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por Luiz Guimarães Gomes de Sá

 

Viver bem ou viver para o bem?


No percurso de nossas existências sempre nos interrogamos sobre a razão da vida. Essa indagação é algo comum a todos nós, fazendo parte das dúvidas que nos cercam. Dentro desse quadro sempre há espaço para perguntarmos: como estamos conduzindo nossas vidas? Vivemos bem ou vivemos para o Bem? São situações distintas e de valores indiscutivelmente sutis que nos levam à reflexão. Obviamente “viver bem” é admitido em geral como ter saúde, conforto, fartura. Porém isso não basta. Podemos ter saúde física e nada nos faltar e a consciência manter-se em desalinho...

As várias nuances da convivência podem trazer desconforto mental e solapar o nosso sono, nada obstante termos a saúde física ainda não comprometida e mantido o conforto que nos agrada. Então, esse “viver bem” já não tem a plenitude que nos enseje uma relativa felicidade, já que não nos é possível nesse Orbe escola-hospital desfrutar de uma completa felicidade.

A questão 920 do Livro dos Espíritos esclarece: “Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra”? “Não, por isso que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra.”

Segundo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), no livro Ética a Nicômaco, “Felicidade é a vida da Alma conforme a razão pela prática das virtudes”. Diz ainda o filósofo: “As virtudes configuram-se em hábitos capazes de levar alguém a excelência, ao que há de melhor na condição humana”. Depreende-se que as virtudes estão inseridas nos conceitos ético-morais que todos nós precisamos exercitar em nossas existências.

Mesmo que tenhamos fartura e bens materiais não estaremos completos no âmbito de “viver bem”. Apesar de termos além do essencial para a sobrevivência, um “vazio” ainda persiste em nós... Nossa essência como Espírito necessita de valores sutis e elevados que nos encaminhem para a angelitude onde teremos a Paz duradoura e não a felicidade efêmera no âmbito da Terra. Lembremo-nos do contido em João 14:27: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.

Já é tempo de perscrutarmos a forma de “viver para o bem” afastando-nos do egoísmo e alçando os degraus da caridade ao externarmos o potencial que temos adormecido para servirmos aqueles que passam por necessidades. Dessa forma estaremos favorecendo a tantos que vivem na completa infelicidade material e, não raro, precisam, também do apoio moral.

Com essa atitude aliada a tantas outras “virtudes” estaremos enxergando a vida na perspectiva de “viver para o bem”, preenchendo o nosso campo mental com energias benfazejas que serão uteis para todos os que as recebem e, para nós como fontes renovadoras que aumentarão o nosso potencial criativo. 

Buscar esse objetivo faz parte da missão que todos nós precisamos cumprirReportando-nos a Aristóteles, mais uma vez, temos: “Ainda nos falta entender qual é a finalidade à qual o ser humano se dirige, esse fim que é “O Sumo Bem”, o mais alto de todos os bens que se pode alcançar pela ação. Podemos entender que “O Sumo Bem” é algo que transcende à vida material.

Num mergulho profundo em nosso interior iremos encontrá-lo como força latente que precisa emergir para que possamos dizer que “vivemos para o bem”, com a convicção de que esse é o caminho.

No livro Vida Feliz, 4ª edição, pág.50, psicografia de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis, temos: “(...) A felicidade é um estado íntimo, defluente do bem-estar que a vida digna e sem sobressaltos proporciona”. É nesse estado de espírito que desfrutaremos da felicidade rumo à Paz anunciada pelo Mestre Jesus. (Ser feliz é estar consciente de que fez o melhor de si).



 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita