Uma mente
escravizadora
Hoje vivemos com a
sensação de que
conhecemos a verdade que
nos iria libertar, da
qual Jesus nos falou, há
dois mil anos, no
entanto, vivemos presos
à confusão e aos
conflitos interno e
externo.
Na época da passagem de
Jesus na Terra, o povo
também se nutria da
ideia de que sabia o
funcionamento da vida.
Isso pode acontecer em
qualquer fase, na cabeça
de cada pessoa.
Termos o conceito de que
sabemos sobre a vida e o
que fazemos, é uma
confiança essencial para
nos movimentarmos para
fora da falta de
confiança e dos
problemas psíquicos
ocasionados por ela.
Mas, termos a certeza de
que sabemos sobre a vida
e o que fazemos, é um
movimento atropelante e
destruidor, que passa
por cima de tudo e de
todos.
Esta última
forma-movimento é
criadora da figura do
senhor e do escravo,
dentro de nós próprios.
Jesus explicou: “Em
verdade, em verdade vos
asseguro: todo aquele
que pratica o pecado é
escravo do pecado”. (João
8:34)
O desejo de algo nasce
em nossa mente. Mesmo
quando parte de nós já
se encontra em luta
contra um determinado
hábito, e acabamos por
ceder, pois pensamos
que, se é nossa vontade,
seguimos com o ato.
Quando me refiro a um
desejo nascido em nossa
mente, incluo os mais
fáceis de percebermos,
como os vícios físicos,
o álcool, a droga, o
tabaco etc., e também os
psíquicos.
Dentro dos vícios
psíquicos, podemos ver
os mais eminentes, como
o do jogo, mas existem
outros que nos passam
mais despercebidos, como
os de caráter. Falo
acerca da maledicência,
da raiva, da
agressividade, da razão,
do egoísmo etc.
Estes últimos nem nos
parecem vícios, porque
os apelidamos de
caráter, mas podemos
afirmar que o vício é a
repetição constante de
um consumo próprio ou de
uma ação. Poderíamos
chamar-lhe também de um
hábito ruim.
Fumar é um vício que se
implantou pela sua
repetição inicial, e
isto também pode ser
chamado de hábito. Tenho
o hábito de fumar.
A pessoa que vive de
forma agressiva e
responde assim a
qualquer situação que
lhe surja, criou um
hábito em relação à
agressividade, o que se
tornou seu caráter. Esta
pessoa não facilmente se
libertará deste hábito,
tal como aquele que
fuma, por isso, podemos
chamá-lo de um vício
psicológico que foi
implantado.
Um vício físico também é
um vício psicológico,
pois é comandado pela
psique. A pessoa já está
com uma determinada
vontade de deixar de
fumar, mas a sua mente
continua presa àquele
movimento; gostaria de
mudar e não o consegue;
é necessário um esforço
enorme e contínuo.
Toda esta “realidade” e
forma de estar fica
gravada em nossa mente e
aparece através dos
impulsos mentais,
nascidos na memória, sem
que apresente, antes,
uma vontade. Nós é que
acreditamos ter
acontecido uma vontade
antes.
Vejam o caso do impulso
da agressividade. Algo
nos acontece e o impulso
surge sem que eu tenha
dito “eu tenho vontade
de estar agressivo”.
Estes impulsos são os
senhores escravizadores
de nós próprios, por
isso, Jesus afirmou que
quem comete o pecado é
escravo. Nós olhamos
para a ação do pecado,
dos vícios físicos e
mentais, como uma
vontade própria. Mesmo
que muitas vezes, já em
ponto de saturação,
embora quiséssemos fazer
diferente, não
conseguimos fazer,
porque o movimento
repetitivo da mente
demonstra-nos que somos
dirigidos pelo tal
escravizador.
Experimente fazer o
contrário. Quando surgir
o que acredita ser a sua
“vontade”, diga a si
próprio: hoje vou fazer
diferente, e então vai
perceber a luta que
nasce disso.
O escravizador e o
escravizado vivem dentro
do mesmo ser, sendo um
jogo terreno pelo qual
teremos que passar.
Facilmente percebemos
que essa luta é
destruidora e que,
infelizmente, o vício ou
o hábito possa levar a
melhor.
Qual a melhor ferramenta
que temos em nosso poder
para fazer frente a esta
batalha?
Jesus nos diz que é a
oração, no sábio
ensinamento do “Vigiai e
Orai”, mas para nós é
muito difícil, mesmo com
esta arma secreta.
Todos os desejos nascem
na mente, logo, quanto
mais movimentada ela
estiver, mais vezes
surgirão os desejos,
mais difícil será de
suportar seus impulsos.
Por isso, o método mais
comum utilizado para
quem quer realmente
largar um vício, ou uma
doença psíquica, é
abrandar e acalmar a
mente.
Uma das maiores
conquistas que podemos
conseguir: uma mente
calma e serena, sem
recurso de medicação.
Esta forma de estar
fortalece nosso interior
para lidarmos com os
impulsos mentais que nos
escravizam, vindo eles
da memória ou de um
obsessor, começando pela
clareza com que
percebemos o nascimento
do impulso.
Qualquer luta interior é
desestabilizadora; o
melhor a fazer quando a
paz interior parecer
insuficiente para suster
o impulso, é conversar
consigo mesmo,
carinhosamente, porque
merecemos o nosso
respeito e precisamos do
nosso amor.
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