Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Amar os animais e aprender a respeitar a natureza


A infância não é um tempo, não é uma idade, uma coleção de memórias, é quando ainda não é demasiado tarde, quando estamos disponíveis para nos surpreendermos e nos deixarmos encantar
. Mia Couto


Em casa, qualquer criança que tem um animal de estimação constrói rapidamente um vínculo de afeto e amizade, seja ele um cão, um gato, um porquinho-da-índia. Além disso, conviver com outras espécies é também uma forma de compreender que não vivemos sozinhos e que, no planeta Terra, o ser humano assume o compromisso de respeitar o direito de existência dos demais seres, segundo a relação de interdependência sociedade-natureza.

O contato com um animal de estimação na infância permite, sem dúvida, que as crianças reconheçam que o ser humano é apenas mais uma espécie, dentre tantas outras. E que, apesar disso, o meio ambiente, sua manutenção em equilíbrio, depende muito de nós, de nossas escolhas e atitudes cotidianas.

Insisto sempre: mais do que ter um gato ou um cachorro de estimação, é essencial que as crianças tenham a oportunidade de amar os animais, criando/recriando também uma rotina com a natureza: os bebês e as crianças brincam no quintal, observam insetos, ouvem os pássaros, sentem o vento, ouvem os sons das plantas balançarem, reparam se está sol ou nublado, se vai chover, percebem a passagem do tempo, regam, plantam, comem, refletem sobre a vida e a morte (de insetos e plantas), brincam nas poças, compartilham suas descobertas, correm com os cães, espreguiçam com os gatos, tantas explorações potentes e criativas...

Tendo em mente que os animais de estimação auxiliam bastante no aspecto social, eles vão ensinar à criança a trocar afeto, a dar e receber. Se a criança amar seu cachorro, ele vai gostar de permanecer perto dela. Se ela machucá-lo, ele vai fugir. Isso também vai pouco a pouco ensinando a criança como agir com o outro e respeitar o seu espaço, as suas necessidades.

Por fim, nunca esquecer: independente do tipo e tamanho do animal, a convivência com as crianças com seus animais de estimação deve ser sempre monitorada, pois elas não têm noção de força ou perigo. 

 

Notinhas

Há muitos estudos que sugerem os benefícios físicos e psicológicos do contato com os animais, especialmente para crianças. De acordo com pesquisas canadenses, por exemplo, bebês de famílias que incluem animais de estimação têm menos propensão a desenvolver alergias e obesidade. Há animais, inclusive, que são utilizados em terapias e sessões de reabilitação, à medida que podem auxiliar as crianças a lidar com questões como o medo, a ansiedade ou problemas cognitivos, além de trabalhar o desenvolvimento motor.

Uma forma lúdica e divertida de falar com as crianças sobre a importância de cuidar da natureza e dos animais é a literatura infantil, ou seja, oferecer aos filhos livros que abordem temas relacionados a animais e/ou cuidado com a natureza.

Em relação aos animais silvestres/selvagens, as crianças podem desenvolver uma relação de proteção e respeito. É importante, por exemplo, no cotidiano da infância, pais ou quem cuida da criança conversar de modo reiterado a respeito de animais em extinção, consumo consciente e empatia ambiental.

 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita