Reconciliação
“Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto
estás no caminho com ele, para que não aconteça que o
adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao
oficial, e te encerrem na prisão”.
(Mateus
5:25.)
Jesus evidenciou a grandeza do perdão como sendo um
sentimento que enobrece o ser humano. Essa prática
envolve a coragem que vence o orgulho encrustado
em nossos corações. Nisso reside, também a indulgência quando
compreendemos que todos nós somos imperfeitos e carentes
em virtudes. Quando assim procedemos estamos
renunciando, ainda, à vaidade e à prepotência,
que são sentimentos inferiores que ainda abrigamos.
Como Espíritos criados simples e ignorantes, de origem,
não carregamos em nosso íntimo as iniquidades que hoje
possuímos. Elas foram oriundas dos descaminhos das
existências pretéritas. Temos invariavelmente a centelha
Divina em nossos corações, contudo fomos enredando-nos
com os sentimentos inferiores figurando o orgulho e o
egoísmo como desencadeantes de tantos outros.
Destarte, afastamo-nos das Leis do Criador tão bem
exemplificados pelo Mestre Jesus, tornando-nos reféns
das mazelas d`alma que nos aprisionam nos equívocos do
dia a dia. Entendemos assim, que ao nos reconciliarmos
com os nossos adversários estaremos, também, nos
aproximando do Pai, já que essa atitude nos leva a
respeitar as suas Leis, onde o amor e a caridade são os
pilares para que estejamos com Ele.
No livro Viver e Renascer, pg.12, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, temos;
“Se foste ofendido, não conserves a luz do perdão nas
dobras obscuras dos melindres enfermiços”. Nesse
contexto lembremo-nos do contido na questão 886, de O
Livro dos Espíritos: “Qual
é o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a
entende Jesus?”. “Benevolência para com
todos, indulgência para com as imperfeições alheias,
perdão das ofensas”.
Em Grandes Mensagens, pág. 17, psicografia de
Pietro Ubaldi, consta: “(...) Elevai-vos em amor, como
deveis elevar-vos em todas as coisas, se quereis
encontrar profundas alegrias (...)”. Tenhamos em mente
que o desencarne não nos livra dos inimigos. Eles
permanecem buscando prejudicar-nos. Quando ainda nas
experiências terrenas conseguirmos a reconciliação,
estaremos libertando-nos de um fardo que nos será penoso
na erraticidade. Esse propósito deve ser imbuído de
humildade e sinceridade, pois, se assim não for,
persistirão os sentimentos malévolos que continuarão a
nos atormentar.
Temos em Florações Evangélicas, pg.84,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito
Joanna de Ângelis: “O perdoado é alguém em débito; o que
perdoou é espírito em lucro. Se revidas o mal és igual
ao ofensor; se perdoas, estás em melhor condição; mas se
perdoas e amas aquele que te maltratou, avanças em
marcha invejável pela rota do bem”.
Depreende-se de tudo isso que o perdão é uma atitude de
amor não deixando resíduos no lodo dos ressentimentos.
Essa depuração d´alma nos engrandece diante do Pai em
cuja sintonia nos envolve na paz. (Reconciliar-se é
vislumbrar um novo horizonte de vida, onde a luz do
perdão ilumina as trevas do orgulho.)
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