Quem foi Sir Oliver Lodge, autor de Raymond
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Em um dia como hoje – 12 de junho – nasceu Sir
Oliver Joseph Lodge em Penkhull, Staffordshire,
Inglaterra. Corria o ano de 1851. |
Sua vida pode ser dividida em duas partes distintas. Até
os 56 anos de idade, granjeou fama mundial como físico,
professor e inventor, notadamente no campo da
radiotelegrafia.
Educado na Grammar School, de Newport, e
no University College, de Londres,
graduou-se em Física. Professor emérito, foi feito
cavaleiro pelo rei Eduardo VII, em 1902, e recebeu grau
de doutor em Ciências por sete Universidades.
Lodge foi o inventor do “coherer”, o primeiro detector
de ondas utilizado em nosso mundo, de relevante papel na
telegrafia sem fio. Foi ele, por sinal, o primeiro
cientista a enviar mensagens pelo telégrafo sem fio, em
1894, antes de Marconi (1874-1937) ter-se ocupado do
assunto.
Outra de suas maiores glórias como cientista foi a
descoberta das ondas hertzianas e o modo de detectá-las,
descoberta que foi efetuada por Hertz (1857-1893) quase
que simultaneamente, razão pela qual elas ficaram
associadas ao nome de Hertz.
Lodge e os fenômenos espíritas
De 1901 a 1903, já estudioso dos fenômenos espíritas,
presidiu a Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres,
havendo realizado numerosas experimentações com os
médiuns Verall e Leonora Piper e assistido, em 1894, com
Charles Richet, a algumas das célebres sessões de
efeitos físicos com a participação da médium Eusápia
Paladino.
O contato com o Espírito de Raymond, seu filho
desencarnado em 1915 nos campos de guerra da França,
robusteceu sua convicção quanto à imortalidade da alma.
As provas da sobrevivência de seu filho Raymond, tão
robustas e evidentes, deram origem ao livro Raymond,
traduzido para o português pelo escritor Monteiro
Lobato. Não foi, porém, esse fato que o levou à pesquisa
dos fenômenos espíritas, a que ele já se dedicava desde
1883, quando contava apenas 32 anos de idade.
Psiquista convicto e erudito, Oliver Lodge, como tantos
outros cultores do Psiquismo Transcendental, admitia a
existência da alma, a sua preexistência ou
sobrevivência, e a fenomenologia espírita. Mas não há
certeza de que tenha conhecido a doutrina espírita,
conquanto seu pensamento sobre a vida e o homem tenha
integral sintonia com os ensinamentos espíritas e a obra
de Allan Kardec.
Ideias e obras de Oliver Lodge
A Verdade – escreveu Lodge – “apresenta diversas faces:
quando pensamos nos inumeráveis mundos e na sua
diferente distribuição no Universo, somos obrigados a
crer num impulso que leva a humanidade a cogitar de
realidades mais importantes, a perceber que a
transitória vida terrena não pode ser tudo senão um
prelúdio que a levará a um grande fim”.
Segundo Lodge, Deus obra sempre de modo ameno, opera de
forma indireta, sem exercer coerção, que, se fosse
exercida, o mundo hominal seria mais perfeito, como se
pode dizer do mundo inorgânico ou mecânico, porém ele
seria apenas “uma máquina e não uma entidade
espiritual”. Nós, contudo, não somos máquinas; possuímos
“uma vontade livre e a faculdade de escolher, privilégio
esse a que podemos atribuir as nossas dificuldades e os
nossos fracassos”.
Atestando sua convicção na imortalidade em diversas
obras, como A Sobrevivência Humana, A Formação do
Homem e Raymond, Lodge declarou, com toda a
clareza, na última referida: “Jamais ocultei minha
crença de que a personalidade não só persiste, como
ainda continua mais entrosada ao nosso viver diário do
que geralmente o supomos; de que não há nenhuma solução
de continuidade entre os vivos e os mortos”.
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Além das três obras citadas, Oliver Lodge legou-nos
também o livro Por que creio na imortalidade da alma,
em cuja introdução escreveu:
“Conheço o peso da |
palavra ‘fato’ na Ciência e digo, sem hesitação,
que a continuidade individual e pessoal é para
mim um fato demonstrado”. (1) |
Oliver Lodge
desencarnou em 22 de agosto de 1940, aos 89 anos de
idade, em Amesbury, Wiltshire, em seu país natal.
(1) O
livro Por
que creio na imortalidade da alma foi
objeto de estudo sequencial nas edições 31 a 41 de nossa
revista. Para acessar a primeira parte desse estudo, clique
aqui