Em julho de 1974, a Assembleia Legislativa de Goiás
viveu momentos de intensa espiritualidade com a
participação do médium Francisco Cândido Xavier,
especialmente convidado para um diálogo em torno do tema
Cristo e Atualidade, iniciativa do deputado Lúcio
Lincoln de Paiva.
Em sua fala inicial, Chico Xavier agradeceu às autoridades
presentes e ao deputado que promoveu o encontro:
– Não tenho de mim próprio senão lágrimas de gratidão para
ofertar-lhes. Estimaria corresponder a todas as referências
honrosas e comovedoras que estou ouvindo. Como me sentiria
feliz, se dentro de mim mesmo pudesse sentir-me na condição em
que me aceitais, mas devo confessar-vos a minha total desvalia.
Quando aceitei o convite formulado pelo deputado Lúcio Lincoln
de Paiva para a nossa tertúlia fraterna desta noite, sob o tema
Cristo e Atualidade, afirmei que não tinha qualidades para
pronunciar conferências. Aceitaria uma conversação informal, um
encontro amistoso, para que pudesse ser tolerado em minha
ineficiência. Compulsei o Novo Testamento no capítulo 6 do
Evangelho de São João, os versículos 59 a 68, que relacionam
desentendimento entre Jesus e os que o acompanhavam, mas
sentindo dificuldade de assimilar seus ensinos: “Porventura
quereis também retirar-vos?” “Senhor, se nos retirarmos para
onde iremos?”
Neste momento de transição, queremos Jesus Cristo mais perto do
nosso coração. Em verdade, estamos na era digital; acertamos com
os caminhos que já existiam, mas quantas vezes teremos
dificuldades de entendimento de alma para alma, de coração para
coração? Estamos ricos e, no entanto, nunca ouvimos falar de
tanta solidão. Nós queremos Jesus cada vez mais, não podemos nos
afastar de Jesus.
Do livro Lições de Sabedoria, de Marlene Rossi Severino
Nobre.
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