Conflitos
Com o objetivo de ampliar a nossa compreensão sobre o
macrocosmo, investigamos os fenômenos astronômicos com
ardor e disciplina.
Analisando as micropartículas, sob os olhares
percucientes dos cientistas, aproximamo-nos do nosso
estado primitivo.
A complexidade da vida hodierna, os avanços científicos
e tecnológicos fizeram com que vultosos investimentos
fossem alocados para solucionar as pandemias, as
enfermidades cruéis e melhorar a vida das coletividades.
Aqui e acolá, notadamente em situações de comoção
social, notamos gestos de caridade e a união das pessoas
em torno de um bem comum...
Debalde os gestos nobres, ainda caminhamos encharcados
das sombras do orgulho e egoísmo.
Um dos gestos que mais nos aproxima da animalidade é a
guerra.
Em O Livro dos Espíritos, Kardec já indagou aos
imortais sobre o grave problema, conforme abaixo:
742. Que é o que impele o homem à guerra?
“Predominância da natureza animal sobre a natureza
espiritual e transbordamento das paixões. No estado de
barbaria, os povos um só direito conhecem — o do mais
forte. Por isso é que, para tais povos, o de guerra é um
estado normal. À medida que o homem progride, menos
frequente se torna a guerra, porque ele lhe evita as
causas, fazendo-a com humanidade, quando a sente
necessária.”
743. Da face da Terra, algum dia, a guerra desaparecerá?
“Sim, quando os homens compreenderem a justiça e
praticarem a lei de Deus. Nessa época, todos os povos
serão irmãos.”
Infelizmente, notamos que as guerras locais perduram em
nosso planeta. Até porque um evento em escala mundial,
com os recursos tecnológicos que se tem hoje, seria,
inexoravelmente, o fim da vida no planeta.
Intolerantes e belicosos, líderes se impõem pela força.
Discursam pela paz, mas fomentam a guerra. Querem impor
modelos sociais, como a democracia e o respeito aos
direitos humanos, mas subjazem sempre em tais ações os
interesses econômicos e a violência...
A fraternidade universal é urgente!
O convite do Mestre de Nazaré é pela brandura, pelo
amor, pela tolerância...
Aqueles que não compactuam com a violência podem
contribuir e muito para a construção da paz no mundo. De
que maneira? Começando por nós mesmos, domando o inimigo
íntimo, as más inclinações. Vibrando positivamente para
a nossa corrigenda moral e para o equilíbrio em nosso
núcleo familiar.
E, em escala social, podemos auxiliar por meio de preces
(para que os líderes das nações se entendam pelo
diálogo); ações de caridade material (com o envio de
materiais de primeira necessidade) e, principalmente,
moral (não alimentando conflitos; dando bons exemplos;
pensamento positivo; mantendo-se em prece para estes
tempos tão difíceis).
É na prática diária que instalaremos a paz no mundo.
Porque ela sempre começa em nós mesmos.
Referência:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos:
filosofia espiritualista / recebidos e coordenados
por Allan Kardec; [tradução de Guillon Ribeiro]. – 93.
ed. 1. imp. (Edição histórica) – Brasília: FEB, 2013.
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