Pais e filhos em conflito
Pais e filhos em conflito. É possível contes com eles na
equipe familiar.
Sofres por vê-los em contradição com as tuas ideias ou
enlaçando experiências inquietantes e negativas.
Entretanto, é imperioso te ilumines de paz e
compreensão, a fim de entendê-los.
Dá-lhes a palavra emoldurada de paciência e de amor,
para que a tua voz se faça ouvida, e abençoa-os ainda
mesmo quando te não aceitem o modo de pensar ou de ser.
Quase sempre, na Terra, os sentimentos que nos agridem,
naqueles que se nos associam à existência física, são a
colheita das plantações de ordem moral que levamos a
efeito nas leiras afetivas do pretérito, a nos pedirem
reajuste e renovação. E as chamadas complicações
edipianas outra cousa não representam senão os laços
obscuros que entretecemos, ao enlear almas queridas no
nosso carro sentimental — laços esses que passam a
reclamar-nos o preciso desfazimento, para que a mútua
libertação nos felicite.
O filho excessivamente vinculado ao coração materno, com
manifesta dificuldade para ser ele próprio, na maioria
das ocasiões é aquele mesmo companheiro que a genitora
jungiu à própria senda, em épocas recuadas, a
suplicar-lhe agora o apoio necessário, a fim de
exonerar-se das algemas psicológicas que o prendem à
insegurança.
E a filha imensamente ligada ao espírito paternal, em
sérios obstáculos para se lhe desvencilhar da
autoridade, habitualmente é a mesma companheira que ele
acorrentou ao próprio destino em experiências transatas,
a implorar-lhe hoje o auxílio indispensável, a fim de se
desembaraçar do egoísmo com que se lhe enviscou à
influência, em nome do amor.
Quantos choques e quantos atritos, até que se
estabeleçam as concessões recíprocas, através de vários
ajustes cármicos em que uns e outros se vejam
emancipados das condições obsessivas em que se
interligaram!
Se trazes contigo esse ou aquele filho em conflito ou se
te encontras à frente de pais difíceis, nunca te irrites
nem condenes. Ama-os quais se mostram e ora por eles,
louvando-lhes a presença e respeitando-lhes as decisões,
na certeza de que Deus, cuja infinita bondade tem zelado
por nós, cuidará também deles. E de que nem eles nem nós
fomos criados para o cativeiro afetivo, mas sim para
sermos responsáveis e livres, de modo a trabalharmos
conscientemente no aprimoramento da vida, ante a
sublimação do amor imortal.
Do livro Chico
Xavier pede licença, obra
de autoria de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano
Pires e Espíritos diversos.
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