A crença
na vida futura
Desde a antiguidade,
alguns homens acreditam
na vida após a morte.
Mesmo sem saber explicar
ao certo como ocorria
esse processo,
acreditavam na teoria da
metempsicose e mais
tarde na transmigração
da alma, em fenômeno que
representa a
transferência da alma de
um corpo para outro. O
termo reencarnação é
algo bem mais recente,
provavelmente início da
Idade Moderna.
A crença na
sobrevivência do
princípio inteligente à
morte do corpo físico
foi o primeiro passo
para a teoria de uma
Vida Futura, onde a alma
que havia se manifestado
em um corpo poderia
renascer, ou retornar em
outro corpo.
Em alguns povos,
sacerdotes e pitonisas,
portadores de uma
mediunidade mais
ostensiva, conseguiam
perceber a presença dos
espíritos, sustentando a
teoria da imortalidade e
a transmigração da alma.
Os povos primitivos
veneravam os ancestrais
e acreditavam que a
morte do corpo físico
não fazia desaparecer o
princípio inteligente, a
personalidade que
animava e dava vida
àquele corpo.
O termo metempsicose é
encontrado desde
Pitágoras e Platão.
Acredita-se que
Pitágoras aprendeu seu
significado com os
egípcios, que por sua
vez aprenderam com os
indianos. Platão e os
indianos não acreditavam
na metempsicose, porém
utilizavam o termo na
ausência de outro como
sinônimo de
reencarnação.
A teoria da
transmigração da alma,
como um sinônimo para
metempsicose, vai ajudar
a entender séculos mais
tarde a ideia de
reencarnação.
Por intermédio dos
iniciados, feiticeiros,
xamãs ou druidas, a
cultura da transmigração
da alma, passa a fazer
sentido nas antigas
interpretações bíblicas
da possibilidade de um
retorno em uma nova vida
para completar uma
missão, saldar um
compromisso ou até
reparar um erro
cometido.
Podemos nos lembrar das
palavras de Jesus,
quando disse:
“...Ninguém
pode ver o Reino de
Deus, se não nascer de
novo". (João
3:1)
“Disse-lhe
então Pilatos: “És,
pois, rei”? - Jesus lhe
respondeu: “Tu o dizes;
sou rei; não nasci e não
vim a este mundo senão
para dar testemunho da
verdade. Aquele que
pertence à verdade
escuta a minha voz”. (João,
18:33, 36 e 37.)
Acerca dessa passagem
bíblica, que encontramos
no livro O Evangelho
segundo o Espiritismo 1, temos
a explicação do Espírito
da Verdade de que Jesus,
conversando com Pilatos,
se referia à
reencarnação, assim como
à possibilidade de uma
nova existência
corpórea, conhecimento
que estava muito além da
compreensão do
governador da província
romana da Judeia.
Jesus sabia que era
difícil falar da Boa
Nova, da Vida Futura ou
de reencarnação para
corações endurecidos e
apegados aos valores
materiais de um mundo
transitório, por esse
motivo prometeu aos seus
discípulos e seguidores
que enviaria o Espírito
da Verdade, trazendo O
Consolador Prometido,
que explicaria tudo
aquilo que ele não teve
condições de explicar e
muito mais, porém seria
necessário que os homens
orassem, solicitando a
Deus o envio desse
Consolador ao longo dos
tempos.
Quando Allan Kardec
recebe do Espírito da
Verdade, a Terceira
Revelação que era O
Consolador Prometido,
consegue, como havia
antecipado Jesus aos
seus discípulos e
seguidores, explicar de
forma mais detalhada a
Boa Nova, dando
condições de todos
compreenderem melhor o
sentido da reencarnação
e o seu verdadeiro
fundamento, como
encontramos em O
Livro dos Espíritos 2,
em que lemos: “Deus
lhes impõe a encarnação
com o fim de fazê-los
chegar à perfeição. Para
uns, é expiação; para
outros, missão”2.
O Estudo Sistematizado
da Doutrina Espírita ou
ESDE, utilizando o
livro O Céu e o
Inferno 3,
procura relacionar o
código penal da vida
futura de forma a
facilitar o conhecimento
dos itens, em particular
do item 16o,
quando estabelece: “O
arrependimento,
conquanto seja o
primeiro passo para a
regeneração, não basta
por si só; são precisas
a expiação e a
reparação”3. Um
processo de reeducação
emocional para o
espírito, através do
estudo e da prática do
amor ao próximo.
O conhecimento da
Doutrina Espírita,
aliado a uma fé
raciocinada, são
elementos que nos ajudam
a compreender que: “Esse
dogma pode, portanto,
ser tido como o eixo do
ensino do Cristo, pelo
que foi colocado num dos
primeiros lugares à
frente desta obra. É que
ele tem de ser o ponto
de mira de todos os
homens; só ele justifica
as anomalias da vida
terrena e se mostra de
acordo com a Justiça de
Deus”1.
A missão de Jesus
através das curas, do
ensinamento e dos
preceitos morais era
despertar nos corações
dos homens o sentimento
altruísta em relação ao
próximo, despertando que
a vida não se limitava
ao mundo material. Somos
espíritos imortais
ocupando um corpo de
carne em uma experiência
reencarnatória, com o
objetivo de evoluir,
progredir e alcançar a
perfeição.
Referência:
1) Kardec,
Allan; O Evangelho
segundo o Espiritismo;
Cap. II – 2. A vida
futura; FEB.
2) ______,
____; O Livro dos
Espíritos; 2a parte;
Cap. II - Objetivo da
reencarnação (Per. 132);
FEB.
3) ______,
____; O Céu e o
Inferno; 1a parte,
Cap. VII - Código
penal da vida futura (16o item);
FEB.
4) Wikipédia (A
enciclopédia livre)
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