As duas evoluções: espiritual e
intelectual
Gostei muito da matéria da coluna de Vittorio Medioli,
em O TEMPO de 19-12-2021: “Nascer a cada dia”, e ela me
inspirou para fazer esta.
A evolução espiritual é a do crescimento moral, e a
intelectual, científica e material é a do progresso
geral. Com a espiritual, há uma expansão da consciência
e, automaticamente, um aumento do nosso livre-arbítrio,
proporcionando-nos um melhor entendimento das coisas,
inclusive, de nós mesmos, pois, amplia-se o nosso
autoconhecimento, tornando o nosso Superego mais forte
para dominarmos mais as nossas fraquezas morais
provenientes do nosso Ego e do nosso Id.
Uma das características de quem é monge é o seu dever de
sentir e vivenciar o Mónos, o Um, o Único. Trata-se de
uma energia que permeia todos os seres, a qual é chamada
na Índia de Parashaktijá.
Essa essência divina é também científica, pois é a
energia que precede à matéria, e equivale ao Espírito
Santo Cristão, o Paráclito.
Os leitores sabem que o Espírito Santo, como dá a
entender São Paulo, são as almas de cada um de nós.
“Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do
Espírito Santo que está em vós, o qual tendes
(recebestes) da parte de Deus, e que não sois de vós
mesmos?” (1 Coríntios 6: 19). A frase paulina demonstra
que o que habita em nós é o nosso espírito e não o do
próprio Deus com a identidade Dele. Por isso, Paulo diz:
“da parte de Deus (procedente Dele), mas não Ele
próprio... E isso é conforme o Parashaktijá
dos orientais que, como já vimos, é equivalente ao
Espírito Santo Cristão. E nosso espírito é santo, porque
é criação (sopro) de Deus, gerado por Ele, mas com a
identidade própria de cada um de nós como ocorreu com
Adão (Gênesis).
Porém, uns duzentos e cinquenta anos depois desse ensino
paulino, os teólogos, ao instituírem o Dogma da
Santíssima Trindade, passaram a ensinar que o Espírito
Santo da Terceira Pessoa Trinitária é Deus, o que muito
respeitamos, mas o Espírito Santo verdadeiro é o da
Primeira Pessoa, o Pai, mas o da Terceira, pela sua
grande divulgação, tornou-se o mais conhecido...
Na trindade oriental, Brama é o criador, o princípio do
consciente. Já Brâman é Ananda, o Absoluto, o Ser como
tal, o Eterno, é a Pura Felicidade. É como o Deus dos
cristãos. (Para
saber mais: “O Espírito da Filosofia Oriental” de
Huberto Rohden.)
O Mónos ou o Parashaktijá correspondem ao Espírito Santo
Cristão, o Paráclito, seria isso a causa de tanta
confusão com ele? O certo é que os orientais misturam
também Deus com os humanos (panteísmo ou mitologia?). E
repetimos: na visão paulina, ele representa cada um dos
Espíritos que somos. Ele é, pois, como se fosse um
substantivo coletivo...
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