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por Fernando Rosemberg Patrocinio

 

Deus da concepção espírita

Qual seria a coisa mais simples de Tudo?
Seria o átomo?

Mas o átomo já não é mais, porquanto já fora destituído de tal pelas múltiplas formas suas, sendo, no caso: mais simples ainda, ou seja: do que hoje se nos mostra, surpreendentemente, pela Física Quântica e Ciências correlatas!

E qual seria a coisa mais complexa de Tudo?

Seria o Universo?

Mas o Universo hoje se integra no Multiverso, ou seja, pelo conjunto dos Universos, que, por sua vez, é infinito em suas proporções físicas e não-físicas, palpáveis e não-palpáveis, materiais e não-materiais, abrangendo, pois, a matéria escura que, por sua vez, parece existir e não-existir, pois que muito ainda se discute da mesma, como coisa sólida e não-sólida, conquanto sua objetividade indiscutível para alguns, mas não para todos... e assim vai...

E, pois, não havendo efeito sem causa...

E, pois, não havendo o Universo, bem como o Multiverso, desprovidos de suas Leis matemáticas, Leis indubitáveis, e, pois, não sendo tais desprovidas de um Seu Autor, define o Espiritismo que:

“Deus É a inteligência Suprema, Causa Primária de todas as coisas”.

E isto fora, pois, em meados do Século 19, em plena Era da Razão, da Ciência e da Cultura, da Filosofia mais altaneira, conquanto os céticos de todos os tempos da humanidade: que vendo não veem, e raciocinando não raciocinam, pois que sua descrença, e sua rebeldia filosófica, íntima e pessoal, são muito maiores que as evidências insofismáveis dos fatos; o que ainda se dá, óbvio, com alguns outros elementos neste início do conturbado Século 21: de mudanças evolutivas para um Mundo melhor: o Regenerador.

Porém, que revisitemos a nossa Bíblia Sagrada, mais exatamente o Velho Testamento, que, conceituando Deus, o define nos termos de uma Autoridade Suprema, ou seja, de que:

“Eu Sou o Senhor”.

Que Jesus, no Novo Testamento, informa, e, pois, num modo muito mais elegante, muito mais brando e pacífico, transmuda o Deus Autoridade para um Senhor que, simplesmente:

“É Pai”.

Porém, Jesus vai mais longe ainda, pois, apesar da pouca sabedoria de seus pares, informa, de um modo muito mais abrangente, que:

“Deus É Espírito, e importa que o adorem em espírito e verdade”.

Lição válida até os presentes dias, donde a obra de Kardec, do Chico e de Pietro Ubaldi corroboram tais assertivas que implicam em um Deus que, sendo Espírito, alçam-No a Algo, ou, a uma Inteligência não-limitada, Algo, pois, que não se pode circunscrever, limitar, parecendo-nos, assim, como Inteligência Suprema, e, pois, não-conceituável por palavras, ou, dir-se-ia, não descritível pela razão e pela pobreza das linguagens mundanas, insuficientes para tal.

Sendo Deus, pois, em tais termos, “compreendido”, ou, “traduzível” por um “Foco de Luz”, ou, de “Energia” que se distende do centro ao infinito, e, como diz Emmanuel e Sua-Voz: trata-se de uma condição donde espaço e tempo desaparecem por completo, e que, pois, torna-se algo ainda mais incompreensível às nossas mentes pelas noções enganosas da matéria, do tempo e do espaço de nossas precárias concepções mundanas.

E, assim, pois, de retorno ao “Senhor”, ao “Espírito” ilimitado - que também é “Pai” segundo Jesus -, Ele próprio esclarece e aprofunda mais ainda suas deduções de Deus, tudo Lhe resumindo nas sublimes e brandas palavras que atingem contundentemente nossas vibrações mais íntimas, ou seja, do nosso coração, ministrando e resumindo, pois, para nossas reflexões, que:

“Deus É Amor”.

No que se pode, pois, por aí, de modo íntimo e pessoal, bem como inteligível a todos:

- Resumir, e Compreender, como a mais perfeita, exata e indubitável conceituação de Deus, do Criador, no que o Homem, pois, deveria, ou deverá se espelhar para compreendê-Lo e amá-Lo tal como Ele nos Ama: infinitamente.

Mas dir-se-ia que os problemas, as mais diversas dores, as injustiças, as políticas rasteiras, as guerras e tudo o mais desmente um Deus-Amor, o que, muito pelo contrário, não o desmente, mas sim Lhe confirma, sendo tais dores e tais problemas, portanto, frutos de um Homem que ainda é rebelde, odiento e transgressor, e, portanto, infrator daquelas mesmas Leis do Deus-Amor ministrado por Jesus, que, enviado d’Ele, fora incompreendido, escorraçado e pregado num madeiro infamante, como fruto de nossa ignorância e desamor.

E o Espiritismo de Kardec, por matemática e por lógica doutrinária, avança suas concepções do Supremo, nos termos racionais de que:

“Deus É Eterno”.

Pois se tivesse tido um começo, se tivesse sido criado, Ele já não seria eterno, pois teria sido gerado por um Ser anterior a Ele, e que, portanto, Deus não seria Deus, e sim, uma criação de Algo que existia dantes d’Ele, e que seria Deus.

E, complementando suas ideias, o Espiritismo afirma que:

“Deus é Imutável”,

Pois que as Leis Estáveis e Ordenadas de Tudo à nossa volta e que, pois, se estendem à inteireza do nosso Universo, ou, do nosso Multiverso, tais Leis testificam, com clareza, matematicidade e objetividade, que Alguém Pensou, Alguém Fez, Alguém Conservou e Conserva, e, mais ainda, Tudo movimenta em sentido ascendente, ou seja, para cima e para o alto no que hoje se conhece como Evolução palingenésica, tratando, pois, de aperfeiçoar as espécies da natureza até ao Homem, donde Tudo, pois, se submete a tal movimento ascensional, e, até onde (?), senão até Deus, nosso Pai, nosso Justo Criador.

Mas o referido Espiritismo elucida mais ainda, pois ministra que:

“Deus é Imaterial”.

Pois que: sendo Espírito, não se presta às mudanças e transformações várias da matéria, e que o Homem, como filho de Deus, há de tornar-se, tal como Ele mesmo: Espírito Puro, não mais sujeito à matéria, que, nada obstante, lhe serve de degrau para Algo Maior, da Espiritualidade Divina, do mesmo Deus: Nosso Pai, nosso Criador.

Porém: há mais, pois que:

“Deus é Único”.

O que se revela pela Unidade de vistas e de Ordenamento de Sua criação, do Universo, ou do Multiverso, como um Todo perfeito e ordenado por Leis inderrogáveis, que, não sendo criadas por mim e nem por você: Algo as criou, e, este Algo é Deus: que se revela por Suas obras, Suas Leis indubitáveis.

Porém: Há mais!

Sendo Deus-Espírito, ou, uma espécie, ou, uma forma de energia que abrange Tudo de Sua Criação, poder-se-ia, sob tal aspecto, e, por nossa apoucada compreensão do mesmo, dizer que:

“Deus é Impenetrável”.

Ou, então, que não se teria palavras ou termos gramaticais que possam explicá-Lo mais exatamente, ou, mais profundamente...

O que não muda nada, pois as explicações bíblicas, de Jesus e do Espiritismo são o que há de mais lógico, e mais compreensível, às nossas mentes infantis, sendo que o resto vem depois, na medida de nossos esforços para compreendê-Lo e amá-Lo, mas não tal qual, ou tão quanto, Ele nos Ama infinitamente, e isso, por enquanto, nos basta.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita