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por Temi Mary F. Simionato

 

Nossa escalada evolutiva


“Aquele que tiver encontrado a sua vida a perderá, e aquele que tiver perdido a sua vida por minha causa, a encontrará.” - 
Jesus (Mateus, 10:39) 


Considerando a nossa caminhada, pelo ponto de vista evolucional, em que cada um edifica o que lhe agrada, como: as ambições e desejos do mundo, perder essa existência será somente possível quando outra proposta superior de vida encontre ressonância em nosso íntimo, e nos disponhamos a aceitar novos padrões com os quais nos deslumbramos e possamos adotá-los.

Nos seres inferiores da Criação, naqueles que ainda lhes falta o senso moral, em que a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Sendo uma das mais imperiosas a alimentação.  O homem, então, luta apenas para viver. É nesse primeiro período que a alma elabora e ensaia para vida. Assim, nas primeiras idades domina o instinto animal e a luta ainda é a da satisfação das necessidades materiais. Porém, mais tarde, contrabalançando-se o instinto animal e o senso moral, o homem já não apenas luta para se alimentar, mas também para satisfazer a sua ambição, o seu orgulho. Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolvemos a sensibilidade diminuindo a necessidade de destruir até que desenvolvamos a moralidade, a ponto de desaparecer as imperfeições que tanto atrasam a nossa jornada evolutiva. Contudo, a luta é sempre indispensável ao aprimoramento do Espírito Imortal.

Somente à vista de muita atividade adquirimos conhecimentos, experiências, despojando-nos dos últimos vestígios da animalidade. Poderemos entender desta maneira, que a alma qual criança, é inexperiente nas primeiras fases da existência, daí o ser falível. Deus através das experiências nos dá meios de adquiri-la, deste modo, um passo em falso na senda do mal é um atraso para a alma que sofrendo as consequências, aprenderá o quão é importante evitá-lo. Assim sendo, pouco a pouco desenvolvemo-nos, nos aperfeiçoamos e nos adiantamos na hierarquia espiritual até alcançarmos o patamar dos Espíritos Puros.

Percebemos então que a porta da perdição é larga porque as más paixões são inúmeras e o caminho do mal é o mais frequentado pela maioria. No entanto, a porta da salvação é estreita, porque quando queremos transpô-la fazemos grandes esforços sobre nós mesmos para vencer as más tendências.

Esse mecanismo vigora por força do progresso em todas as instâncias da vida Universal se caracterizando por degraus quase infinitos em que podemos estudar os diversos graus em que se subdividem os seres da Criação, consoante seus movimentos intelecto morais onde se situem. Todos os seres passam por isso, pois, é obra do Progresso moral.

Jesus descreve a transição por qual passamos por força da Lei, todo aquele que atravessa o “deserto” (interiorização) – trecho do caminho áspero, que se posiciona entre dois ciclos de experiência evolutiva, ou seja, entre o passado já saturado e o futuro ainda incerto. A imagem do “homem velho”, arraigado à matéria, dando ensejo ao “homem novo”, que vive no mundo, mas, não é escravo da matéria, nos dá a ideia segura do plano em estudo.

Sobre aqueles que não esperam nada depois desta vida ou que simplesmente duvidam, as aflições se abatem com todo seu peso e, nenhuma esperança suaviza- lhes a amargura. Eis o que levou Jesus a dizer: “Vinde a mim todos vós que estais fatigados e Eu vos aliviarei”. Mt, 9:28-30

À medida que vencemos, por experiência prática, e por dedução lógica, as ilusões acalentadas há tantos milênios a cerca da matéria e do materialismo, vamos adentrando a essência de tudo o que existe na Criação e, por efeito do desenvolvimento do senso moral, adotamos, voluntariamente, a moral cristã, revelando-a na vida nova e tomada de verdade que nos invade a alma.

Jesus é para o homem o tipo de perfeição moral a que se pode aspirar na Terra.  Deus no-LO ofereceu como o mais perfeito modelo, como a mais pura expressão de Sua Lei.

Quando o Mestre louvou a persistência, evidenciava a tarefa árdua dos que procuram as excelências do caminho Espiritual. Por isso, é necessário apagar as falsas noções de favores gratuitos da Divindade. Ninguém se furtará impune à percentagem de esforço que lhe cabe na obra de aperfeiçoamento próprio. As portas do céu permanecem abertas, todavia, para que nos elevemos até ela, precisamos das asas do Amor e da Sabedoria. Por isto, o supremo Senhor concede-nos extensa cópia do material de misericórdia, conferindo a cada um grande esforço.

A fim de concluí-la, reúne-se a contribuição dos dias e das existências. Muitos desanimam e preferem estacionar séculos a fio, nos labirintos da inferioridade, no entanto, os bons trabalhadores perseveram até atingirem as finalidades Divinas do caminho terrestre, continuando em trajetória sublime para a perfectibilidade.

Temos assim, o Evangelho que foi e é pregado aos povos para que compreendamos e alcancemos os fins superiores da vida.

 

Bibliografia:

KARDEC, Allan – A Gênese – 28ª edição – Editora FEB – Rio de Janeiro/RJ – capítulo 3- item 24 – 1985.

-------------------- - O Evangelho Segundo o Espiritismo – 365ª edição – Editora IDE – Araras/SP –Capítulo 6 – itens 1 e 2 e Capítulo 18- itens 3 a 5 – 2009.

--------------------- -O Livro dos Espíritos – 16ª edição – Editora FEESP – São Paulo/ SP - Questões 625/ nota de Kardec – e 100 – 2015.

 

 

 

     
     

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