Joias da poesia
contemporânea

Autor: Honório Armond

 

Suicida


Preso e liberto, em treva e luz, a simultâneo

Jogo de angústia e horror, junge-se à carne morta…

Varara a sepultura, agredindo-lhe a porta,

Estraçalhara a tiro as tênebras do crânio.

 

Desencarnado, enfim, mas cativo à comporta

Da consciência a esvurmar-lhe o cérebro vulcâneo,

Foge à furna e recua a terror instantâneo,

Chora e espanta-se mais, grita e se desconforta…

 

Suicida!… Morto e vivo, arrasta-se, tateia,

Ergue-se, treme, cai… Respira lodo e areia,

No recinto abismal, sofre a verdade crua…

 

E, lá fora, a esperá-lo, o caminho opulento,

O céu, a terra, o lar, a fonte, a flor, o vento…

Buscara a morte em vão… A vida continua!…

 

Do livro Poetas redivivos, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita