Joias da poesia
contemporânea

Autor: Cornélio Pires

 

Tal vida


Falecera a sovina Nhá Rosenda.

Brigara por vintém depois da janta…

Na noite inteira, o povo reza e canta,

Falando em Deus, no Sítio da Moenda…

 

Sigo o caixão dourado em seda e renda,

Na sepultura, fala o Zé da Manta:

— “Nhá Rosenda, no Céu, será mais santa,

Era um anjo nas lutas da fazenda…”

 

Alguém traz a coroa derradeira,

A morta larga o corpo na carreira,

Quer dinheiro, pragueja, desacata…

 

Depois sumiu… Mas, hoje, em Pirapama,

Encontrei Nhá Rosenda entregue à lama,

Crendo agarrar pacotes de ouro e prata.

 

Do livro Estrelas no chão, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita