Nascer dá muito
trabalho...
Há alguns meses pediram-me para gravar
uma palestra com o seguinte tema:
“Prelúdio do retorno”, que está em O
Livro dos Espíritos.
Foquei a linha de raciocínio entre as
questões 330 e 340.
Ao estudar esse tema a gente começa a
perceber como deve ser complicado para o
Espírito voltar à vida na Terra ou
mundos afins.
A incerteza, insegurança, as facilidades
do caminho que podem nos distrair, as
dificuldades que podem nos abater, a
influência da matéria que, muitas vezes,
tira-nos uma visão mais clara das coisas
e tantos outros fatores pesam e muito no
momento de decidir pela reencarnação.
E a infância então? Adolescência?
Período em que parece estar "dormindo"
esse ser inteligente denominado
Espírito.
Talvez seja por isso que tem o boato de
que a vida começa aos 40...
Darei um chute que, creio, pode não ser
certeiro:
É mais ou menos aos 40 anos que o
Espírito vai amadurecendo e reconhece
que não sabe nada sobre nada.
Aos 40, por constatar pela experiência
nossa pouca sabedoria, é que subimos um
degrau nessa escada do saber, pois vamos
"faxinando-nos" da arrogância.
Você pode até encontrar alguém arrogante
aos 40, mas essa pessoa também era
arrogante aos 20 ou 30 anos.
Agora, certamente você já encontrou
muita gente arrogante aos 20, mas que
fez uma bela limpeza e está enxutinho
"arroganticamente" aos 40.
E, claro, certamente você também já
encontrou gente sem arrogância aos 20 e
que seguiu assim até aos 40.
Toda essa conversa foi para falar que
somos como o vinho: quanto mais velhos,
melhores...
Pois bem... vocês já devem estar
imaginando a minha idade. Sim, já passei
dos 40 e faz um tempinho.
O que quero dizer mesmo é sobre a
importância de valorizar a experiência
do retorno à carne, pois, como se vê, há
muita coisa envolvida para simplesmente
não darmos o devido valor à vida aqui na
Terra.
Para "morrer" basta estar vivo, é fácil,
fácil, não dá trabalho...
Mas para nascer dá uma mão de obra
danada, que o digam os Espíritos na
erraticidade.