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por Jorge Hessen

Usurpação imérita nos recintos “cristãos”


Em O Livro dos Médiuns (cap. XX) Erasto admoesta que mais vale repelir dez verdades que admitir uma só mentira, uma só teoria falsa. E quando o tema diz respeito à honestidade de dirigentes e trabalhadores das hostes cristãs, o assunto é muito preocupante, ante as evidências de desvios éticos.

Uma das mais dramáticas refere-se a líderes religiosos que embolsam dinheiro arrecadado dos fiéis. Acresce, aqui, uma observação: Não sou o primeiro, o único, ou o último a divulgar esse cortejo de vícios, mas a mídia, frequentemente, anuncia e expõe tais fatos, francamente abomináveis e com grande repercussão negativa. 

Se alguém pede emprestado e deve um centavo que seja, obrigatoriamente tem que quitar esse débito com seu credor, por simples questão de honestidade. Não se pode "fingir" que esqueceu a dívida.

É indispensável haver transparência na prestação de contas, mensalmente, com os contribuintes da casa espírita. Os dirigentes que assim procedem veem patenteadas a credibilidade da instituição que administram e a pureza de suas intenções.

Lembramos que certa vez após uma palestra abordando o tema, houve rumores nos corredores do centro, alguns dirigentes espíritas me arremessaram uma saraivada de críticas.  Advindas de companheiros totalmente desarmonizados com a verdade (aqueles que dissimulam gestos de santidade com palavras mansas, olhares de superioridade, julgam-se donos da verdade, etc., etc., etc..) ditam normas de conduta, que nem mesmo eles têm suporte doutrinário para exemplificá-las.

É uma pena. E o pior é que estão todos lá como se nada tivesse acontecido. Estão com as mentes narcotizadas na ilusão de que são superiores.

Será que os meios justificam os fins, mormente quando os dirigentes são omissos quanto à prestação de contas? Ora, se não devem, não têm o que temer, não é verdade?

É evidente que ficamos atônitos e envergonhados quando sabemos, pela imprensa, que algumas instituições "filantrópicas" desviam recursos, emitem recibos forjados de falsas doações, etc.

Há instituições que dão, até, uma 'ajudazinha' aos confrades, para driblarem o Imposto de Renda retido na fonte... imaginem! Instituições outras recebem, à guisa de doações, roupas, calçados, alimentos, eletrodomésticos etc., e os dirigentes se apropriam delas, com a maior naturalidade.

Temos conhecimento de instituições que aceitam doações, até, de objetos valiosos e que os dirigentes se apropriam dos melhores, é claro, antes de os exporem em bazares ditos "beneficentes", objetivando arrecadar fundos para obras "assistenciais". 

Daí, inquiro: isso é fruto da minha imaginação?

Será que estamos obsedados abordando o tema?

Não, meus irmãos. Estamos completamente conscientes da responsabilidade cristã. A prudência continua sendo a nossa melhor conselheira.

Intimidar-nos, para que desanimemos da tarefa de divulgar a Doutrina Espírita, conforme a recebemos do espírito "Verdade", através de Kardec, é tempo perdido.

Recordamos, ainda, que os "proprietários" de alguns centros - centros esses em que os “donos” se eternizam nas alternâncias da direção - que na ocasião ouviram a nossa palestra, sobre o teminha instigante, fizeram um grande barulho na consciência, ficaram alvoroçados, realizaram reuniões solenes e privadas, é claro, para avaliarem a obsessão que tomou conta do orador.

Ah! Ele está sendo muito influenciado pelas trevas, pois ele não está respeitando os que buscam o centro espírita pela primeira vez, ao dar tanta ênfase à desonestidade.

Oh! Podem pensar, até, que a mensagem é para a nossa diretoria.

É imperioso salientar que não fazemos uso da palavra numa tribuna espírita para proferir mensagens espíritas direcionadas para a instituição A, B, ou C, e muito menos com o intuito de denegrir a sua imagem. Dirigimo-nos a todas, indistintamente, como alerta geral. 

Difundimos os conceitos sem privilegiar esse ou aquele grupo espírita, mas por questão de consciência ética, acreditamos que um autêntico espírita tem que ser fiel aos princípios que a doutrina impõe e saber que HONESTIDADE é prática OBRIGATÓRIA (com letra maiúscula, mesmo!) para todo ser humano, que dirá, para um cristão (?)

Não existe o "meio honesto", o “quase honesto" ou o "mais ou menos honesto". Ou se é honesto, ou desonesto, não há meio termo. Seja sua palavra sim! sim! - não! Não! Ensinou-nos Jesus.

Portanto, que seja definitivamente exorcizada toda e qualquer evasiva, que tente justificar concessões fraudulentas, como se fossem normais para certas ocasiões. 

As falanges das trevas se organizam para obstruir muitos projetos cristãos. Os obsessores são inteligentes, organizados e vão dando um passo de cada vez, por conhecerem muito bem nossos pontos vulneráveis.

Nesse caso, não cremos que advertir sobre a obrigatoriedade da conduta honesta seja artimanha das trevas, mas sim que o ideal espírita seja cada vez mais ético, transparente consoante os preceitos evangélicos.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita