Internacional
por Thiago Bernardes

Ano 16 - N° 776 - 12 de Junho de 2022

 

Quem foi Sir Oliver Lodge, autor de Raymond

 

Em um dia como hoje – 12 de junho – nasceu Sir Oliver Joseph Lodge em Penkhull, Staffordshire, Inglaterra. Corria o ano de 1851.

Sua vida pode ser dividida em duas partes distintas. Até os 56 anos de idade, granjeou fama mundial como físico, professor e inventor, notadamente no campo da radiotelegrafia.

Educado na Grammar School, de Newport, e no University College, de Londres, graduou-se em Física. Professor emérito, foi feito cavaleiro pelo rei Eduardo VII, em 1902, e recebeu grau de doutor em Ciências por sete Universidades.

Lodge foi o inventor do “coherer”, o primeiro detector de ondas utilizado em nosso mundo, de relevante papel na telegrafia sem fio. Foi ele, por sinal, o primeiro cientista a enviar mensagens pelo telégrafo sem fio, em 1894, antes de Marconi (1874-1937) ter-se ocupado do assunto.

Outra de suas maiores glórias como cientista foi a descoberta das ondas hertzianas e o modo de detectá-las, descoberta que foi efetuada por Hertz (1857-1893) quase que simultaneamente, razão pela qual elas ficaram associadas ao nome de Hertz.

 

Lodge e os fenômenos espíritas

 

De 1901 a 1903, já estudioso dos fenômenos espíritas, presidiu a Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres, havendo realizado numerosas experimentações com os médiuns Verall e Leonora Piper e assistido, em 1894, com Charles Richet, a algumas das célebres sessões de efeitos físicos com a participação da médium Eusápia Paladino.

O contato com o Espírito de Raymond, seu filho desencarnado em 1915 nos campos de guerra da França, robusteceu sua convicção quanto à imortalidade da alma. As provas da sobrevivência de seu filho Raymond, tão robustas e evidentes, deram origem ao livro Raymond, traduzido para o português pelo escritor Monteiro Lobato. Não foi, porém, esse fato que o levou à pesquisa dos fenômenos espíritas, a que ele já se dedicava desde 1883, quando contava apenas 32 anos de idade.

Psiquista convicto e erudito, Oliver Lodge, como tantos outros cultores do Psiquismo Transcendental, admitia a existência da alma, a sua preexistência ou sobrevivência, e a fenomenologia espírita. Mas não há certeza de que tenha conhecido a doutrina espírita, conquanto seu pensamento sobre a vida e o homem tenha integral sintonia com os ensinamentos espíritas e a obra de Allan Kardec.

 

Ideias e obras de Oliver Lodge

 

A Verdade – escreveu Lodge – “apresenta diversas faces: quando pensamos nos inumeráveis mundos e na sua diferente distribuição no Universo, somos obrigados a crer num impulso que leva a humanidade a cogitar de realidades mais importantes, a perceber que a transitória vida terrena não pode ser tudo senão um prelúdio que a levará a um grande fim”.

Segundo Lodge, Deus obra sempre de modo ameno, opera de forma indireta, sem exercer coerção, que, se fosse exercida, o mundo hominal seria mais perfeito, como se pode dizer do mundo inorgânico ou mecânico, porém ele seria apenas “uma máquina e não uma entidade espiritual”. Nós, contudo, não somos máquinas; possuímos “uma vontade livre e a faculdade de escolher, privilégio esse a que podemos atribuir as nossas dificuldades e os nossos fracassos”.

Atestando sua convicção na imortalidade em diversas obras, como A Sobrevivência Humana, A Formação do Homem Raymond, Lodge declarou, com toda a clareza, na última referida: “Jamais ocultei minha crença de que a personalidade não só persiste, como ainda continua mais entrosada ao nosso viver diário do que geralmente o supomos; de que não há nenhuma solução de continuidade entre os vivos e os mortos”.

Além das três obras citadas, Oliver Lodge legou-nos também o livro Por que creio na imortalidade da alma, em cuja introdução escreveu:

“Conheço o peso da

palavra ‘fato’ na Ciência e digo, sem hesitação, que a continuidade individual e pessoal é para mim um fato demonstrado”. (1)

Oliver Lodge desencarnou em 22 de agosto de 1940, aos 89 anos de idade, em Amesbury, Wiltshire, em seu país natal.

 

(1) O livro Por que creio na imortalidade da alma foi objeto de estudo sequencial nas edições 31 a 41 de nossa revista. Para acessar a primeira parte desse estudo, clique aqui


 
  


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita