“No
mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”
Jesus. (João, 16:33.)
Habitando este orbe, passamos por sucessivas expiações e provações. Após
refletir, concluímos que, nos momentos aflitivos, contamos com o apoio de
familiares, de raros amigos verdadeiros, de eventuais leituras e de inspirações
dos Espíritos que nos amam e nos aceitam como somos.
“O
progresso é uma das leis da Natureza. Todos os seres da criação, animados e
inanimados, estão submetidos a ele (...). Marcham, assim, paralelamente, o
progresso do homem, o dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da
habitação, porque nada permanece estacionário na Natureza.”
(...)
1
Espíritos – via médiuns insuspeitos – indicaram a
ocorrência dessas mudanças. Boa parte delas, nos últimos anos do século XX. Há
outras tantas, em andamento,
imperceptíveis para a maioria dos habitantes deste belo planeta.
A revista Reformador (FEB) divulgou essas
mensagens. Delas destacamos:
–
Ecos do Apocalipse - Bezerra/Maria C. Paiva, 11.11.74 – em jun/76, p. 165;
– É
a hora!... - Ismael/Maria C. Paiva, 13.04.78 – jul/78, p. 211;
–
Nova Era - Manuel Quintão/Maria C. Paiva, 19.11.81 – jan/82, p. 13;
– A
severa advertência de Bezerra de Menezes - out/88, p. 310;
–
Nova Era - Bittencourt Sampaio/J. Raul Teixeira, 01.10.89 – out/89, p. 312;
–
Primado do Amor - Bezerra/Divaldo, 07.11.92 – dez/92, p. 361;
–
Mensagem de Estímulo e Fé - Bezerra/Divaldo, 18.08.94 – fev/95, p. 37;
– O
impositivo da Era Nova - Bezerra/Divaldo, 06.11.94 – dez/94, p. 357;
– A
palavra de ordem é prosseguir – Bittencourt/Tânia Souza Lopes, 01.02.96 –
mai/96, p. 133;
–
Exortação - Bezerra/Divaldo, 05.10.97 – jan/98, p. 24.
Será
longo o processo de transformações. Quando se concretizarem ocorrerão
extraordinárias mudanças
– todas fruto do Amor, que transbordará dos corações:
–
Favorecerão a fraternidade legítima, solidária, a eliminar injustiças ora
reinantes, gerando condições dignas de vida para os que aqui habitarem, com
direito à saúde, a moradias, à educação, à água pura e ao estudo de todas as
artes;
–
Esse Amor estender-se-á à Natureza (preservada, amada, com a purificação de
rios, lagos e mares; com verdadeira compreensão de que seres humanos, aves e
animais integram um todo que interage reciprocamente. Somos interdependentes,
necessários uns aos outros). E a vida será preservada em todas suas expressões!
“Criando novas necessidades, a civilização não é fonte de novas aflições?
(...) o mais rico é o que tem menos necessidades.”
2
Preciosa lição da Doutrina Espírita é a conquista de virtudes, que melhoram
nosso íntimo (chave do progresso individual). Entre elas, obediência e
resignação:
“(...) A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento
do coração (...).
3
São
forças ativas pois carregam o fardo das provações que a revolta deixa cair.
“(...)
obedecei à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Ai do
Espírito preguiçoso, daquele que fecha o seu entendimento! Ai dele! Porque nós,
que somos os guias da Humanidade em marcha, açoitá-lo-emos e forçaremos a sua
vontade rebelde, por meio da dupla ação do freio e da espora. Toda resistência
orgulhosa terá de ceder, cedo ou tarde. (...)”
3
“(...) A vida é difícil, bem o sei. (...) Se, (...) atentarmos (...) nas
consolações e compensações que, (...) recebemos, havemos de reconhecer que as
bênçãos são muito mais numerosas que as dores. (...)”
4
Cumpre-nos priorizar nossa reforma moral, por seu valor para a vida do Espírito:
“(...) Pensastes apenas no vosso corpo; seu bem–estar, seus prazeres (...). Por
ele, que morre, desprezastes o vosso Espírito, que viverá sempre. (...). Seria
esse o objetivo da vida que o Senhor vos concedeu?”
5
CONHECIMENTO DE SI MESMO 7
Esse aperfeiçoamento dar-se-á, ao reformarmos
nossa natureza, corrigindo defeitos, adquirindo
novas virtudes e desenvolvendo as existentes.
É
tema desenvolvido nas questões 919 e 919-a, de “O Livro dos Espíritos”
6.
Convém estudá-lo e aplicar suas lições
diuturnamente. Nesta última está o método recomendado por Santo Agostinho
(Espírito), que o utilizou em sua vida.
Remetemos eventuais leitores a elas, para que as conheçam e apliquem em suas
vidas, se assim o desejarem. Na última delas o sábio Espírito afirma,
judiciosamente:
“(...) O conhecimento de si mesmo é, portanto, a
chave do progresso individual. (...)”
Outros sábios referem-se à importância desse aprendizado. Destaca–se o pensador
armênio Gurdjieff (1866-1949).
No
início do século 20 recomendava o autoconhecimento e sua importância para bem
viver. Traçou algumas regras de vida que foram colocadas em destaque no
Instituto Francês de Ansiedade e Stress em Paris:
a)
Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo. Repita
essas pausas na vida diária e pense em você, reflita sobre suas atitudes.
b)
Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a
todos é um desgaste enorme.
c)
Planeje seu dia, mas deixe sempre bom espaço para o improviso, consciente de que
nem tudo depende de você.
d)
Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam seus
quadros mentais, você se exaure.
e)
Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, em casa,
no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação,
a não ser você mesmo.
f)
Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos
desejos, o eterno mestre de cerimônias.
g)
Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.
h)
Diferencie problemas reais de problemas imaginários e os elimine, porque são
pura perda de tempo e ocupam espaço mental, precioso para coisas mais
importantes.
i)
Tente descobrir o prazer de atos quotidianos como dormir, comer e tomar banho,
sem achar que isso é o máximo a se conseguir na vida.
j)
Evite se envolver na ansiedade e tensão alheias. Espere um pouco e depois retome
o diálogo, a ação.
k)
Saiba que a família não é você; está junto de você, compõe o seu mundo, mas não
é a sua própria identidade.
l)
Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave
do movimento e da busca.
m) É
preciso ter sempre alguém em quem se possa confiar e falar abertamente, ao menos
num raio de cem quilômetros.
n)
Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda.
Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta.
o)
Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental;
escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.
p)
Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo... para quem quer ficar
esgotado e perder o melhor.
q) A
rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito
diferente.
r)
Uma hora de intenso prazer substitui com folga três horas de sono perdido. O
prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca as oportunidades de se
divertir.
s)
Não abandone suas três grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a
fé.
t)
Por fim, entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: você é o
que fizer de si mesmo. (Fonte: website
psiconselhos,
citado em
reflexão.)
Noutro site (clique
aqui) há oitenta e três conselhos de
Gurdjieff a sua filha. Entre eles:
1.
Fixa tua atenção em ti mesma, sê consciente em cada instante do que pensas,
sentes, desejas e fazes.
2. Termina sempre o que começaste.
3. Faz o que estiveres fazendo o melhor possível.
5. Desenvolve tua generosidade sem testemunhas.
6.
Trata cada pessoa como um parente próximo.
7.
Arruma o que desarrumaste.
8. Aprende a receber, agradece cada dom.
10.
Não mintas, nem roubes, pois estarás mentindo e roubando a ti mesmo.
11. Ajuda teu próximo sem torná-lo dependente.
13. Faz planos de trabalho e cumpre-os.
14. Não ocupes demasiado espaço.
15. Não faças ruídos nem gestos desnecessários.
19. Reparte equitativamente.
21. Come e dorme o estritamente
necessário.
23. Não emitas juízos nem críticas
quando desconheceres a maior parte dos fatos.
26. Não te vendas.
27. Respeita os contratos que firmaste.
28. Sê pontual.
29. Não invejes os bens ou sucesso
do próximo.
30. Fala só o necessário.
33. Realiza tuas promessas.
34. Coloca-te no lugar do outro em
uma discussão.
35. Admite que alguém te supere.
38. Ajuda o outro a se ajudar a si
mesmo.
39. Vence tuas antipatias e te acerca de quem queres rejeitar.
40. Não reajas ao que digam de bom ou de mau sobre ti.
41. Transforma teu orgulho em dignidade.
42. Transforma tua cólera em criatividade.
43. Transforma tua avareza em respeito pela beleza.
44. Transforma tua inveja em admiração pelos valores alheios.
45. Transforma teu ódio em caridade.
47. Trata o que não te pertence como se te pertencesse.
48. Não te queixes.
51. Paga pelos serviços que te prestam.
55. Nunca contradigas, cala-te.
56. Não contraias dívidas, compra
e paga em seguida.
57. Se ofenderes alguém, pede desculpas.
58. Se ofendeste publicamente, desculpa-te igualmente em público.
61. Não conserves objetos inúteis.
62. Não te enfeites com as ideias alheias.
67. Aceita que nada é teu.
68. Quando pedirem a tua opinião
sobre alguém, fala somente de suas qualidades.
69. Quando adoeceres, em vez de odiar esse mal, considera-o teu mestre.
74. Se decidires trabalhar para
alguém, trata de fazê-lo com prazer.
75. Se estás em dúvida entre fazer ou não fazer algo, arrisca-te e faz.
78. Vive dos teus próprios ganhos.
82.
Obtém para repartir.
ESTUDO DO EVANGELHO NO LAR
É
meio valioso para desenvolver a reforma íntima e, consequentemente, o
autoconhecimento. Não elimina provas e expiações, mas inspira-nos a aceitação e
a resignação. Favorece a influência de nossos benfeitores, seja pelas
inspirações benéficas, seja pelas lições recebidas durante o sono do corpo.
FELICIDADE
À Sombra das Amendoeiras
8
Vês as amendoeiras e a sombra que oferecem, que
derramam à sua volta? – pois ali a felicidade está.
Em cada uma dessas sombras que encontrares, enxuga
o suor do rosto; goza a frescura da sombra; delicia-te com a amenidade da brisa;
descansa...
Descansa e esqueça a estrada; prolonga a tua
parada, o quanto puderes... depois terás que prosseguir... e, prosseguirás, até
que chegue a hora de voltar.
A felicidade é isto: pequenos momentos, pequenas
paradas, retalhos de sombra fresca na estrada isolada. Aproveite-os, sempre que
os encontrares pelos caminhos. E, prolongue-os, enquanto puderes, o quanto for
possível. Aproveita o teu repouso nessas manchas de sombras convidativas.
Senta-te e adormece. Depois, quando seguires,
esquecerás a sombra amiga, onde terás colhido o beijo fugaz da felicidade. Mas,
não te desesperes!... Irás encontrá-la, de novo, à tua espera, debaixo de outra
árvore mais adiante.
Não faça como eu fiz, que, na sofreguidão de ir ao
seu encontro, procurei-a onde não estava, não soube determinar onde me acenava.
E, agora, nas sombras das amendoeiras só vejo
saudade.
Não se abata diante dos desertos escaldantes, dos
tropeços, das quedas... caminhe... lembre-se das sombras que se aproximam e siga
em frente; em busca da próxima amendoeira.
Versos premonitórios de poetas inspirados, revelam
esse amanhã que se aproxima:
JUÍZO FINAL
(Nelson Cavaquinho e Élcio Soares)
O sol há de brilhar mais uma vez;
A luz há de chegar aos corações;
Do mal será queimada a semente:
O amor será eterno novamente!
É o juízo final
– A história do Bem e do Mal –,
Quero ter olhos pra ver:
A maldade desaparecer!
Zélia Duncan nos brinda com essa bela canção:
clique aqui
Jesus concluirá essas transformações. E “...
haverá um rebanho e um pastor ...”. (Jo-10:16).
Só então a felicidade será deste mundo, ao se
completar a transição de mundo de expiações e provas para planeta de
regeneração!
É nossa conclusão!
Referências:
1.
KARDEC, Allan. O
Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III, item 19, p. 89/90. – Santo
Agostinho. (Paris, 1862.).
2.
KARDEC, Allan. O
Livro dos Espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1.impr. Rio de
Janeiro: FEB, 2011, q. 926, p. 561.
3.
KARDEC, Allan. O
Evangelho Segundo o Espiritismo, pelo Espírito Lázaro. (Paris, 1863.) cap.
IX, item 8, p. 195/6.
4.
KARDEC, Allan. O
Evangelho Segundo o Espiritismo, Um Espírito amigo. (Le Havre, 1862) cap.
IX, item 7, p. 195.
5.
KARDEC, Allan. O
Evangelho Segundo o Espiritismo, Um Espírito protetor. (Cracóvia, 1861) cap.
XVI, item 12, p. 324.
6.
KARDEC, Allan. O
Livro dos Espíritos. Trad.
Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1.impr. Rio de Janeiro: FEB, 2011, q. 919 e
919-a, p. 553 a 555.
7.
Site:
psiconselhos
8.
CEGALLA,
Domingos Paschoal.
Português para o Colégio Comercial.
SP: Cia. Editora Nacional. À sombra das amendoeiras,
Sônia Dias
p. 104.