Basta um olhar
Muitas das vezes, um olhar diz mais que
trilhões de palavras. Pode tranquilizar
corações. Pode ser uma oração, uma
expressão poética, um alento. Pode até
mesmo cessar uma guerra. O certo é que o
olhar é manifestação da alma, das nossas
intenções.
Basta um olhar para se iniciar uma
grande amizade ou um grande amor. Basta
um olhar para se dizer um “sim” ou um
“não”, ou se estar em dúvidas.
Basta um olhar para que o dia nasça mais
feliz; que o sol brilhe transbordando
mais alegrias; que o jardim esteja mais
florido; que a passarada e toda a
bicharada estejam sempre em festa; que o
luar e as estrelas sejam a fonte de
inspiração para a continuidade dos
versos e das prosas de um novo dia.
Basta um olhar para sentirmos a proposta
da vida em nós; o aconchego da passagem
da brisa em nossa casa; a leveza poética
de um remanso ou de uma onda de mar; a
tranquilidade de um balouçar de uma rede
na varanda.
Basta um olhar para a linha do
horizonte, para começar, ou recomeçar, a
escrever um poema, uma crônica, um
romance e/ou outras categorias
literárias; compor uma canção; pintar
uma tela, ou mesmo sair às ruas,
rejuvenescer e reinventar um “modus
vivendi”.
Basta um olhar para o exercício do
perdão e do autoperdão; refazer os laços
de convivência; construir um mundo
melhor, onde a prioridade seja a
igualdade social, o respeito, um
ambiente de paz nos corações...
Para isso, precisamos cuidar dos nossos
olhares, cuidando e valorizando as
coisas da alma, aquelas que procedem do
coração, porque, na vida, muitas
decisões de melhoria e de progresso,
principalmente moral, podem depender
apenas de um modo de olhar.