Divaldo Franco… na hora da despedida!
A notícia surgiu de repente: Divaldo Franco viria a
Portugal e Espanha, num périplo rápido, após autorização
médica. Com 95 anos e uma saúde debilitada, o “Paulo de
Tarso” do século XX, imitando Francisco de Assis, não
ficou na cama. Levantou-se e veio do Brasil à Europa.
Muito à pressa, a Federação Espírita Portuguesa (FEP),
graças ao dinamismo do seu presidente, Engº Vítor Mora
Féria, tentou em vão um espaço que albergasse 800
pessoas, em Lisboa. As portas fechavam-se, uma após a
outra, logo que se falava em Espiritismo (ciência,
filosofia e moral), relembrando os tempos do Estado
Novo, onde o Espiritismo foi perseguido e espoliado. Por
último, lá se conseguiu uma sala no Marriott Hotel, para
cerca de 450 pessoas, no dia 29 de Novembro de 2022.
Apesar de um 5 estrelas, o som… era muito mau.
Sinais dos tempos!
Ah que saudades de quando havia profissionalismo,
competência, interesse e vontade de se fazer bem.
Outros tempos…
Em paralelo, outro evento estava a ser organizado, em
Olhão, para o dia 1º de dezembro de 2022: um workshop
para 800 pessoas, com Divaldo Franco.
Em ambos, apesar das dificuldades financeiras da FEP, as
entradas foram gratuitas.
Divaldo Pereira Franco, espírita, notável médium,
educador, 600 filhos registados, adoptados,
conferencista de renome mundial, 3 vezes na ONU,
Embaixador da Paz por uma organização Suíça, Doutor Honoris
Cause pela Sorbonne (entre outras), edificou a maior
obra social privado do mundo – a Mansão do Caminho – em
Salvador, Bahia, Brasil, por onde já passaram cerca de
130 mil meninos da rua.
Quando já não mais se esperava, eis que Divaldo caiu
literalmente do céu, neste caso, aterrou, não caiu, e
fê-lo em Lisboa, que o recebeu com muita alegria,
carinho, ternura e reconhecimento, de quem muito fez
pela divulgação do Espiritismo no mundo inteiro.
Relembrando o papel pacífico e fraterno da doutrina dos
Espíritos, realçou as suas componentes científica,
filosófica e moral, exortando os presentes que se
deslocaram de cidades longínquas para o ouvir, ao ânimo,
à alegria de viver, ao serviço ao próximo pelo prazer de
ser útil, de fazer o Bem pelo Bem, sem qualquer
interesse, imitando o grande psicoterapeuta da
Humanidade, Jesus de Nazaré.
O Espiritismo dá um forte contributo para a pacificação
social da Humanidade, fomentando a paz, a fraternidade,
universalidade e igualdade do Homem perante Deus
Com uma força de vontade enorme, a desafiar as leis da
vida na Terra, Divaldo Franco rumou ao Algarve, onde,
perante 750 pessoas deixou brilhantes depoimentos da
imortalidade e alertou para a ilusão da solidão, já que
vivemos rodeados de vida, terrena e espiritual, na
certeza de que esta vida é uma passagem para a outra
margem do rio existencial.
Renunciar ao desânimo, ao desencanto, sorrir, seguir
adiante com o roteiro espírita como bússola da vida:
quem tem a certeza científica da imortalidade do
Espírito, jamais se pode sentir sozinho, os momentos
menos bons devem transformar-se em oportunidades de
sermos úteis àqueles que estão pior do que nós, fruindo
assim do perfume divino que envolve todos aqueles que se
dedicam ao amor ao próximo, citando Mohandas Gandhi e
Jesus de Nazaré.
Fechada esta rápida jornada portuguesa, a caminho do
congresso espírita espanhol para, depois, rapidamente
regressar ao Brasil, ficou um cheirinho a despedida, que
para quem é espírita, tem um peso muito relativo, já que
a vida continua e, sempre podemos reencontrar-nos
durante o sono fisiológico.
Em ambos os eventos houve música, numa parte cultural,
deixando no ar os acordes da harmonia universal, que são
a base da existência do Universo, alimentado pelo
infinito Amor de Deus.
Os eventos encerraram envoltos em sadia alegria, própria
de quem conhece a imortalidade do Espírito, a
reencarnação, a comunicabilidade dos Espíritos, a
pluralidade dos mundos habitados e a existência de Deus,
os princípios básicos desta doutrina universal e
universalista – a doutrina espírita – que não é mais uma
religião ou seita, mas uma filosofia espiritualista de
vida, que nos ensina que “Fora da caridade não há
salvação” (o Espírito só evolui quando a caridade fizer
parte do seu património íntimo), bem como que “Nascer,
morrer, renascer ainda, progredir sem cessar, tal é a
Lei.”
José
Lucas reside em Óbidos, Portugal.