José Xavier decidiu ajudar o irmão, pois muitas pessoas
o procuravam na Fazenda onde trabalhava causando-lhe
constrangimentos. Os visitantes poderiam ser
encaminhados à sapataria onde ele trabalhava.
Conversaria com todos até a hora em que Chico Xavier
saísse do serviço para atendê-los. Alguns doentes
chegavam amarrados, arrastados pela família, para serem
submetidos às sessões de desobsessão promovidas por
Chico. José atendia os desesperados com educação e
paciência.
Numa noite, Chico foi chamado às pressas pela família. José
tinha desmaiado e estava mal. Quando chegou à casa do irmão, o
médico lhe deu uma esperança: José vai voltar. A alegria durou
segundos. Logo, ele ouviu um desconsolo de Emmanuel: “Ele vai
voltar, mas não vai reconhecer ninguém. Consta de suas provas
cármicas que ele deve ficar onze anos num hospício”.
Algumas horas se passaram e Chico viu, em volta da cama do
irmão, um círculo de espíritos. Era uma assembleia. A explicação
veio do amigo invisível: José conversou com tantos obsidiados
estes anos todos... Vamos pedir ao Senhor que sua dedicação seja
levada em consideração e, em vez de ficar todos esses anos
alienado, ele desencarne já. Minutos depois, Chico foi
surpreendido por outra visão: José se desprendeu do próprio
corpo e, como uma cópia de si mesmo, se levantou e sumiu.
O velório foi constrangedor. João Cândido Xavier, pai de Chico,
estava inconformado. Encarava as pessoas, muitas delas apenas em
busca das receitas de Chico.
Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.
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