A
hora das
escolhas
Viver e ser
feliz é anseio
de todo o ser
humano. Cada um
de nós, de
acordo com a sua
visão pessoal do
que considera
ser a
felicidade,
define objetivos
e traça metas do
que deseja
alcançar e que
pensa ser
imprescindível
para a obtenção
de momentos de
gozo e
felicidade.
Criamos
expectativas,
construímos
sonhos e
pensamos “quando
conseguir, serei
feliz”.
Entretanto, qual
a realidade das
nossas vidas? O
que pensamos ser
a felicidade,
não passa de uma
série de
momentos fugazes
que raramente
nos trazem a
ventura por que
esperávamos.
Momentos
ilusórios,
efémeros, que
passam por nós a
uma velocidade
decepcionante,
deixando a
triste sensação
de que não
existe,
verdadeiramente,
felicidade neste
mundo.
Será isso
realmente
verdade? Não
será possível
alcançar a
felicidade neste
mundo? Dizem-nos
as religiões
tradicionais que
não. Que neste
mundo temos de
sofrer, que a
ventura só
iremos
encontrá-la num céu futuro,
se o merecermos,
pois é essa a
vontade de Deus.
Entretanto,
esse céu aparece-nos
como um lugar de
que pouco ou
nada sabemos,
que nos surgirá
apenas após a
morte, e que
para o
merecermos
teremos de
cumprir um sem
número de
requisitos,
entre os quais
se encontra o
aderir a esta ou
aquela religião
com todas as
suas práticas e
ritos, sob pena
de não sermos
considerados
suficientemente
bons para o
habitar. É um
lugar envolto em
mistério, com a
agravante de
que, se não
formos
merecedores,
após uma vida de
sofrimento,
seremos dele
excluídos
irremediavelmente.
É, portanto, um
lugar só para
eleitos, algo
muito distante
das humildes
expectativas da
maior parte de
nós. Não admira
que cedo essa
ideia de
felicidade
exclusivamente
futura tenha
levado ao
desencanto,
contribuindo
para a
disseminação das
ideias
materialistas e
para a busca da
felicidade em
algo mais
palpável e
imediato.
Palpável e
imediato, mas
que,
comprovadamente,
não nos tem
feito felizes
como desejamos.
Voltamos à
questão: não
será possível
alcançar a
felicidade neste
mundo? E se não,
então porquê?
Não nos criou
Deus para sermos
felizes? Jesus
apresentou-nos
Deus como um
Pai. Qual o
maior desejo de
qualquer pai
terreno? Não
será a
felicidade dos
seus filhos?
Para isso
trabalha, para
isso os educa,
para isso os
cria como maior
amor. Para que
sejam felizes. A
felicidade dos
nossos filhos é
a nossa
felicidade.
Então, seria
Deus um Pai
menos amoroso e
desvelado do que
qualquer pai
terreno?
Deus criou-nos
para a
felicidade
eterna. Mas onde
está essa
felicidade?
Certamente cada
um de nós terá
uma opinião
pessoal sobre o
que ela
representa. Por
isso, sendo uma
noção tão
pessoal,
dependerá de nós
e apenas de nós
o alcançá-la. Se
a colocarmos nos
objetos, nos
bens terrenos,
nas aquisições
materiais, nas
atitudes dos
nossos
semelhantes,
estaremos a
colocá-la em
algo
completamente
exterior a nós.
Ensina-nos Jesus
que a felicidade
é uma conquista
do Espírito.
Cultiva-se no
âmago dos nossos
corações, nas
nossas atitudes
perante a vida,
na forma como
encaramos tanto
as dificuldades
e obstáculos que
se nos
apresentam como
as alegrias e
sucessos da
vida. Podemos
encarar a
felicidade não
como um objetivo
de vida, mas sim
como um caminho
para atingirmos
os nossos
objetivos.
Que objetivos
serão esses? O
que nos diz
sobre isso a
Doutrina
Espírita?
Pensemos em qual
a razão pela
qual estamos
neste mundo, na
presente
existência, como
em todas as
outras que
deixámos para
trás (ou nas que
se seguirão após
a atual). A vida
é contínua.
Desde que fomos
criados,
destinamo-nos à
eternidade. Cada
existência
terrena
constitui uma
etapa em que
faremos novas
aprendizagens
nos variados
campos que
formam a nossa
humanidade:
espiritual,
intelectual,
moral,
psicológico…
Numas etapas,
temos saído
vencedores.
Noutras, nem
tanto. Na senda
da evolução, nem
sempre a
caminhada tem
sido em linha
reta ascendente.
Alguns têm sido
os avanços, mas
inúmeras têm
sido as quedas.
Isto acontece no
caminho de todos
nós, sem
exceção, porque
todos fomos
criados simples
e ignorantes,
com vista à
ascensão por
nosso próprio
esforço, mas que
nosso seja
também o mérito.
De vez em
quando, a dor
chama-nos ao
caminho certo; é
um alerta. Isto
não acontece
porque Deus se
queira vingar ou
porque se sinta
ofendido perante
os nossos erros.
Ele, como nosso
Criador, conhece
as nossas
fragilidades e
ama-nos
incondicionalmente.
Mas a dor é
decorrente das
nossas próprias
falhas. Faz
parte das
condições
físicas e morais
do planeta que
habitamos. À
medida que nos
aperfeiçoamos, e
contribuímos
para o
aperfeiçoamento
do nosso
planeta,
melhoramos as
suas e nossas
condições e
diversos motivos
de dor e
sofrimento vão
desaparecendo.
Vivemos, tal
como nos ensina
o Consolador,
num mundo de
provas e
expiações. Se
estamos aqui, é
porque temos
algo a expiar e
necessitamos
ainda de passar
por provas que
nos levarão a
melhores
condições
intelectuais e
espirituais. Por
conseguinte,
somos forçados a
concluir que, se
já não
necessitássemos
dessas provas e
expiações,
estaríamos,
neste preciso
momento, num
mundo melhor,
onde a dor já
não seria
entrave à
felicidade.
Dizem-nos os
Espíritos que o
nosso mundo está
na fase de
transição para
mundo de
Regeneração. É
uma fase de
seleção, de
escolhas. É
talvez a última
oportunidade de,
aqui neste
mundo, fazermos
as escolhas
certas. A Terra
vai passar a
mundo de
Regeneração. E
nós? Estaremos
aqui, nesse Novo
Mundo, na nossa
próxima
reencarnação?
Seremos capazes
de sintonizarmos
com esse novo
estado em que a
felicidade
esteja mais nas
aquisições
espirituais, no
cultivo dos
valores, no
trabalho
desinteressado
em favor do
nosso
crescimento e no
bem-estar do
próximo, no
“Amai-vos uns
aos outros”, no
“Fora da
Caridade não há
salvação”, no
“Amai-vos e
instruí-vos”?
As condições
para a
felicidade estão
dentro de nós,
Deus colocou em
nós as sementes
do bem, do amor,
do belo, no
momento da
criação.
Sementes
destinadas a dar
fruto, à medida
que fossemos
descobrindo os
valores capazes
de as fazer
desabrochar.
Durante muito
tempo,
demasiado,
temo-nos
concentrado nas
aquisições
materiais, nos
bens
exclusivamente
terrenos. Essa
busca tem-nos
desiludido.
Sentimo-nos
perdidos, se não
a substituirmos
por respostas
capazes de nos
alçarem a um
conceito mais
alargado de
felicidade. As
respostas
são-nos dadas
por Jesus. Como
Ele próprio diz
“Eu Sou o
Caminho, a
Verdade e a
Vida”. Os Seus
ensinamentos, e
mais ainda os
Seus exemplos de
Vida, são aquilo
de que
precisamos para
perceber onde
colocar as
escolhas certas.
Então, e os bens
materiais,
devemos
prescindir
deles? Como
seres habitantes
de um mundo
material, não
podemos
prescindir da
matéria. Os bens
que adquirimos
de forma honesta
através do nosso
trabalho, são
imprescindíveis
para o bem-estar
físico, para
aquisição de
conhecimentos,
para a
experiência
quotidiana na
Terra em
sobressaltos de
maior,
permitindo-nos a
estabilidade
necessária a que
nos dediquemos a
outras
conquistas
maiores. A
desilusão vem
quando nisso
colocamos a
condição para
sermos felizes.
É uma questão de
prioridades.
Temos de olhar
bem dentro de
nós mesmos e
descobrir o que
nos faz
realmente
felizes. O que
nos leva ao
equilíbrio, à
paz interior, a
uma ventura mais
duradoura, o que
faz de nós seres
mais completos.
Peçamos a Deus
que nos ajude aa
fazer as
escolhas certas
e não nos
esqueçamos que a
felicidade é um
caminho. Em
qualquer lugar,
em qualquer
tempo, em
qualquer
circunstância
podemos ser
felizes. Basta
seguir Jesus.
“Eu Sou o
Caminho, a
Verdade e a
Vida”.