Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

   

A colônia "Nosso Lar" está longe de ser o céu, e o governador geral, longe de ser um anjo. A cidade já enfrentou conflitos nada celestiais. Um dia, habitantes recém-chegados da Terra se rebelaram contra a escassez de comida e começaram a exigir provisões mais fartas de pão e mais criatividade nas receitas. O clima ficou tenso, a população dividiu-se e abriu espaço para o assédio de multidões de regiões inferiores. Legiões vindas do Umbral aproveitaram brechas nos serviços de Regeneração para invadir a cidade. Resultado: o governador mandou ligar as baterias elétricas das muralhas da cidade, destinadas à emissão de dardos magnéticos, isolou os rebeldes recalcitrantes em calabouços da Regeneração, fechou provisoriamente o Ministério da Comunicação e proibiu temporariamente os auxílios às regiões inferiores. Por mais de seis meses, os serviços de alimentação foram reduzidos à inalação de princípios vitais da atmosfera, através da respiração, e a água misturada a elementos solares, elétricos e magnéticos.

O livro Nosso Lar foi um marco para o Espiritismo. Ele convenceu muita gente da necessidade de trabalhar, e muito, em favor dos necessitados. Quem se dedicasse à caridade evoluiria mais depressa. Quem ajudasse o outro se ajudaria. A generosidade poderia soar, às vezes, como egoísmo. Mas o discurso deu bons resultados, estimulou o auxílio aos pobres. Chico Xavier suou para traduzir aquelas lições do outro mundo. Escutava as frases e titubeava com o lápis na mão, perplexo diante do mundo novo.

 

Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.

 
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita