Aflitos no reino doméstico
Se te encontras entre aqueles companheiros aflitos do
reino doméstico, sob agitação quase constante, na
expectativa de receber mais dilatadamente o carinho e a
assistência dos entes queridos, considera que, na
atualidade do mundo físico, não é muito fácil manter
essa modalidade de cobertura afetuosa por parte daqueles
que te usufruem a convivência.
Neste último quartel de século, observemos, por itens,
algumas das inovações que dificultam a doação de tempo,
entre familiares e amigos íntimos, tais quais sejam:
a requisição cada vez mais intensa da mulher para o
serviço profissional, fora de casa;
as desvinculações gradativas ou violentas no campo da
vida familiar;
os percalços do trânsito;
a intensificação do estudo por necessidade de todas as
classes, que aspiram a atingir mais alto nível de
cultura para a demanda compreensível nas provas de
habilitação;
os problemas de moradia;
o fascínio da televisão sobre a mente infantojuvenil;
as preocupações com o movimento que se convencionou
chamar por mercado de consumo.
Todos esses fatores influenciam a vida nos modernos
tempos de evolução.
Não te acredites sob a desconsideração das pessoas
queridas.
Quase todas elas estão sujeitas ao mecanismo de
circunstâncias de que não podem fugir.
Quanto possível, asserena-te e aprende a solucionar as
próprias necessidades pessoais, sem o concurso de
outros.
Isso não quer dizer que se vive, no mundo de hoje, no
regime egoístico do “cada qual para si.”
Acontece que o progresso avança, e mais imperiosa se faz
a obrigação de atenuar, tanto quanto possível, esse ou
aquele peso sobre os corações queridos.
E se alguém, provavelmente, vier a indagar que tem
semelhantes acontecimentos com os amigos desencarnados,
responderemos que a precipitação e o ressentimento, o
azedume e o pessimismo, são agentes altamente corrosivos
em nossas tarefas e esquemas de auxílio e equilíbrio, na
Vida Espiritual, em favor dos próprios homens, nossos
irmãos.
Do livro Paz, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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