Alguns companheiros conversavam furiosamente, em Pedro
Leopoldo, sobre certo político:
— A coisa
devia ser assim.
— Devia ser
de certo modo.
— O homem
era a perversidade em pessoa.
— Prometera
isso e fizera aquilo.
Um dos
irmãos dirigiu-se ao médium e perguntou:
— Que diz
você, Chico? Temos alguma referência dos Amigos Espirituais
sobre o caso?
O
interpelado pretendia responder, mas no justo momento em que ia
emitir a sua opinião, ouviu a voz de Emmanuel sussurrar-lhe,
segura, aos ouvidos:
— Cale a
sua boca. Você nada tem a ver com isso.
O médium
ruborizou-se e o grupo, em torno, verificou que o Chico não
conseguia responder, apesar do desejo de externar-se. Alguém
ponderou que ele deveria estar mal e rodearam-no, em oração,
dando-lhe passes. A reunião dispersou-se.
Não foram
poucos os que, estranhando o caso, afirmaram em surdina que o
Chico parecia francamente um pobre obsidiado. Mas o fato é que a
sombra da maledicência não lhe penetrou o espírito e nem o
prejudicou, por isso, o clima de elevação, fruto de jejum e
oração, em que vivia. Caso digno de ser seguido por todos que
zelam pela vitória de seu dia, policiando o que lhes sai dos
lábios...
Do livro Lindos casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama.
|