Elucidações de Emmanuel

por Francisco Cândido Xavier

  

O teste


Lutando, disseste: «não posso mais». E ajudaste os que te roubam a fortaleza.

Batido, clamaste: «reagirei». E amparaste os que te induzem à violência.

Esquecido, gemeste: «estou sozinho». E ajudaste os que te bloqueiam a confiança.

Caluniado, gritaste: «vingar-me-ei». E amparaste os que te guiam à crueldade.

Ferido, bradaste: «quero justiça». E ajudaste os que te furtam a tolerância.

Por isso mesmo, asseveras frequentemente:

— Morro de angústia.

— Enjoei de viver.

— A fadiga me vence.

— Tudo perdido.

— Nada mais a fazer.

Tentando justificar-te, recorres à filosofia de ocasião e repetes rifões e chavões antigos:

— A dança obedece à música.

— Faço como me ensinam.

— Seja virtuoso quem puder ser.

— Amanhã virá quem bom me fará.

— Tarde demais.

— Fiz tudo.

— Depois eu faço.

— Lavei as mãos.

Recorda, porém, que toda dificuldade é teste renovador.

Todos somos tentados na imperfeição.

Queixa é fuga. Impaciência é perigo. Censura é auxílio ao perseguidor. Revolta é força que apressa o crime. Ataque é óleo no fogo. Desforço é golpe que apaga a luz. Desespero é chave ao ladrão.

Maltratado, busca o bem.

Injuriado, fala o bem.

Contrariado, procura o bem.

Traído, renova o bem.

Assaltado, conserva o bem.

A única fórmula clara e segura de vencer, no teste contra as influências inferiores, será sempre, o que for, com quem for e seja onde for, esquecer o mal e fazer o bem.


Do livro Religião dos Espíritos, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.




 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita