Usurpação imérita nos recintos “cristãos”
Em O Livro dos Médiuns (cap. XX) Erasto admoesta
que mais vale repelir dez verdades que admitir uma só
mentira, uma só teoria falsa. E quando o tema diz
respeito à honestidade de dirigentes e trabalhadores das
hostes cristãs, o assunto é muito preocupante, ante as
evidências de desvios éticos.
Uma das mais dramáticas refere-se a líderes religiosos
que embolsam dinheiro arrecadado dos fiéis. Acresce,
aqui, uma observação: Não sou o primeiro, o único, ou o
último a divulgar esse cortejo de vícios, mas a mídia,
frequentemente, anuncia e expõe tais fatos, francamente
abomináveis e com grande repercussão negativa.
Se alguém pede emprestado e deve um centavo que seja,
obrigatoriamente tem que quitar esse débito com seu
credor, por simples questão de honestidade. Não se pode
"fingir" que esqueceu a dívida.
É indispensável haver transparência na prestação de
contas, mensalmente, com os contribuintes da casa
espírita. Os dirigentes que assim procedem veem
patenteadas a credibilidade da instituição que
administram e a pureza de suas intenções.
Lembramos que certa vez após uma palestra abordando o
tema, houve rumores nos corredores do centro, alguns
dirigentes espíritas me arremessaram uma saraivada de
críticas. Advindas de companheiros totalmente
desarmonizados com a verdade (aqueles que dissimulam
gestos de santidade com palavras mansas, olhares de
superioridade, julgam-se donos da verdade, etc., etc.,
etc..) ditam normas de conduta, que nem mesmo eles têm
suporte doutrinário para exemplificá-las.
É uma pena. E o pior é que estão todos lá como se nada
tivesse acontecido. Estão com as mentes narcotizadas na
ilusão de que são superiores.
Será que os meios justificam os fins, mormente quando os
dirigentes são omissos quanto à prestação de contas?
Ora, se não devem, não têm o que temer, não é verdade?
É evidente que ficamos atônitos e envergonhados quando
sabemos, pela imprensa, que algumas instituições
"filantrópicas" desviam recursos, emitem recibos
forjados de falsas doações, etc.
Há instituições que dão, até, uma 'ajudazinha' aos
confrades, para driblarem o Imposto de Renda retido na
fonte... imaginem! Instituições outras recebem, à guisa
de doações, roupas, calçados, alimentos,
eletrodomésticos etc., e os dirigentes se apropriam
delas, com a maior naturalidade.
Temos conhecimento de instituições que aceitam doações,
até, de objetos valiosos e que os dirigentes se
apropriam dos melhores, é claro, antes de os exporem em
bazares ditos "beneficentes", objetivando arrecadar
fundos para obras "assistenciais".
Daí, inquiro: isso é fruto da minha imaginação?
Será que estamos obsedados abordando o tema?
Não, meus irmãos. Estamos completamente conscientes da
responsabilidade cristã. A prudência continua sendo a
nossa melhor conselheira.
Intimidar-nos, para que desanimemos da tarefa de
divulgar a Doutrina Espírita, conforme a recebemos do
espírito "Verdade", através de Kardec, é tempo perdido.
Recordamos, ainda, que os "proprietários" de alguns
centros - centros esses em que os “donos” se eternizam
nas alternâncias da direção - que na ocasião ouviram a
nossa palestra, sobre o teminha instigante, fizeram um
grande barulho na consciência, ficaram alvoroçados,
realizaram reuniões solenes e privadas, é claro, para
avaliarem a obsessão que tomou conta do orador.
Ah! Ele está sendo muito influenciado pelas trevas, pois
ele não está respeitando os que buscam o centro espírita
pela primeira vez, ao dar tanta ênfase à desonestidade.
Oh! Podem pensar, até, que a mensagem é para a nossa
diretoria.
É imperioso salientar que não fazemos uso da palavra
numa tribuna espírita para proferir mensagens espíritas
direcionadas para a instituição A, B, ou C, e muito
menos com o intuito de denegrir a sua imagem.
Dirigimo-nos a todas, indistintamente, como alerta
geral.
Difundimos os conceitos sem privilegiar esse ou aquele
grupo espírita, mas por questão de consciência ética,
acreditamos que um autêntico espírita tem que ser fiel
aos princípios que a doutrina impõe e saber que
HONESTIDADE é prática OBRIGATÓRIA (com letra maiúscula,
mesmo!) para todo ser humano, que dirá, para um cristão
(?)
Não existe o "meio honesto", o “quase honesto" ou o
"mais ou menos honesto". Ou se é honesto, ou desonesto,
não há meio termo. Seja sua palavra sim! sim! - não!
Não! Ensinou-nos Jesus.
Portanto, que seja definitivamente exorcizada toda e
qualquer evasiva, que tente justificar concessões
fraudulentas, como se fossem normais para certas
ocasiões.
As falanges das trevas se organizam para obstruir muitos
projetos cristãos. Os obsessores são inteligentes,
organizados e vão dando um passo de cada vez, por
conhecerem muito bem nossos pontos vulneráveis.
Nesse caso, não cremos que advertir sobre a
obrigatoriedade da conduta honesta seja artimanha das
trevas, mas sim que o ideal espírita seja cada vez mais
ético, transparente consoante os preceitos evangélicos.
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