O poder
da fé raciocinada
Na história da
cristandade, podemos
destacar muitos
acontecimentos que a
falta de informação e
crendice popular
contribuíram de maneira
acirrada, para uma visão
distorcida da fé. Os
homens aprenderam a
temer a Deus e não a
amá-lo.
Infelizmente na disputa
pelo controle político e
econômico das nações,
tanto reis, príncipes,
assim como membros do
alto clero, acabam se
favorecendo da
ignorância da população
e do desconhecimento da
verdade.
Essa situação leva a
classe dominante, que
tinha um controle sobre
as informações e a
educação, a estabelecer
parâmetros para as
verdades que deveriam
ser difundidas entre a
população. Isso gerou
uma fé cega nas palavras
dos governantes, que
segundo a tradição, eram
escolhidos por Deus para
conduzir e guiar os
povos na Terra.
Autoridades essas que
todos deveriam
obediência.
No livro psicografado
por Chico Xavier e
ditado por Emmanuel, A
Caminho da Luz 1 abordou
os desmandos dos homens
que estavam na
administração da Igreja,
assim como os acordos
entre o Papa e os Reis
na organização das
cruzadas no início da
Baixa Idade Média.
Essas campanhas
militares estenderam-se
de 1095
até 1291, e pretendiam
recuperar Jerusalém
e seus arredores do
domínio islâmico. Um
empreendimento que foi
extremamente lucrativo
para as cidades
italianas.
Todo conhecimento
difundido pelos
emissários do Cristo
acabou se perdendo ao
longo do tempo, pois os
valores materiais
acabaram se sobrepondo
aos valores espirituais,
como ainda acontece nos
dias de hoje.
As grandes revelações
oferecidas segundo a
Doutrina Espírita ao
longo da história, foram
três. A primeira veio
por Moisés com os
dez mandamentos, a
segunda com o Cristo,
com a Boa Nova e
a terceira, pelo
Espírito da Verdade com
o Espiritismo.
Essas revelações são
ensinamentos que
procuram moralizar e
espiritualizar os
homens, para se melhorar
e evoluir, corrigindo
uma cultura e uma crença
distorcida em valores de
certo ou errado, que
foram ensinados e
infelizmente mal
utilizados pelos
governantes.
Uma das formas de
resgatar esses valores é
recordar passagens que
exortam os homens à
prática do bem e da
caridade para com o
próximo. Podemos
destacar Paulo de Tarso
quando disse:
“Ainda que eu falasse as
línguas dos homens e dos
anjos, e não tivesse
amor, seria como o metal
que soa ou como o
címbalo que retine. E
ainda que tivesse o dom
de profecia, e
conhecesse todos os
mistérios e toda a
ciência, e ainda que
tivesse toda fé, de
maneira tal que
transportasse os montes,
e não tivesse amor, nada
seria”. (Paulo de Tarso;
1 coríntios 13: 1-2)
A posse dos bens
materiais, assim como
usufruir dos prazeres do
mundo, não poderiam se
sobrepor aos valores do
Evangelho que o Cristo
trouxe para a
humanidade, mas para
isso surtir o efeito que
os benfeitores
espirituais esperavam,
era necessária uma
inciativa de reeducação
dos sentimentos e das
ações dos homens, apesar
desse movimento ser tão
antigo e paralelo quanto
a Boa Nova.
“Poderão
até dizer: “Tu tens a
fé, mas eu tenho as
obras. Mostra-me então a
tua fé sem as obras.
Porque eu dou-te a prova
da minha fé através das
minhas boas obras!”
(Tiago 2:18)
O que nos chama a
atenção é que na época
em que o Cristo procurou
despertar nos homens um
sentimento de amor pelos
semelhantes, algumas
pessoas tinham
dificuldade de entender
que perante Deus, todos
somos iguais e não basta
apenas ter fé, era
necessário dar um
testemunho de boas
ações, principalmente no
que diz respeito à
prática da caridade e
ajuda aos necessitados.
Quando Jesus explicou
que para alcançar a
salvação era necessário
inicialmente colocar em
prática os dois
primeiros ensinamentos
da lei mosaica, que
são: “Amar a Deus
sobre todas as coisas e
ao próximo como a si
mesmo”, procurou dar
uma demonstração da
simplicidade na prática
do amor.
A orientação para deixar
de acreditar nas nossas
crenças ultrapassadas é
tão antiga quanto a
própria Boa Nova, porém
cabe a cada um de nós,
de posse do bom senso,
fazer o que está ao
nosso alcance, buscando
o esclarecimento e não
aceitando uma cultura
cheia de dogmas e
ritualismos.
As revelações
espirituais obtidas pelo
Espiritismo nos
possibilitam reavaliar
nossa cultura, assim
como nossas crenças e
valores, do que
aprendemos e aceitamos
como certo e errado.
Dessa forma deixamos de
ter uma mera aceitação
da verdade, para tentar
de maneira inteligente,
usando nossa
sensibilidade, perceber
o que aprendemos pela
conveniência do momento
ou pela imposição de um
modelo político,
econômico e religioso.
Muitos pensadores se
desligaram da
mentalidade de uma
época, principalmente no
início da Idade Moderna.
Como ocorreu com Galileu
Galilei que foi
condenado por heresia,
ao afirmar juntamente
com Giordano Bruno e Johannes
Kepler, astrônomos, que
a Terra não ficava no
centro do Universo, era
apenas mais um planeta
que girava em torno do
Sol, rompendo com a
teoria Geocêntrica e
afirmando o
heliocentrismo.
Referências:
1) Xavier,
Francisco Cândido; A
Caminho da Luz; Pelo
Espírito de Emmanuel.
FEB.
2) Kardec,
Allan; O Evangelho
segundo o Espiritismo;
FEB.
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