Animismo
e Espiritismo
Existe uma grande dúvida
que paira sobre as
comunicações mediúnicas
ocorridas nas casas
espíritas: até que ponto
uma determinada
comunicação é de fato
realizada por um
espírito desencarnado e
não produzida pela mente
do médium? Dessa forma,
muitos estudiosos
desenvolveram pesquisas
para mostrar a possível
influência dos médiuns
nas comunicações
mediúnicas de forma
inconsciente, tanto pela
psicografia, assim como
psicofonia.
Allan Kardec em O
Livro dos Médiuns1, que
completou, em 1º de
agosto de 2022, 157 anos
de lançamento, nos
mostra o “Papel dos
Médiuns nas comunicações
espíritas”, explicando
um conjunto de fatores
que podem levar a
ocorrer um fenômeno que
chamamos de Animismo (do
termo latino animus,
"alma, vida ")
e que pode influenciar
na autenticidade da
comunicação mediúnica.
Segundo Allan Kardec o
médium em estado
sonambúlico permite ao
“espírito a posse plena
de si mesmo”,
favorecendo uma
comunicação onde o
próprio espírito
acessando uma lembrança
de uma vida passada, em
um clichê mental,
promove um download de
uma antiga situação por
ele vivenciada e por
alguma razão difícil de
ter sido superada. Em
uma manifestação
mediúnica, pode ocorrer
um fenômeno anímico,
levando o médium a dar
passividade a uma das
suas vidas passadas.
Esse fenômeno não é
mistificação.
A mistificação ou
encenação é quando um
médium finge receber uma
entidade ou comunicação
com objetivo de
conseguir algum tipo de
vantagem ou favor de
alguém ou de algum
grupo. Isso ocorre de
forma intencional. No
animismo não. O médium
entra em transe e acessa
seu inconsciente
profundo, trazendo à
tona uma lembrança sua,
sem ter consciência de
que está fazendo isso,
até que o dirigente da
reunião de
desenvolvimento
mediúnico converse com
ele e explique o que
está acontecendo.
As manifestações
anímicas apresentam um
padrão de repetição e
tem uma semelhança com a
personalidade do médium
em questão. Enquanto que
as manifestações
espirituais refletem as
diferentes situações que
os desencarnados estão
vivendo e suas
tentativas de encontrar
ajuda e esclarecimento.
Em alguns casos refletem
com precisão a
personalidade do
espírito comunicante,
exigindo do médium,
atitude de controle e
educação mediúnica.
A diversidade de
situações podem nos
confundir e para
conseguir uma orientação
adequada, o dirigente
mediúnico deve estudar,
assim como o médium,
estudar e se conhecer
melhor, até para
perceber, que a
manifestação anímica vem
do seu mundo íntimo, de
dentro do seu ser e não
uma intuição ou
influência externa
forte, de maneira a ter
que exteriorizá-la.
Como existem vários
tipos de mediunidade,
apenas com o tempo e a
prática é possível se
aprimorar a comunicação
dos espíritos. Temos
como grande exemplo
Chico Xavier que era
possuidor de quase todos
os tipos de mediunidade
que conhecemos e ao
longo do tempo
aperfeiçoou sua
capacidade de
comunicação de
psicografia e psicofonia,
ganhando de todos o
reconhecimento e
confiabilidade.
No final do século XIX,
muitos céticos de
projeção social e
científica na Europa,
passaram a questionar a
veracidade das
comunicações, onde até
que ponto não eram
produzidas pela mente
dos médiuns. Entre eles
podemos destacar o
Barão Karl
Robert Eduard von
Hartmann, que contestava
as manifestações
espíritas com base na
ação da “mente
inconsciente” nas
atitudes do nosso
consciente, segundo sua
obra Filosofia do
Inconsciente.
Nesse momento histórico,
na última década do
século XIX, um
pesquisador dos
fenômenos espíritas
escreveu uma
interessante obra em
resposta às ideias
antiespíritas de Von
Hartmann. Graças a
análise meticulosa e
imparcial dos inúmeros
casos expostos na obra Animismo
e Espiritismo2 por Alexandre
Aksakof (foto),
revela um valioso
instrumento de
entendimento para nos
ajudar a perceber e
distinguir a diferença
entre os fenômenos
anímicos, produzidos
pelo encarnado e os
fenômenos espirituais,
produzidos pelo
desencarnado.
Pelo acesso ao
conhecimento atual e as
fontes de estudo que
existem, já podemos ter
parâmetros de avaliação
e análise das obras,
assim como de
comunicações mediúnicas
muito frequentes não
apenas no nosso país
como no estrangeiro.
Nossa diretriz de estudo
são as Obras Básicas, a
Codificação de Kardec e
as Obras Secundárias que
a FEB avalia e passa em
um crivo doutrinário
minucioso e responsável
para não sermos reféns
de mistificações de
aproveitadores, da mesma
forma que Alexandre
Aksakof nos legou essa
magnífica obra 2.
Referências:
1) Kardec,
Allan; O Livro dos
Médiuns; 2ª Parte –
Cap. XIX - Do papel dos
médiuns nas comunicações
espíritas; FEB.
2) Aksakof,
Alexandre; Animismo e
Espiritismo; FEB.
3) Wikipédia
(Enciclopédia livre).
|