Joias da poesia
contemporânea

Autor: Caetano Pero Neto

 

Antevisão

 

Quando a nuvem acionou

seus canhões invisíveis,

ribombando no espaço,

ouvi a mensagem da abundância.

 

Quando o raio

cortou o tecido espesso das trevas

com a lâmina da morte em esplendor,

respirei o ar puro do céu lavado.

 

Quando o vento sacudiu o arvoredo

com seu rebenque aéreo,

enxerguei as flores

que permaneceriam fiéis aos frutos.

 

Quando o aguaceiro jorrou dos céus,

com as suas cataratas imensas,

inundando os caminhos,

vi a mesa farta,

rodeada de crianças felizes.

 

Quando o sofrimento aparece,

diante de nós,

crivando-nos o ser com farpas intangíveis,

vejo nossas almas

nos píncaros do Planeta,

sob o fulgor sem sombra do zênite,

cada qual carregando em si mesma

o seu próprio Universo,

prontas a desferir

o voo livre e belo

para o sem-fim da Perfeição.

 

Do livro Poetas redivivosobra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita