Numa singela sala residencial, em Pedro Leopoldo, a
conversação ia animada. Muitos assuntos. Muitas
referências. A palestra começara às cinco da tarde e o
relógio anunciava onze da noite. Chico ia começar uma
variação de tema, quando viu Emmanuel a chamá-lo para o
interior doméstico. O Médium pediu licença e foi
atender.
— Você sabe que hoje temos a tarefa do livro em recepção e já
estamos atrasados... — falou o amigo espiritual.
— É verdade, — concordou o Chico — entretanto, tenho visitas e
estamos conversando.
— Sem dúvida — considerou o Guia — compreendemos a oportunidade
de uma a duas horas de entendimento fraterno para atender aos
irmãos sem objetivo, porque, às vezes, através da banalidade,
podemos algo fazer na sementeira de luz... Mas não entendo, seis
horas a fio de conversação sem proveito.
O Médium nada respondeu. Indeciso, deixara correr os minutos,
quando Emmanuel lhe disse:
— Bem, eu não disponho de mais tempo. Você decide. Converse ou
trabalhe.
Chico não mais vacilou. Deixou a palestração que prosseguia,
cada vez mais acesa na sala e confiou-se à tarefa que o
aguardava com a assistência generosa do benfeitor espiritual.
Do livro Lindos casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama.
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