Metempsicose na visão espírita
Os livros de História
Geral nos contam que no Antigo Egito, assim como em
alguns outros povos do Oriente, existiam formas de
governo conhecidas como Modo de Produção Asiático, onde
os governantes eram vistos como deuses encarnados que
controlavam a produção e todos os trabalhadores. A
classe dos sacerdotes fazia a manutenção dessa ideologia
religiosa, sendo que no caso do Egito, o faraó, era um
deus vivo e todos deveriam obediência, assim como
pagamentos de tributos, que poderia ser sob a forma de
trabalho ou oferendas, práticas de culto e adoração.
Para se conseguir a
obediência da população, utilizaram-se de uma remota
crença religiosa vinda da Antiguidade, que afirmava na
possibilidade de o indivíduo por “decisão” dos deuses
renascer em um corpo de um animal ou planta. No caso do
Egito, poderia renascer em um corpo de jacaré ou
hipopótamo. Era a teoria da metempsicose,
utilizada pelos governantes e a classe dominante para
explorar a população mais humilde, geralmente os
lavradores e trabalhadores braçais, pois aqueles que não
obedecessem poderiam em outra vida voltar em um corpo de
animal.
Uma teoria absurda,
associada ao culto da morte e explorada pelos
governantes para se aproveitarem da crendice popular,
muito comum nos povos orientais em particular no Antigo
Império do Egito.
Essa foi uma das
principais doutrinas religiosas que os povos do Ocidente
receberam em contato com os povos do Oriente, a crença
de que todas as almas são imortais e que, após a morte,
uma alma é transferida para um novo corpo, era a teoria
da transmigração da alma.
Essa crença não se
restringia apenas à
reencarnação
humana, mas abrangia também a possibilidade de a alma
humana encarnar em animais ou vegetais.
Esse termo é encontrado em
Pitágoras
e
Platão.
Acredita-se que Pitágoras aprendeu seu significado com
os
egípcios,
que por sua vez aprenderam com os
indianos.
“A problemática desse
raciocínio é a divergência entre as crenças”.
Platão e os indianos não
acreditavam na metempsicose, porém utilizavam o termo na
ausência de outro como sinônimo de reencarnação. A
teoria da transmigração da alma, como um sinônimo
para metempsicose, que vai ajudar a entender séculos
mais tarde a ideia de reencarnação, surge muito tempo
depois. Já os egípcios, estes sim, acreditavam na
possibilidade de a alma humana poder encarnar em
animais.
“O Espírito dorme no
mineral, sonha no vegetal, agita-se no animal e desperta
no homem”1.
(León Denis)
No Livro dos Espíritos2,
Allan Kardec na pergunta 100 esclarece:
“A
classificação dos Espíritos se baseia no grau de
adiantamento deles, nas qualidades que já adquiriram e
nas imperfeições de que ainda terão de despojar-se”
e dessa forma estabelece
três ordens que se subdividem de acordo com o nível de
evolução moral dos espíritos e na pergunta 612 indaga:
“Poderia
encarnar num animal o Espírito que animou o corpo de um
homem? R: Isso seria retrogradar e o espírito não
retrograda...”
Os Espíritos evoluem
sempre. Em suas múltiplas encarnações podem até
estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu
progresso depende dos esforços que façam para chegar à
perfeição. Em outras palavras o ritmo da caminhada
evolutiva é muito individual.
O desconhecimento da
verdade e o atraso moral, favoreciam os antigos
governantes na Antiguidade manipularem a população
atrasada e ignorante, porém nos dias de hoje, não faz
sentido acreditar nesse absurdo, pois o espírito imortal
tende sempre a evoluir, pode por razões particulares até
estacionar, porém em momento algum regredir a formas
primitivas.
Charles Darwin
foi um naturalista,
geólogo e biólogo britânico, que desenvolveu uma teoria
baseada nos princípios da seleção natural e da
ancestralidade comum. Darwinismo é o nome dado à teoria
proposta por Charles Darwin para explicar como ocorre a
evolução das espécies. Se Darwin concluiu a
possibilidade da evolução dos seres vivos no século XIX,
seria uma incoerência acreditar na possibilidade que a
metempsicose seria possível, pois seria o mesmo que
dizer a que o animal voltaria como planta ou mineral.
Imaginem o anfíbio retornando a vida como peixe?
Na escala ou teoria
evolucionista dos seres vivos, todos evoluímos e nunca
retroagimos.
Referências:
1)
Denis, Léon; O Problema do Ser, do
Destino e da Dor; FEB.
2) Kardec,
Allan; O Livro dos Espíritos; Cap. I – Escala
Espírita; Cap. XI –
Metempsicose;
FEB.
3)
Wikipédia (Enciclopédia livre).
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