Elucidações de Emmanuel

por Francisco Cândido Xavier

  

Ante a bondade de Deus


Quando a feição do mal se afigure terrível, a ponto de insinuar nos Espíritos mais valorosos a falsa suposição de que se encontram à frente da derrota do bem, medita nos recursos de Deus e prossegue na execução do dever que as circunstâncias te atribuem para que o bem prevaleça.

Não te intimidem opiniões do desânimo, pareceres da dúvida, ameaças do crime ou exigências da inquietação. Continua leal à tarefa edificante que a vida te reservou.

Medo e aflição alastram-se, geralmente, ante as arremetidas do mal; no entanto, a Bondade de Deus, sem alarde, intervém nas causas que as produzem, restaurando a segurança da paz e a marcha do progresso.

Tiranos do passado, galardoados com as prerrogativas do poder, esmagaram povos inteiros, fornecendo a ideia de que lograriam perpetuar a iniquidade entre as Nações, mas a bondade de Deus, em silêncio, esperou a renovação que orienta os processos da Natureza e, em novas reencarnações, deu-lhes a disciplina dos escravos, na qual aprenderam, louvando o sofrimento, quanto dói a ferida dos que foram situados em servidão.

Malfeitores arguciosos, que a posse do ouro tantas vezes conserva impunes, estenderam orfandade e viuvez, oferecendo a impressão de que propiciariam à ganância força de lei sobre a Terra, mas, em silêncio, a Bondade de Deus esperou a grande transformação que lhes competia e, em novas reencarnações, deu-lhes a disciplina dos filhos das regiões desoladas, na qual aprenderam, louvando o sofrimento, quanto dói o cativeiro da penúria e da fome.

Criminosos inteligentes, garantidos pelo favor das convenções sociais, estabeleceram o império temporário da delinquência afetiva, parecendo arrasar toda a conceituação de respeito e de amor, entre as criaturas, mas, em silêncio, a Bondade de Deus esperou pelas metamorfoses inevitáveis da vida e, em novas reencarnações, deu-lhes a disciplina do corpo enfermo, na qual aprenderam, louvando o sofrimento, quanto dói o infortúnio dos que foram atirados ao desequilíbrio emotivo.

Trabalha e confia no setor do bem que o mundo te entregou. E, quando o mal se alteie diante de ti, prometendo esgotar-te todas as reservas de serviço e de resistência, confia e trabalha, mesmo assim, na certeza de que, acima de todas as nossas forças, podes contar, invariavelmente, com os recursos de Deus.

 

Do livro Escrínio de luz, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.




 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita