Sombras não
Não anotes na estrada
A pedra que te magoa,
Nem acalentes cicatrizes,
Detém-te a recordar na caminhada
O Sol que te abençoa
E os encontros felizes.
Não contes no jardim dos próprios sonhos
Os espinhos da prova,
Se a sombra da tristeza ainda te alcança,
Lembra os dias risonhos
No ideal que te ampara e te renova
Em celeste esperança…
Não apontes brejais, esquecendo, de todo,
A tentação que arrasa, a injúria que devora,
Nos pântanos que viste,
Soma as flores colhidas sobre o lodo,
Que te induzam a ver, jornada afora,
A grandeza de tudo quanto existe!…
Enumera no tempo, a transformar-te,
Os dons do amor na imperfeição vencida
Os tesouros do bem que te conduz…
E encontrarás Deus, em toda parte,
A burilar-te o ser para a glória da vida
Arrancando-te à treva e impelindo-te à Luz!…
Do livro Servidores
no Além, obra
psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco
Cândido Xavier.