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por Ricardo Orestes Forni

 

Os dois tipos de espíritas

 
Li uma interessante página do Espírito Albino Teixeira, psicografia de Chico Xavier, o que me motivou a levar uma breve página ao Centro espírita que frequento, começando por indagar exatamente o que está no título do artigo, ou seja, quais os dois tipos de espíritas que existem.

A pergunta ficou propositalmente sem resposta porque ninguém tinha lido, naquela ocasião, os ensinamentos desse Espírito.

Antes que passemos às explicações de Albino Teixeira, quais seriam os dois tipos de espíritas que existem? Você, por acaso, tem ideia?

Já faço questão de adiantar que pertenço ao primeiro tipo sem falsa modéstia, mas de mãos dadas com a verdade e a paz de consciência.

Obviamente, por estarmos num planeta de provas e de expiações, não podemos esperar enormes joias morais a não ser dos Espíritos missionários que sacrificialmente retornam em novas reencarnações para darem uma mão na evolução planetária.

Ouso dizer, e me perdoem se estou errado, que a maioria do primeiro grupo de espíritas se caracteriza em comparecer ao Centro, ouvir uma página ou palestra, tomar o seu passe, beber a água energizada, comparecer a um grupo de estudo doutrinário. Contudo, dão a impressão (não se esqueçam de que me incluí no primeiro grupo) que vestem um uniforme na entrada da Casa espírita e o desvestem e deixam dependurado, na saída desse mesmo local, em um cabide imaginário.

Albino Teixeira qualifica esse comportamento como característico de espíritas que entram na Doutrina.

O segundo grupo já é em menor número se não faço juízo errado e acredito que não. São aqueles que assumem o “uniforme” espírita no seu cotidiano e não somente quando entram em um Centro espírita e não o desvestem ao sair desse local. Ou seja, conseguem vivenciar (pelo menos em parte) os ensinamentos que aí recolhem colocando-os em prática no seu dia a dia.

A esse segundo grupo Albino Teixeira caracteriza aqueles nos quais a Doutrina Espírita entrou.

E cita o autor espiritual dez regras para identificá-los:

- Mais serviço espontâneo e desinteressado aos semelhantes

- Mais empenho no estudo

- Mais noção de responsabilidade

- Mais zelo na obrigação

- Mais respeito pelos problemas dos outros

- Mais devotamento à verdade

- Mais cultivo de compaixão

- Mais equilíbrio nas atitudes

- Mais brandura na conversa

- Mais exercício de paciência.

E arremata ele a lição com os seguintes ensinamentos:

Ser espírita de nome, perante o mundo, decerto que já significa trazer legenda honrosa e encorajadora na personalidade.

Mas para que a criatura seja espírita, à frente dos Bons Espíritos, é necessário apresentar o sinal espírita da renovação interior, que, ante a Vida Maior, tem a importância que se confere na Terra às prerrogativas de um passaporte ou ao valor de uma certidão.

Talvez essa classificação de Albino Teixeira tenha ligação mais direta com a informação de Chico, enquanto encarnado, quando afirmava que a maioria dos Espíritos desencarnados que encontrava na dimensão espiritual durante o seu desdobramento e que tinham sido espíritas em sua última existência aqui na Terra, lamentavam o tempo e as oportunidades perdidas na última reencarnação.

Da mesma forma como determinado número de espíritas entra e sai de um Centro desvestindo-se como tal, muitas pessoas entram e saem da vida trocando de uniforme através das mais diversas religiões onde supõe estejam sendo cristãs com atitudes que revelam ter entrado numa denominação religiosa sem que os ensinamentos de Jesus tenham encontrado repercussão em suas vidas.

Que o nosso entusiasmo em buscar ensinamentos de Emmanuel, André Luiz, doutor Bezerra, Meimei e todos os exemplos superiores que conhecemos, seja estendido no sentido de permitirmos que esses mesmos ensinamentos comecem a fazer parte do nosso dia a dia aqui na Terra no menor espaço de tempo possível!

Que o “cabide” invisível aos nossos olhos, mas concretamente existente na prática de nosso dia a dia, possa ser removido do nosso comportamento, impedindo que continuemos a ser espíritas que entramos na Doutrina e ainda não permitimos que a Doutrina entre em nós!

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita