Elucidações de Emmanuel

por Francisco Cândido Xavier

  

Aflitos no reino doméstico


Se te encontras entre aqueles companheiros aflitos do reino doméstico, sob agitação quase constante, na expectativa de receber mais dilatadamente o carinho e a assistência dos entes queridos, considera que, na atualidade do mundo físico, não é muito fácil manter essa modalidade de cobertura afetuosa por parte daqueles que te usufruem a convivência.

Neste último quartel de século, observemos, por itens, algumas das inovações que dificultam a doação de tempo, entre familiares e amigos íntimos, tais quais sejam:

a requisição cada vez mais intensa da mulher para o serviço profissional, fora de casa;

as desvinculações gradativas ou violentas no campo da vida familiar;

os percalços do trânsito;

a intensificação do estudo por necessidade de todas as classes, que aspiram a atingir mais alto nível de cultura para a demanda compreensível nas provas de habilitação;

os problemas de moradia;

o fascínio da televisão sobre a mente infantojuvenil;

as preocupações com o movimento que se convencionou chamar por mercado de consumo.

Todos esses fatores influenciam a vida nos modernos tempos de evolução.

Não te acredites sob a desconsideração das pessoas queridas.

Quase todas elas estão sujeitas ao mecanismo de circunstâncias de que não podem fugir.

Quanto possível, asserena-te e aprende a solucionar as próprias necessidades pessoais, sem o concurso de outros.

Isso não quer dizer que se vive, no mundo de hoje, no regime egoístico do “cada qual para si.”

Acontece que o progresso avança, e mais imperiosa se faz a obrigação de atenuar, tanto quanto possível, esse ou aquele peso sobre os corações queridos.

E se alguém, provavelmente, vier a indagar que tem semelhantes acontecimentos com os amigos desencarnados, responderemos que a precipitação e o ressentimento, o azedume e o pessimismo, são agentes altamente corrosivos em nossas tarefas e esquemas de auxílio e equilíbrio, na Vida Espiritual, em favor dos próprios homens, nossos irmãos.

 

Do livro Paz, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.




 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita