Nossa escalada
evolutiva
“Aquele que tiver encontrado a sua vida a perderá, e
aquele que tiver perdido a sua vida por minha causa, a
encontrará.” - Jesus (Mateus,
10:39)
Considerando a nossa caminhada, pelo ponto de vista
evolucional, em que cada um edifica o que lhe agrada,
como: as ambições e desejos do mundo, perder essa
existência será somente possível quando outra proposta
superior de vida encontre ressonância em nosso íntimo, e
nos disponhamos a aceitar novos padrões com os quais nos
deslumbramos e possamos adotá-los.
Nos seres inferiores da Criação, naqueles que ainda lhes
falta o senso moral, em que a inteligência ainda não
substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel
senão a satisfação de uma necessidade material. Sendo
uma das mais imperiosas a alimentação. O homem, então,
luta apenas para viver. É nesse primeiro período que a
alma elabora e ensaia para vida. Assim, nas primeiras
idades domina o instinto animal e a luta ainda é a da
satisfação das necessidades materiais. Porém, mais
tarde, contrabalançando-se o instinto animal e o senso
moral, o homem já não apenas luta para se alimentar, mas
também para satisfazer a sua ambição, o seu orgulho.
Todavia, à medida que o senso moral prepondera,
desenvolvemos a sensibilidade diminuindo a necessidade
de destruir até que desenvolvamos a moralidade, a ponto
de desaparecer as imperfeições que tanto atrasam a nossa
jornada evolutiva. Contudo, a luta é sempre
indispensável ao aprimoramento do Espírito Imortal.
Somente à vista de muita atividade adquirimos
conhecimentos, experiências, despojando-nos dos últimos
vestígios da animalidade. Poderemos entender desta
maneira, que a alma qual criança, é inexperiente nas
primeiras fases da existência, daí o ser falível. Deus
através das experiências nos dá meios de adquiri-la,
deste modo, um passo em falso na senda do mal é um
atraso para a alma que sofrendo as consequências,
aprenderá o quão é importante evitá-lo. Assim sendo,
pouco a pouco desenvolvemo-nos, nos aperfeiçoamos e nos
adiantamos na hierarquia espiritual até alcançarmos o
patamar dos Espíritos Puros.
Percebemos então que a porta da perdição é larga porque
as más paixões são inúmeras e o caminho do mal é o mais
frequentado pela maioria. No entanto, a porta da
salvação é estreita, porque quando queremos transpô-la
fazemos grandes esforços sobre nós mesmos para vencer as
más tendências.
Esse mecanismo vigora por força do progresso em todas as
instâncias da vida Universal se caracterizando por
degraus quase infinitos em que podemos estudar os
diversos graus em que se subdividem os seres da Criação,
consoante seus movimentos intelecto morais onde se
situem. Todos os seres passam por isso, pois, é obra do
Progresso moral.
Jesus descreve a transição por qual passamos por força
da Lei, todo aquele que atravessa o “deserto”
(interiorização) – trecho do caminho áspero, que se
posiciona entre dois ciclos de experiência evolutiva, ou
seja, entre o passado já saturado e o futuro ainda
incerto. A imagem do “homem velho”, arraigado à matéria,
dando ensejo ao “homem novo”, que vive no mundo, mas,
não é escravo da matéria, nos dá a ideia segura do plano
em estudo.
Sobre aqueles que não esperam nada depois desta vida ou
que simplesmente duvidam, as aflições se abatem com todo
seu peso e, nenhuma esperança suaviza- lhes a amargura.
Eis o que levou Jesus a dizer: “Vinde a mim todos vós
que estais fatigados e Eu vos aliviarei”. Mt,
9:28-30
À medida que vencemos, por experiência prática, e por
dedução lógica, as ilusões acalentadas há tantos
milênios a cerca da matéria e do materialismo, vamos
adentrando a essência de tudo o que existe na Criação e,
por efeito do desenvolvimento do senso moral, adotamos,
voluntariamente, a moral cristã, revelando-a na vida
nova e tomada de verdade que nos invade a alma.
Jesus é para o homem o tipo de perfeição moral a que se
pode aspirar na Terra. Deus no-LO ofereceu como o mais
perfeito modelo, como a mais pura expressão de Sua Lei.
Quando o Mestre louvou a persistência, evidenciava a
tarefa árdua dos que procuram as excelências do caminho
Espiritual. Por isso, é necessário apagar as falsas
noções de favores gratuitos da Divindade. Ninguém se
furtará impune à percentagem de esforço que lhe cabe na
obra de aperfeiçoamento próprio. As portas do céu
permanecem abertas, todavia, para que nos elevemos até
ela, precisamos das asas do Amor e da Sabedoria. Por
isto, o supremo Senhor concede-nos extensa cópia do
material de misericórdia, conferindo a cada um grande
esforço.
A fim de concluí-la, reúne-se a contribuição dos dias e
das existências. Muitos desanimam e preferem estacionar
séculos a fio, nos labirintos da inferioridade, no
entanto, os bons trabalhadores perseveram até atingirem
as finalidades Divinas do caminho terrestre, continuando
em trajetória sublime para a perfectibilidade.
Temos assim, o Evangelho que foi e é pregado aos povos
para que compreendamos e alcancemos os fins superiores
da vida.
Bibliografia:
KARDEC, Allan – A Gênese – 28ª
edição – Editora FEB – Rio de Janeiro/RJ – capítulo 3-
item 24 – 1985.
-------------------- - O Evangelho
Segundo o Espiritismo – 365ª edição – Editora IDE –
Araras/SP –Capítulo 6 – itens 1 e 2 e Capítulo 18- itens
3 a 5 – 2009.
--------------------- -O Livro dos
Espíritos – 16ª edição – Editora FEESP – São Paulo/
SP - Questões 625/ nota de Kardec – e 100 – 2015.