Em honra a Kardec
Na Doutrina Espírita, não se dirá que Allan Kardec foi
ultrapassado, de vez que os nossos princípios avançam
com o fluxo evolutivo da própria vida e, à maneira da
árvore que para mostrar a excelência do fruto não
dispensa a raiz, tanto quanto o edifício vulgar para
crescer em nova pavimentação não prescinde do alicerce,
o Espiritismo não fugirá das diretrizes primeiras, a fim
de ampliar-se em construções mais elevadas, com a
segurança precisa.
Superam-se técnicas e processos de luta material.
A Revelação Divina, porém, desenvolve-se com a própria
alma do homem, porque a Infinita Sabedoria não nos
esmaga com sua Grandeza, nem nos enceguece com a sua
Luz, esperando que nós mesmos, ao preço de esforço e
trabalho, na escola do progresso, nos habilitemos a
suportar o conhecimento superior, estendendo-lhe a
claridade e realizando-lhe os objetivos.
Em razão disso, foi o próprio Codificador quem definiu
em nossa Doutrina um templo de postulados que a evolução
se incumbiria de honorificar em constante expansão, nela
plasmando não apenas o altar da fé renovadora que nos
religa ao Cristo de Deus, mas também o acesso ao campo
aberto da indagação filosófica e científica, para que
não estejamos confinados ao dogmatismo enregelante e
destruidor.
Não edificaremos por nossa vez, no santuário espírita,
senão aquele desdobramento necessário a todo serviço de
luz e fraternidade, que, iniciado a benefício das
criaturas, a todas elas deve atingir no justo momento em
obediência às leis da evolução, de que Kardec foi
emérito defensor.
Cabe-nos hoje tanto quanto ontem dar-lhe a obra
regeneradora e vitalizante, a fim de que não nos
percamos à distância da lógica e da simplicidade que lhe
ditaram o ensinamento, e não nos empenharemos no cipoal
da inutilidade ou da sombra porquanto nele, o apóstolo
do princípio, encontramos o roteiro seguro para a
integração com Jesus, nosso Mestre e Senhor.
Do livro Doutrina
e vida, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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