Os velhos desafios do Ano Novo
Parece que foi ontem!
Estávamos festejando a entrada de um Ano Novo –
2022, com muita festa e alegria e pronto: este
ano em poucos dias se finda e outros 365 dias se
apresentam para prosseguimento de mais uma
pequena jornada destes Espíritos imortais
habitantes da Terra - que somos todos nós -,
apenas um instante considerando a nossa
imortalidade.
Alguns pensam que é tudo a mesma coisa, mas não
é.
Cada ano contém o seu particular script,
com suas relativas surpresas, acontecimentos
totalmente inesperados e alguma rotina misturada
a este cenário, ou seja, ninguém pode prever com
precisão como serão estes novos 365 dias de
existência material, tempo este que só existe
como uma convenção, pois na vida real, no plano
etéreo, a contagem do tempo perde totalmente o
sentido.
Entretanto, uma certeza podemos ter: este novo
período nos provocará, certamente, com antigos
desafios que ainda não superamos, bem como com
novas propostas de crescimento espiritual que
nos convocarão à renovação constante: é da Lei
de Deus!
Se tivemos o cuidado de elaborar uma lista de
propostas visando à nossa melhora moral e
conquistas materiais, para este ano, devemos
agora ter a atenção voltada para identificar
aquelas que cumprimos, as que realizamos
parcialmente, e, finalmente, talvez a maior
parte da lista, as que não cumprimos, uma triste
realidade, os velhos desafios.
É uma realidade, como as nossas dívidas e falhas
de caráter hoje são significativas, em função de
escolhas equivocadas na condução da vida nas
existências passadas, não é fácil superá-las,
pois as
imperfeições morais estão
bem enraizadas em nossa personalidade, e ainda
há os prejuízos causados ao próximo e a nós
mesmos, que devem ser ressarcidos de uma forma
ou de outra.
São as feridas morais que agora temos que curar
e, também, os desafios de ordem material que
precisamos enfrentar, caracterizados pelas
diversificadas expiações e provas.
Entretanto, a cada Ano Novo temos uma nova
oportunidade de cobrir a multidão de pecados
com a prática do amor, mas, para tanto,
precisamos empenhar-nos, e muito, uma vez que
não basta querer, é preciso fazer acontecer esta
mudança tão desejada, resgatando com paciência e
aproveitamento as situações expiatórias que
vivemos, bem como procurando atentar para não
pecarmos mais, evitando criar resgates novos
para as existências futuras.
Mas quais são estes velhos desafios?
Se prendem à nossa sombra – o lado de
nossa personalidade e caráter que insiste em
manter padrões de conduta distanciados das leis
divinas.
Esta face sombria foi construída, pouco a pouco,
por repetidas ações comandadas pelo egoísmo e
orgulho, as duas chagas da humanidade que ainda
mantemos em função da não aplicação da máxima
crística - fazer ao próximo aquilo que
desejamos nos seja feito.
Agora é hora de renovar condutas, aprender novas
propostas de vida, estudar as nossas
imperfeições, aprimorar o nosso caráter,
vigiando de perto estes comportamentos
inadequados que tanto mal nos trazem, e que
ainda nos caracterizam.
Já identificamos as muitas virtudes que
necessitamos aprender: ponderação, brandura,
misericórdia, paciência, tolerância..., sendo
assim, observemos se as nossas atitudes do dia a
dia estão impregnadas destas virtudes. Se
concluirmos que ainda
não as possuímos na plenitude, trabalhemos para
que elas se incorporem ao nosso modo de vida; o
processo é
simples, mas de difícil implementação, em função
de já nos termos saturado das propostas opostas:
leviandade, violência, impiedade, impaciência,
intolerância...
Iniciemos, como exemplo, tomando uma das
características que nos incomodam - a violência
-, tão em voga nestes tempos turbulentos, e,
rotineiramente, vigiemos para nos contermos caso
surjam situações em que o nosso espírito
belicoso queira manifestar-se e se impor.
De início, basta escolher um setor problemático,
um vício por vez, apenas uma fraqueza de caráter
e iniciar um programa de retrabalho, sem pressa,
e vejamos o resultado. Se nos agradar,
intensifiquemos a nova rotina para que
incorporemos definitivamente esta nova virtude a
nós mesmos.
Caso sintamos que ainda estamos pouco
fortalecidos para enfrentar alguma particular
deficiência de caráter, escolhamos outra
virtude, pois ninguém disse que é fácil, mas se
não tentarmos... quem fará por nós o trabalho
que nos compete?
Em relação às expiações, que virão, queiramos ou
não, experimentemos exercitar outra virtude – a
paciência -, considerando que é preciso
atravessar as tempestades provocadas pelos
contratempos com aproveitamento das lições
proporcionadas por estas dificuldades, caso
contrário seremos reprovados no teste e, como
lição não aprendida deve ser necessariamente
repetida, isso se dará em nova reencarnação.
Não adianta fugir dos desafios da reforma
íntima, pois o nosso destino é a perfeição
relativa e esta só se obtém se houver muito
esforço, trabalho, continuidade para superar os
percalços da existência.
Não ajamos tais quais crianças que já fomos, nos
escondendo dos deveres da vida através do deixar
para depois ou da mentira. Estas duas
atitudes jamais nos ajudarão, permanecendo descoberto o
pecado cometido no passado, nos solicitando
sanar as suas consequências, hoje ou amanhã.
Habituar-se a evitar responsabilidades perante a
nossa jornada evolutiva conduz a uma falsa
condição de comodidade, que mais tarde cobrará do
indivíduo leviano e infantil os
prejuízos dessa conduta, através da dor e do
sofrimento.
No jogo da evolução, se
houver o fracasso, é melhor perder jogando do
que perder por WO.1 O
pior jogador é aquele que não se testa e, como
consequência, não se conhece.
O Ano Novo está chegando! Bate às nossas portas.
Agradeçamos esta nova oportunidade que a
Divindade nos oferece e não desperdicemos, mais
uma vez, este novo período de 365 dias, que,
embora insignificante perante a nossa vida
imortal, é momento valioso para consolidarmos
aprendizados e adquirirmos novos conhecimentos.
1 WO
é a sigla para a palavra em inglês walkover,
que traduzido para a língua portuguesa significa
“vitória fácil”. O WO é a atribuição de uma
vitória dada a determinada equipe ou competidor
individual quando a equipe adversária está
impossibilitada de competir ou quando não
existem adversários. (Fonte: link-1)