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por Orson Peter Carrara

 

Vontade sempre acatada


Há vários provérbios (frase ou ditado curto de origem popular, que resume um conceito moral, uma norma social) que indicam que a vontade é potencial mecanismo para aquisição de nossos desejos. É pela vontade que movimentamos forças, superamos obstáculos, vencemos desafios. Sem ela nada podemos. Ela é força da alma, capaz de nos tirar do desânimo, de empreender projetos e movimentar ações que resultem no alcance da meta ou objetivo traçado.

Um detalhe, porém, a diferencia em focos distintos. A vontade, por si só, é neutra do ponto de vista moral – cuja decisão é de alçada da alma, conforme suas bagagens –, pois nem sempre é ética, correta ou honesta. Existem vontades perversas, desonestas, manipuladoras, cruéis. Vontades que criam sofrimentos nos outros, prejudicam terceiros ou que causam muitos transtornos. E, claro, vontades lícitas, honestas, empreendedoras, generosas, como acima afirmado.

Quanto mais conscientes nos tornamos, portanto, mais responsáveis na direção dessa potência interior. Por isso, embora a liberdade como atributo individual, ao mesmo tempo a responsabilidade pelos atos, decisões, reações e direcionamentos da vida moral.

Afinal, como afirma Emmanuel no capítulo 130 – Na luz da Verdade, do livro Palavras de Vida Eterna, “(...) A vontade do Espírito é acatada pela Providência, em todas as manifestações, incluindo aquelas em que o homem se extravia na criminalidade, esposando obscuros compromissos. (...)”.

Observe-se a profundidade da afirmação:

a) Vontade é acatada em todas as manifestações;

b) Esse acatamento inclui os extravios para a criminalidade;

c) Vincula-se a obscuros compromissos.

Em síntese, com outras palavras: somos livres, podemos optar por esse ou aquele caminho e agir conforme nos determina a vontade (nem sempre ponderada, correta, sábia e bondosa ou disciplinada), mas estaremos sempre vinculados a compromissos gerados pelos caminhos escolhidos, inclusive os da criminalidade, gerando aflições e necessidade de reparações em futuro breve ou remoto.

Por isso, prudência nas escolhas e caminhos de ação, parece-nos a melhor medida. Pelo menos em respeito às sábias Leis que regem a vida.  Diante dos quadros atuais do mundo, a compreensão sobre a gravidade do assunto, requer muita atenção...

Não nos iludamos, somos integrantes desse processo de viver e todos conectados uns com os outros, gerando compromissos que inevitavelmente sempre refletirão para nossa aflição ou para a felicidade que todos desejamos.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita