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por Nilton Moreira

 

Apego material e poder


Planejar o futuro de certa maneira pode parecer válido quando temos metas no curto prazo. Já planos que enveredam pelos anos são meras projeções que servem apenas para mostrar aos outros que o futuro está idealizado, pois na maioria não se concretizam.

Disse um filósofo que devemos viver intensamente o presente, já que o passado não volta e o futuro é o hoje que já chegou. O apego aos bens materiais para demonstrar cada vez mais poder nos faz deixar de usufruir possibilidades ou permitir que outros usufruam, além de nos escravizarmos a exemplo daquelas pessoas que vão ao banco diariamente consultar o saldo, mesmo tendo aplicativo que podem ver à distância, mas não se contentam e têm de ir conversar com alguém do banco para saber como as “coisas” estão, e aproveitam para “filar” um cafezinho.

Aglomeramos riquezas e deixamos de levar ou proporcionar uma vida mais confortável para os nossos familiares próximos! Privarmo-nos do conforto, do lazer, de comer melhor, de vestir melhor ou auxiliar o próximo são formas íntimas de exteriorizar o egoísmo.

Na realidade, toda a fortuna e bens materiais que acumulamos se acabam no momento em que retornamos à pátria espiritual, pois na partilha a fortuna fragmenta-se, deixando de ser uma riqueza para se tornar frações que serão administradas pelos que ficaram, e às vezes com outros objetivos e finalidades que seriam abominadas pelo então acumulador.

Viva o hoje sem acumulação. A justificativa de juntar para deixar aos filhos é desculpa para esconder o apego à matéria e ter cada vez mais centralização de poder. Proporcione a outrem o que é mais importante, como a possibilidade de alcançar o conhecimento através do estudo, de cursos, pois assim tais pessoas se tornarão autossuficientes e conquistarão sua própria fortuna.

Planeje o hoje, mas com objetivos concretos, sem utopias. Jesus quando esteve aqui nos ensinou e demonstrou como proceder, e disse: "Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam, porque onde estiver o vosso tesouro aí estará também o vosso coração”.

Estas palavras, embora tenham sido ditas há quase 2.000 anos, devemos vivenciar cada vez mais, pois só assim, quando retornarmos ao plano espiritual, menos ansiedades nos acometerão.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita