despertar da grande hibernação que a encerrou no frio e escuro fojo da ignorância...

"O Espiritismo vem dar voz ao silêncio, desfazer o irremediável, destruir o impossível e expandir o sopro da vida!", afirma enfático e poeticamente Alexandre Dias[2].

Em outras palavras, complementa o nobre Espírito: “(...) originárias das Esferas Superiores da vida, as vozes espirituais desabotoam o bem latente no âmago das Almas, rompendo as arcas das possibilidades criadoras de cada cérebro e desvelando o proscênio terrestre ao estudo da Verdade, sem êxtases obscuros e sem excessos de interpretação que obstruam o raciocínio.

Transforma-se o Globo Terrestre em grande seara de bênçãos! O Espírito transcende as estações berço/túmulo, e a Reencarnação, a Imortalidade da Alma, a Comunicabilidade dos Espíritos, a Existência Divina e o conhecimento das múltiplas moradas da Casa do Pai tornam-se uma realidade que irmanará o homem de polo a polo, na comunhão suprema de todos os ideais superiores... E aí será apenas o começo, porque tudo isso ainda não é o bastante: faz-se necessário a cada Alma tomar a iniciativa de base que é a própria reforma íntima”.

Daí Allan Kardec assinalar que somente a educação realizará a definitiva transformação planetária, alcançando a Terra o "status" de Orbe feliz, Orbe de Regeneração... E para mais rápido alcançarmos tal estágio, atentemos para as sábias exortações de Alexandre Dias[2]: "(...) Só na autoeducação temos a chave de toda reforma íntima e unicamente no estudo metódico encontramos o primeiro passo da autoeducação. Assim, guarda consciência do próprio valor e demanda, por ti mesmo, a assimilação e a consequente substancialização dos princípios espíritas, no roteiro que a Espiritualidade te descerra. Assina o ponto diário no trabalho da Doutrina que nos rege. Inclui um novo livro Espírita em teu cardápio mental de cada semana.

Em Allan Kardec, identificamos um homem apocalíptico enviado pelo Senhor e o Discípulo do Senhor há de alcançar um tempo em que o Evangelho se lhe incorporará tanto à vida e em que o Evangelho será efetivamente ele mesmo, que, ao compulsá-lo, se lhe afigurará estar monologando consigo próprio, sentindo-se qual se fosse ele também um dos aprendizes que escreveram e testemunharam as maravilhas inolvidáveis que lhe constituem o texto de redenção”.

E a união entre discípulo e Senhor será tal que a realidade da afirmativa Paulina[3] se fará presente: “vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim", em perfeita e sublime interação, onde todos seremos Um com Ele, assim como Ele é Um com o Pai.


 

[1] - João, 10:30.

[2] - VIEIRA, Waldo. Seareiros de volta. 4. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1987, p. 37-38.

[3] - Paulo, (Gálatas, 2:20).



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita