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por Wellington Balbo

 

Ideias espíritas aqui, ali, acolá...


É muito comum escutar, soltas, aqui e ali, proferidas por gente de todo credo e sorte, frases assim: “Na outra vida quero ser rico".

Ou: “Na vida passada devo ter feito muito mal para merecer o que passo hoje".

São as ideias espíritas, projetadas em todos os cantos e nas mais diversas épocas a mostrar que este tipo de pensamento sempre existiu, mesmo que fragmentado, sem uma base mais sólida.

Kardec, um dos autores do Espiritismo, teve o mérito de agrupar todas essas ideias e dá-las, junto com os Espíritos, um corpo teórico, organizado e lógico.

Todavia, o que vale ressaltar é o fato de o pensamento espírita pertencer ao mundo desde seu nascimento.

Aliás, Kardec, de forma muito sensível, já havia notado esta questão e a trouxe em publicações da Revista Espírita, como a de janeiro de 1867, com o título “Pensamentos espíritas que correm o mundo".

Na matéria, Kardec comenta sobre um texto escrito num jornal francês em que o autor faz referências às ideias que colocamos acima, ou seja, pensamentos espíritas que são aventados sem as pessoas se darem conta.

A percepção de Kardec faz revisitarmos a nossa memória e lembrarmos que muitas vezes já escutamos referências a outras vidas, ou, ainda, apelo para um “nascimento melhor” na próxima encarnação.

Algumas pessoas costumam dizer que Kardec foi muito otimista quando fez previsões sobre o Espiritismo e sua propagação.

Um estudo mais acurado da percepção de Kardec no que ele considerava Espiritismo, porém, mostra que ele não errou, ao contrário, sua previsão no que concerne a introdução do Espiritismo na sociedade foi certeira.

As ideias espíritas mergulham firme nas massas, mesmo que o nome Espiritismo não seja tão propalado.

Simples de entender: o pensamento espírita repousa em leis naturais e, por conseguinte, livres e à espera de todos aqueles que queiram estudar com sinceridade sem qualquer obrigação de pertencer a esta ou aquela instituição.

Eis, portanto, filmes, documentários, novelas e tantas produções trabalhadas com temáticas espíritas, sem, contudo, serem chamadas de espíritas.

As consequências dessas ideias circulando livremente pelo mundo, sem dono, sem amarras, sem cabrestos, é benéfica, posto que não se poderá deter quem quer aprender seus conceitos. Não têm dono, mas pertencem a todos.

As ideias espíritas são forças da natureza e colocadas à disposição da humanidade.

Não há como deter a vista do sol como não há como deter a divulgação dos conceitos espíritas, mesmo que o Espiritismo, como nome, como bandeira, não seja ainda conhecido da maioria das pessoas.

Entretanto, é bom saber que essas ideias penetram cada dia mais na sociedade, e estudos são elaborados para explorar essas leis observadas por Kardec em suas obras e nas publicações da Revista Espírita.

Talvez pode ser que fiquemos chateados por constatar que o Espiritismo, enquanto nome, não caminha veloz, mas o que importa isto diante da força que o seu pensamento se introduz no mundo por meio da lei do progresso?

É isto que vale afinal; as ideias espíritas possibilitando ao homem um conhecimento mais profundo sobre as coisas do universo.

Quanto a nós? Cabe-nos ser gratos por ter a oportunidade de conhecer este trabalho tão poderoso e metódico que fez Kardec junto aos Espíritos.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita