Num bate-papo muito agradável com Arnaldo Rocha e Cesar
Braga, o primeiro contou, espontaneamente, um caso que
envolvia sua querida mãe, com a participação do jovem
Chico Xavier. Ele disse que sua genitora, Dona Maria
José de São Domingos Ramalho Rocha,
católica-apostólica-romana, tinha o hábito de fazer
orações envolvendo parentes, amigos, enfermos, etc.
sempre às dezoito horas, conhecida como a hora do
Ângelus. Acrescentou Arnaldo que aquilo para ele,
materialista convicto, representava apenas um ato
religioso, e ele sentia verdadeiro ranço quando
necessitava da mãe e a encontrava envolvida naquela
prática.
Sua mãe desencarnou no dia 18 de outubro de 1950. Um mês após o
fato, Arnaldo, já havendo abraçado a Doutrina Espírita, estava
esperando o Chico terminar de se aprontar para darem uma volta
pela cidade; era um fim de tarde, exatamente dezoito horas, e
ele começou a sentir uma saudade profunda da mãezinha querida e
lembrou seu santo hábito de orar a Maria pelos sofredores.
Intuitivamente, sentiu então uma brisa a lhe soprar no fundo do
coração, como a convidá-lo: “Vamos orar?”. Assim o fez. Durante
a oração, Arnaldo teve a sensação de alguém lhe dar um caloroso
abraço e, ao terminar, observou Chico deslizando pelo corredor
em sua direção, característica harmoniosa do seu caminhar.
Arnaldo então confidenciou-lhe:
– Chico, após sentir uma profunda saudade de minha mãezinha,
tive vontade de orar e, ao fazê-lo, senti um abraço caloroso,
como se fosse a minha própria mãe! Que bom se ela estivesse
aqui!
Chico lhe respondeu:
– Arnaldo, observei você orando e não o quis interromper, mas,
além da presença e do abraço amoroso e saudoso de sua mãe, ela
pede que eu lhe diga: “Tudo isso, meu filho, é verdade, apesar
do antigo ranço religioso”.
Importante ressaltar que apenas o Arnaldo e a mãe sabiam do
“ranço religioso”, fato que comprova mais uma vez a veracidade
do fenômeno mediúnico.
Do livro Chico, diálogos e recordações, de Carlos Alberto
Braga Costa.
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