Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Infância não combina com celular

 

As coisas que não têm nome são mais pronunciadas por crianças. Manoel de Barros

 

Criança não tem necessidade de ter um celular. Ah, mas os pais oferecem a elas já no primeiro setênio por dois motivos principais, segundo eles.

Primeiro: criança fica quieta e entretida com o que vê.  Ou seja, ela fica seduzida pela tela e parece (só parece) que se acalma. Não confie nisso. Ela fica, sim, praticamente hipnotizada. Contudo, depois, ela poderá desenvolver ansiedade e irritabilidade, por exemplo.

Segundo: as crianças de agora nasceram em um mundo norteado pela configuração da tecnologia e, por isso, muitos pais dão o celular por temerem que os filhos fiquem alienados do seu tempo com suas exigências. Não se preocupe: se seu filho na infância não tiver um celular, ele não será excluído do mundo em que vive...

Sem dúvida, muitos de nós, adultos e pais, perdemos a noção de que a criança precisa descobrir o mundo real, que exige relacionamentos interpessoais, porque é isso, entre outras coisas, que promove o desenvolvimento saudável, garantindo resiliência, sobretudo emocional. 

Seu filho é ainda uma criança? Dê a ele livros, brinquedos e o incentive a explorar o mundo brincando, porque é o ato de brincar que combina com a infância. 

 

Notinhas

Incentive a prática de exercícios físicos, brincadeiras ao ar livre ou em contato com a natureza, se possível. Criar jogos dentro de casa, utilizando fitas adesivas no chão, jogos de tabuleiro e blocos de montar podem ser alternativas ricas para a criança não utilizar apenas jogos digitais e ainda interagir com a família.

O sedentarismo que implica o uso das tecnologias é um problema que está aumentando entre as crianças. Obesidade leva a problemas de saúde como o diabetes, problemas vasculares e cardíacos.

Atitudes violentas são comuns no universo digital – é o famoso cyberbullying – e crianças e adolescentes são vítimas constantes. Por isso, aprenda e ensine as crianças a bloquearem mensagens e vídeos ofensivos e inapropriados (com conteúdos sexuais e violentos, por exemplo) e peça que elas informem os responsáveis da família se forem insultadas ou ofendidas.

O ato de brincar é fundamental para o desenvolvimento integral das crianças. Quando estão brincando (e não no celular), as crianças aprendem sobre o mundo à sua volta e sobre elas mesmas. Isso significa que estão adquirindo competências físicas, cognitivas e socioemocionais. Ou seja, o ato de brincar promove a autonomia, a criatividade, a autorregulação, a comunicação, a concentração, o raciocínio, a evolução motora e a construção de relações saudáveis.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita