Reflexões sobre a obra “A
Gênese”, de Kardec
A doutrina começa com O Livro dos
Espíritos em abril de 1857,
considerado o início da Doutrina, onde
essa obra apresenta todos os seus
princípios e fundamentos. Logo após, em
janeiro de 1861, o lançamento de O
Livro dos Médiuns, como um tratado,
um profundo estudo dos fenômenos
mediúnicos e suas características. Em
abril de 1864, os Espíritos contemplam
Kardec com O Evangelho segundo o
Espiritismo, mostrando de forma
lógica, profunda, clara, os principais
ensinos do Mestre Jesus. Um ano depois,
em agosto de 1865, publica o livro O
Céu e o Inferno, apresentando de
forma clara toda a justiça divina dentro
dessa visão espiritual, com profunda
racionalidade e objetividade de um
cientista.
Em janeiro de 1868, Allan Kardec publica
a primeira edição da obra pertencente ao
chamado pentateuco espírita, A Gênese.
Outras obras complementares foram
publicadas tais como: O que é o
Espiritismo, O principiante Espírita, A
Obsessão, e, claro, a importante
Revista Espírita.
A Gênese se
tornou um marco, pois é uma obra para
tirar todo o misticismo que por ventura
poderia existir sobre a doutrina e
apresentá-la como uma ciência
experimental, e aberta, a ser
complementada com as futuras descobertas
científicas. Tem por objeto o estudo de
três pontos até então interpretados de
maneira obscura pelos homens: a gênese,
os milagres e as predições do Evangelho.
Kardec procurou destacar a
interdependência do elemento espiritual
com o elemento material; na ação
simultânea desses dois princípios,
nascem os fenômenos, que até então
inexplicáveis pelas demais doutrinas,
por desconhecerem a sua existência.
Foi com A Gênese que ficou mais
clara a existência do mundo espiritual e
também as suas relações com o mundo
material.
Dentro dos 18 capítulos, os Espíritos
nos apresentam: o caráter da Revelação
Espírita, a existência de Deus, o Bem e
o Mal, a uranografia geral, as gêneses:
orgânica, espiritual e mosaica, além de
importante estudo sobre os milagres e as
predições.
Podemos perceber que cada capítulo vai
se completando ao anterior, formando uma
estrutura lógica e objetiva como todas
as obras do Mestre de Lyon.
O livro A Gênese é um marco
importante na codificação do
Espiritismo. Cada livro da codificação
tem suas características e importância
dentro da estrutura da doutrina e A
Gênese nos apresenta com uma
linguagem, tendo uma pitada de um texto
científico, mas claro para qualquer
pessoa entender, tratando assuntos
delicados que antes eram vistos de forma
muitas vezes fantasiosas e deixadas de
lado por falta de uma explicação lógica.
O Espírito Galileu, valendo-se da
mediunidade do Astrônomo Camille
Flammarion, transmitiu algumas
comunicações sob o título de “Estudos
Uranográficos”, que formariam, mais
tarde, o cap. VI da A Gênese.
Como em todas as obras de Kardec, ele
sempre procurou mostrar a união da
ciência com a espiritualidade, mas foi
n’ A Gênese que ficou clara e
patente essa necessidade. Nessa
magnífica obra, que inicia conceituando
o caráter da revelação espírita, a
existência de Deus, em seguida, adentra
um tratamento de aspectos científicos,
encerrando a obra com um estudo
sobre os milagres e as predições
realizadas por Jesus.
Como disse o prof. Herculano Pires: “...
quando tiver alguma dúvida mais profunda
sobre o Espiritismo, recorra às obras da
codificação”...
Que Jesus nos abençoe hoje e sempre.