Espiritismo e vida
Um tempo se acaba, novos tempos se
anunciam. A hora em que estamos é uma
hora de transição e de parto doloroso. Léon
Denis
O mundo iniciou sua caminhada desde
muito tempo. Companheiros de muito longe
vieram encarnar no nosso orbe com a
missão de nos ajudar a evoluir, alguns
imbuídos de muitos conhecimentos e pouca
elevação moral, outros mais preparados
com toda bagagem espiritual necessária
para colaborar para a preparação do
nosso planeta.
O homem vem evoluindo, mas baseando-se
na maioria das vezes em violências,
impondo as suas vontades e as conquistas
que na maioria das vezes foram obtidas
sob a lei do mais forte. Assim estamos
numa evolução material, mas ainda pouca
evolução espiritual.
Vindo no instante certo, o nosso querido
Mestre Jesus se apresenta para nos
mostrar o verdadeiro caminho, a
verdadeira forma de viver, fato que
ocorreu num momento também de muita
violência e lutas entre povos.
Criavam-se naquele momento obstáculos
criados pelas religiões com imposições e
medo na tentativa muitas vezes de
esconder as palavras e os ensinos de
Mestre, através dos irmãos que se
compraziam nas sombras.
Venceu-se essa etapa e nos séculos XVIII
e XIX, com a liberdade de expressão,
inicia-se uma nova era de pensamentos
livres e ideias novas. Saímos do
obscurantismo para uma era de viver a
possibilidade de pensar e analisar, mas
nasce como efeito colateral o
materialismo.
Descrença em tudo e sobre tudo inclusive
no próprio homem. Dentro dessa confusão,
as religiões procurando seu espaço, com
filosofias mais estranhas e absurdas e o
materialismo baseando-se numa Ciência
fria conduzem a humanidade a um estado
de total abandono dos seus mais
profundos valores morais.
A espiritualidade, sentindo que era
chegado o momento, nos apresentou então
o Espiritismo de forma simples e
objetiva.
O Espiritismo, nessa mescla de ciência,
religião e filosofia que está fora de um
padrão tradicional aceito pela maioria
dos homens, mostra para estes, um norte
alicerçado em Amor, Perdão, Paz,
trabalho, estudo e sobre nós e para nós.
O Espiritismo tirou Deus do seu estado
antropomórfico, mostrando as duas bases
do Universo, que é o Espírito e a
Matéria.
Usando a mediunidade nos mostra que a
vida continua descortinando a morte e dá
ao homem esperança e verdadeira fé.
As obras da codificação, formando um
conjunto de ensinamentos que nos oferece
um caminho de real libertação, exigindo
de nós apenas boa vontade, fé, coragem,
firme propósito em mudar, marcam então
um novo momento para humanidade, mas por
enquanto, apenas para aqueles que têm
olhos de ver, como nos afirma Jesus.
Mesmo hoje, ainda temos uma grande parte
da humanidade agindo como no começo dos
tempos, com violência e imposições.
Religiões procurando aprisionar o homem
numa forma fé que não pode ser
questionada, mas apenas imposta e aceita
como está.
Os princípios de liberdade, fraternidade
e igualdade, por que Kardec tanto lutou,
continuam ainda sendo uma utopia a ser
alcançada, no entanto, passo a passo o
Espiritismo vai adentrando o coração
humano, mostrando que a única solução é
a prática das palavras de Jesus num
contexto de amar, estudar, perdoar e
continuar a caminhada com uma fé maior
em DEUS.
Como disse Jesus “Procurai antes de tudo
o reino de Deus e o resto vos será dado
em acréscimo”, vem o Espiritismo mostrar
esse reino de Deus que está dentro de
nós de forma clara exigindo de nós
apenas vontade de mudar e perseverança.
O Espiritismo nos oferece, dentro da
profundidade dos seus ensinamentos, a
verdadeira e real forma de viver a vida.
Vida esta que supera a morte, pois
mostra que a morte não existe, assim
dando à vida uma diferente conotação.
As relações humanas deixam de ser apenas
de caráter profissional, existencial,
interesseiro, ou mesmo sentimentalista,
para adquirir uma qualidade especial
nessa relação interpessoal mais
profunda, levando-nos a ver o outro como
sendo nós mesmos, deixando o orgulho,
vaidade, egoísmo para fazer ressaltar
sentimentos mais nobres e de real valor.
Assim com o Espiritismo vamos poder
entender nossas vidas e suas reações
dentro de um contexto mais racional,
profundo e baseado em princípios de
muito amor e caridade.