Adivinhações
Tema: Predições do futuro
Diante dos que usam cultura ou mediunidade para traçar
prognósticos, acerca do futuro, não é necessário dizer
que nos cabe acompanhar-lhes as experiências com a
melhor atenção.
A ciência é neta da curiosidade e filha do estudo. A
alquimia da Idade Média iniciou as realizações da
química moderna. De certa maneira, os astrólogos do
pretérito começaram a obra avançada dos astrônomos de
hoje.
O conhecimento nasce do esforço de quantos se dedicam a
desentranhá-lo da obscuridade ou da ignorância. No
entanto, do respeito aos irmãos de Humanidade que se
consagram ao mister da adivinhação, não se infere que
devemos aceitar-lhes cegamente as afirmativas.
Especialmente no que se reporte a profecias
inquietantes, é imperioso ouvi-los com reserva e
discrição, porquanto estamos informados pela Doutrina
Espírita de que não existe a predestinação para o mal.
Renascemos na Terra, indubitavelmente, com as nossas
tendências inferiores e com os nossos débitos, às vezes
escabrosos, por ressarcir, mas isso não significa
estejamos obrigados a reincidir em velhas ilusões ou
reacomodar-nos com a força das trevas.
O aluno regressa à escola na condição de repetente ou se
encaminha para os exames de segunda época, a fim de se
firmar na dignidade do ensino em que se comprometeu.
Clarividentes que desenvolveram faculdades psíquicas,
fora do esclarecimento espírita evangélico, podem
recolher observações infelizes a nosso respeito, seja
relacionando cenas de nosso passado culposo ou
descrevendo quadros menos dignos, projetados mentalmente
sobre nós pelas ideias enfermiças daqueles que se
fizeram nossos inimigos em outras eras; e das palavras
que articulam podem surgir sombrios vaticínios ou
apontamentos desencorajadores, tendentes a
enfraquecer-nos a coragem ou aniquilar-nos a esperança.
Oponhamos, porém, a isso a certeza de que estamos
reformando causas e efeitos diariamente, em nosso
caminho, na convicção de que a Divina Providência nos
oferece, incessantemente, através da reencarnação,
oportunidades e possibilidades ao próprio reajuste
perante as leis da vida, armando-nos de recursos e
bênçãos, dentro e fora de nós.
Conquanto estudando sempre os fenômenos que nos rodeiam,
abstenhamo-nos de admitir o determinismo do erro, do
desequilíbrio, da queda ou da criminalidade.
Hoje é e será constantemente a ocasião ideal para
transformarmos maldição em bênção e sombra em luz.
Ergamo-nos, cada manhã, com a decisão de fazer o melhor
ao nosso alcance e reconheçamos que o próprio Sol se
deixa contemplar, nos céus, de alvorecer em alvorecer,
como a declarar-nos que o Criador Supremo é o Deus da
Justiça, mas também da Misericórdia, da Ordem e da
Renovação.
Do livro Encontro
marcado, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
|