Elucidações de Emmanuel

por Francisco Cândido Xavier

  

Pais e filhos em conflito

Pais e filhos em conflito. É possível contes com eles na equipe familiar.

Sofres por vê-los em contradição com as tuas ideias ou enlaçando experiências inquietantes e negativas. Entretanto, é imperioso te ilumines de paz e compreensão, a fim de entendê-los.

Dá-lhes a palavra emoldurada de paciência e de amor, para que a tua voz se faça ouvida, e abençoa-os ainda mesmo quando te não aceitem o modo de pensar ou de ser.

Quase sempre, na Terra, os sentimentos que nos agridem, naqueles que se nos associam à existência física, são a colheita das plantações de ordem moral que levamos a efeito nas leiras afetivas do pretérito, a nos pedirem reajuste e renovação. E as chamadas complicações edipianas outra cousa não representam senão os laços obscuros que entretecemos, ao enlear almas queridas no nosso carro sentimental — laços esses que passam a reclamar-nos o preciso desfazimento, para que a mútua libertação nos felicite.

O filho excessivamente vinculado ao coração materno, com manifesta dificuldade para ser ele próprio, na maioria das ocasiões é aquele mesmo companheiro que a genitora jungiu à própria senda, em épocas recuadas, a suplicar-lhe agora o apoio necessário, a fim de exonerar-se das algemas psicológicas que o prendem à insegurança.

E a filha imensamente ligada ao espírito paternal, em sérios obstáculos para se lhe desvencilhar da autoridade, habitualmente é a mesma companheira que ele acorrentou ao próprio destino em experiências transatas, a implorar-lhe hoje o auxílio indispensável, a fim de se desembaraçar do egoísmo com que se lhe enviscou à influência, em nome do amor.

Quantos choques e quantos atritos, até que se estabeleçam as concessões recíprocas, através de vários ajustes cármicos em que uns e outros se vejam emancipados das condições obsessivas em que se interligaram!

Se trazes contigo esse ou aquele filho em conflito ou se te encontras à frente de pais difíceis, nunca te irrites nem condenes. Ama-os quais se mostram e ora por eles, louvando-lhes a presença e respeitando-lhes as decisões, na certeza de que Deus, cuja infinita bondade tem zelado por nós, cuidará também deles. E de que nem eles nem nós fomos criados para o cativeiro afetivo, mas sim para sermos responsáveis e livres, de modo a trabalharmos conscientemente no aprimoramento da vida, ante a sublimação do amor imortal.

 

Do livro Chico Xavier pede licença, obra de autoria de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos diversos.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita