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por Eder Andrade

Metempsicose na visão espírita

 

Os livros de História Geral nos contam que no Antigo Egito, assim como em alguns outros povos do Oriente, existiam formas de governo conhecidas como Modo de Produção Asiático, onde os governantes eram vistos como deuses encarnados que controlavam a produção e todos os trabalhadores. A classe dos sacerdotes fazia a manutenção dessa ideologia religiosa, sendo que no caso do Egito, o faraó, era um deus vivo e todos deveriam obediência, assim como pagamentos de tributos, que poderia ser sob a forma de trabalho ou oferendas, práticas de culto e adoração.

Para se conseguir a obediência da população, utilizaram-se de uma remota crença religiosa vinda da Antiguidade, que afirmava na possibilidade de o indivíduo por “decisão” dos deuses renascer em um corpo de um animal ou planta. No caso do Egito, poderia renascer em um corpo de jacaré ou hipopótamo. Era a teoria da metempsicose, utilizada pelos governantes e a classe dominante para explorar a população mais humilde, geralmente os lavradores e trabalhadores braçais, pois aqueles que não obedecessem poderiam em outra vida voltar em um corpo de animal.

Uma teoria absurda, associada ao culto da morte e explorada pelos governantes para se aproveitarem da crendice popular, muito comum nos povos orientais em particular no Antigo Império do Egito.

Essa foi uma das principais doutrinas religiosas que os povos do Ocidente receberam em contato com os povos do Oriente, a crença de que todas as almas são imortais e que, após a morte, uma alma é transferida para um novo corpo, era a teoria da transmigração da alma.

Essa crença não se restringia apenas à reencarnação humana, mas abrangia também a possibilidade de a alma humana encarnar em animais ou vegetais.

Esse termo é encontrado em Pitágoras e Platão. Acredita-se que Pitágoras aprendeu seu significado com os egípcios, que por sua vez aprenderam com os indianos.

A problemática desse raciocínio é a divergência entre as crenças”.

Platão e os indianos não acreditavam na metempsicose, porém utilizavam o termo na ausência de outro como sinônimo de reencarnação. A teoria da transmigração da alma, como um sinônimo para metempsicose, que vai ajudar a entender séculos mais tarde a ideia de reencarnação, surge muito tempo depois. Já os egípcios, estes sim, acreditavam na possibilidade de a alma humana poder encarnar em animais.

“O Espírito dorme no mineral, sonha no vegetal, agita-se no animal e desperta no homem”1. (León Denis)

No Livro dos Espíritos2, Allan Kardec na pergunta 100 esclarece: A classificação dos Espíritos se baseia no grau de adiantamento deles, nas qualidades que já adquiriram e nas imperfeições de que ainda terão de despojar-se” e dessa forma estabelece três ordens que se subdividem de acordo com o nível de evolução moral dos espíritos e na pergunta 612 indaga: “Poderia encarnar num animal o Espírito que animou o corpo de um homem? R: Isso seria retrogradar e o espírito não retrograda...”

Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas encarnações podem até estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso depende dos esforços que façam para chegar à perfeição. Em outras palavras o ritmo da caminhada evolutiva é muito individual.

O desconhecimento da verdade e o atraso moral, favoreciam os antigos governantes na Antiguidade manipularem a população atrasada e ignorante, porém nos dias de hoje, não faz sentido acreditar nesse absurdo, pois o espírito imortal tende sempre a evoluir, pode por razões particulares até estacionar, porém em momento algum regredir a formas primitivas.

Charles Darwin foi um naturalista, geólogo e biólogo britânico, que desenvolveu uma teoria baseada nos princípios da seleção natural e da ancestralidade comum. Darwinismo é o nome dado à teoria proposta por Charles Darwin para explicar como ocorre a evolução das espécies.  Se Darwin concluiu a possibilidade da evolução dos seres vivos no século XIX, seria uma incoerência acreditar na possibilidade que a metempsicose seria possível, pois seria o mesmo que dizer a que o animal voltaria como planta ou mineral. Imaginem o anfíbio retornando a vida como peixe?

Na escala ou teoria evolucionista dos seres vivos, todos evoluímos e nunca retroagimos.

 

Referências:

1) Denis, Léon; O Problema do Ser, do Destino e da Dor; FEB.

2) Kardec, Allan; O Livro dos Espíritos; Cap. I – Escala Espírita; Cap. XI – Metempsicose; FEB.

3) Wikipédia (Enciclopédia livre).

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita